Capítulo 3

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Anabelle Portman 

  — É serio! Ela me intimida de uma forma estranha.

Eu tagarelava a Benjamin, pois ele me indagava coisas sobre Natalie, enquanto bebia sua cerveja fria e barata. 

—Eu a observei de cima a baixo, ela é muito mais bonita do que aquelas fotos onde ela é capa de revista.

Estranhei a fala de Benjamin, e comecei a sorrir discretamente. 

— Se eu não te conhecesse tão bem, eu jurava que você estaria virando hétero.—brinquei.  

—  O que? Eu? Hétero?  Vira essa boca para lá. Você sabe muito bem do que eu gosto e não largo.  

 —  Então, porque esse fascínio pela Senhora Hamilton? —perguntei, dando um gole na minha água com gás.

  —Não é nada demais, eu só queria ser ela na minha versão feminina, sabe? Ela é alta, os cabelos negros sempre bem hidratados, as roupas de grife.  Mas, me diz..— deu uma pausa em sua fala para beber um gole de sua bebida, e em seguida, continuou— ela é lésbica?  

Arregalai os olhos com a pergunta, mas rapidamente lembrei do que eu havia visto entre ela e Olivia.

— Eu não sei, como eu vou saber? Eu sou apenas a secretaria dela. Não a melhor amiga e confidente.

— Ah, Ana. Vamos lá. Ela nunca deu em cima de você? 

— Claro que não, e mesmo se desse...Eu sou hétero.  

  — Ninguém é cem por cento hétero. Eu já disse isso a você. 

  — Bom, eu sou a prova que as pessoas podem ser sim cem por cento hétero.

— Ah, claro. Eu duvido se a Natalie desse em cima de você,  ainda ia continuar com esse pensamento. 

— Claro que eu ia. Você já viu a família que eu tenho? Minha mãe morreria se ela imaginasse eu me deitando com alguma outra mulher. E meu pai, eu não vou nem comentar...

— Então, porque você nunca apareceu com nenhum namorado? Eu já vi você dispensar vários gatinhos da universidade. 

  — Por que eu nunca gostei de ninguém a ponto de namorar, ficar, sei lá... Olha, eu acho que você já esta ficando bem bêbado, então vamos que eu te levo para casa. 

Acompanhei Benjamin até sua casa, e não demorou muito para perceber que ele já estava ficando bastante animado, resultado das bebidas que havia consumido. Benjamin era meu melhor amigo, mesmo que nossos gostos e estilos de vida fossem completamente diferentes. Ao longo dos anos, ele foi a única pessoa em quem confiei plenamente. Infelizmente, minha família nunca aceitou nossa amizade devido à homossexualidade de Benjamin. Mas para mim, isso nunca foi um problema. Eu valorizava sua amizade acima de qualquer julgamento ou preconceito.

Embora Benjamin às vezes me fizesse questionar minha própria sexualidade, eu tinha plena certeza de quem eu era e do que me atraía no momento. Mulheres não estavam no meu radar, mas a mera presença de Natalie me deixava nervosa. Era intrigante como ela conseguia exercer tamanha intimidação sobre mim. Talvez fosse seu carisma ou a confiança exalada em cada gesto. Eu me questionava o porquê desse nervosismo, mas sabia que era algo mais complexo do que mera atração física. Era como se ela despertasse uma chama dentro de mim, desafiando-me a explorar novos horizontes e desafiar minhas próprias expectativas.

Eu já estava pronta para ir ao trabalho, mas raramente me sentia bem com as roupas que tinha. No entanto, Benjamin me surpreendeu ao me levar ao shopping e transformar completamente meu guarda-roupa. Ele comprou uma variedade de acessórios e, graças a isso, minha autoestima estava nas alturas. Além disso, consegui encontrar um apartamento ótimo e acessível no centro de Seattle. Tudo isso graças ao meu novo emprego na NH Models, que me permitiu pagar por ele. Minha família morava distante , então precisei me mudar para esta cidade caótica em busca de oportunidades.

Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora