Capítulo 35

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Eu tomei  a decisão mais dolorosa que eu podia tomar. Deixei você ir. 

Após um ano e dois meses, eu não a esqueci, Natalie. Na verdade, não há um dia sequer que eu não lembre de você e me pergunte se você está bem, eu achava que quando as coisas acabassem e que estivesse bem claro o ponto final disso tudo, haveria paz no meu coração de alguma maneira. Mas, não houve. 

Eu mudei, amadureci, cresci. Um ano viajando pelo o mundo todo não é fácil, aprendi coisas, vivi coisas. Por mais que ainda estivéssemos conectadas pela parceria da mesma empresa, eu evitava saber de você. Me esquivei de todas as reuniões que você poderia estar. Por que eu queria arrancar você a força de mim, mas você é bem mais difícil de arrancar do que imaginei.  Tudo bem, não vou mentir. Eu a vi uma vez. 

Naquele desfile em Amesterdã, lembra? Eu tive a sorte de torcer o pé, e nesse dia não desfilar. Mas, eu estava lá. No camarote lateral do lado direito, eu estava lá, Natalie. E eu a vi. E nossa, você ainda continuava deslumbrante como sempre. Com aquele vestido vermelho colado, que realçavam a curva de suas costas até o começo no bumbum. Mas, você não me viu, por que eu quis que você não me visse. 

Poderíamos ter nos encontrado varias e varias vezes, mas eu fiz questão que isso não fosse possível. E você me odiaria por saber que Dereck e eu ficamos próximos. Não da forma que você imagina, Natalie. Mas, eu aceitei a sua ajuda quando tudo desmoronava depois que eu a mandei partir.  E você me odiaria ainda mais se soubesse que ficamos juntos em uma noite em Dubai. Eu estava bêbada, nós estávamos.  Porém, ninguém ele não era como você. 

Minha vida sentimental ficou bem movimentada. Homens, mulheres. Mas, ninguém era como você. Ninguém me amava como você. Ninguém me tocava como você. 

Eu sei também que você viu minha foto, onde eu estava ao lado dele. Com uma legenda duvidosa.  "Será o começo de um romance para o famoso empresario, Dereck Dierden, e mais bem paga modelo do mundo, Anabelle Portman?" Eu não fui culpada por essa legenda idiota, Natalie. E eu sei que isso a machucou. A machucou tanto que semanas depois uma nota em site de fofoca saiu sobre você. Uma foto. Onde você estava sorridente em um restaurante, que na verdade era o restaurante que sempre comíamos. Você estava sorridente com alguém. E a legenda também me machucou, sabia?  " Será que a jornalista Elisabeth Jones, foi capaz de quebrar o coração de gelo da magnata Natalie Hamilton?  

Ah, Natalie. Você não sabe o quanto eu chorei como um bebê, após ver você sorrindo com outra pessoa. Isso me machucou tanto que naquele mesmo dia eu sai em uma noite Sueca, e foi um dos meus piores porres. Aluguei a garçonete por horas no bar da boate, falando sobre você, e depois ela me levou para o banheiro de funcionários e me fodeu. Mas, não era você, Natalie. 

E depois de um ano e dois meses, eu estava de volta. Eu precisei voltar. Não tinha mais como evitar você agora. Sem pés machucados, sem doenças. Eu ia encontra-la. Por que eu estava voltando para Seattle, e trabalharia uma temporada para a NH, seria modelo de vocês. E eu não sei se eu estava pronta para vê-la novamente, depois de tanta gente que passou pela minha vida e pela sua. Eu não sabia se ainda pensava em mim, ou eu era uma lembrança, ou nem isso. Eu não estava preparada para vê-la com outra pessoa. Eu não estava, Natalie. Por que eu ainda a amava muito mais do que antes, e isso me corria por dentro. O sentimento que eu tinha por você me matava por dentro. Por que eu sempre fui sua, e isso não mudou desde então. 

Eu estava parada. Na frente de uma enorme casa, com tantas janelas que parecia a casa branca. Meu coração saia pela boca, por que você estava lá dentro. Era a festa da nova coleção de outono, e você trabalhou tanto para isso, que tenho orgulho de você.  Eu estava sozinha. Eu não estava pronta para encarar você sozinha. Em um momento de desespero, virei meu corpo rapidamente para sair dali, mas dei de contra com um corpo alto e musculoso. 

—Está tudo bem, Ana? — Dereck perguntava segurando meus braços levemente, pois eu sentia minha pressão cair. 

—Eu não me sinto bem. É melhor eu ir embora. 

—Você não pode ir. Todos esperam por você. 

—Dereck... 

—É ela não é? —perguntou— Ana, está tudo bem. Já se passou muito tempo, e você precisa encarar. 

Respirei fundo e ajeitei minha postura. 

—Tudo bem. Você está certo. 

—Ótimo. —ele ofereceu seu braço para que pegasse— Vamos, senhorita? 

—Vamos. 

Eu não podia mais fugir. Eu precisava encarar você, Natalie. Mas por favor, não esteja acompanhada. Por que se estiver... Eu vou desmoronar novamente. 



Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora