Capitulo 41

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A noite chegou fria e chuvosa e eu não nego que eu estava ansiosa para saber como seria deitar com Natalie na mesma cama depois de muito tempo sem te-la ao meu lado. Eu estava na varanda, sentada em um sofá de madeira com travesseiros confortáveis , a noite estava congelante, e em minhas mãos estava uma xícara com café quente, eu fitava a chuva cair e a escuridão a minha frente. 

—Você vai congelar se ficar aqui fora— Natalie vinha caminhando em minha direção e sentando-se ao meu lado

—Eu gosto do frio.— disse

—Não lembro desse detalhe. 

Nossos corpos se encostaram, pois o lugar ao meu lado parecia apertado demais para alguém sentar.

—Talvez tenha esquecido— falei e em seguida tomei um gole do café quente com cuidado para não me queimar. 

—É, em um ano a gente pode esquecer. É aquela coisa do inconsciente. 

—Não culpe o inconsciente pela sua falta de memoria. 

Ela sorriu, e eu pude ver o quanto seu sorriso ainda me derrubava. 

—Tudo bem. Tudo bem. Eu realmente não lembro. 

—Como não? Lembra de quando eu dormia no seu quarto. Eu pedia para você desligar o ar condicionado bem no meio da noite, e você ia caindo de sono fazer minha vontade. 

Nossas risadas se sincronizaram e isso era tão bom, o som da risada dela era acolhedor. 

—Verdade. Eu lembro. 

—Viu? Não está no seu inconsciente. 

Um silencio surgiu e fitamos a chuva em silencio. 

—Eu peço desculpas pelo o que aconteceu a um ano atrás. Eu não deveria ter tomado a decisão por você— falou Natalie com o olhar baixo, brincando com a manga loga da camisa que cobria suas mãos. 

—Isso é passado. —disse suavemente. 

—Eu sei. Mas eu penso que se eu não tivesse feito aquilo, talvez hoje ainda estaríamos juntas— seu olhar sustentou o meu ao final de sua fala e meu coração apertou. 

—Nós não íamos dar certo, Natálie. 

—Estávamos dando, Ana. 

Fitei sua boca rosada e desenhada, e só os deuses sabem o quanto eu queria beija-la. 

— Nós estamos bem— desviei o olhar e fixei meu olhar no café em minha xícara. —  você tem a Elisabeth 

—E você tem o Dereck 

—É— sorri sem graça— as vezes a vida nos prega peças. 

—E você está feliz, Ana? 

Eu não tinha palavras. Eu definitivamente não sabia responder essa pergunta, por que eu sabia que no fundo quem era a pessoa que me faria feliz. E eu não sabia o que dizer e apenas sorri de canto. 

—Esse seu sorriso é um sim?— perguntou novamente 

—Eu prefiro não falar sobre o rumo que nossas vidas tomaram em relação a relacionamentos. 

—Tudo bem. Eu talvez não iria aguentar ouvir a reposta, então é melhor eu não te-la. 

Ela levantou-se e eu sabia que minha fala  havia a incomodado. 

—Natalie... 

—Eu estou cansada. Eu vou deitar. 

Ela entrou e me deixou ali, pensativa e a desejando mais do que qualquer coisa. Por um momento eu pensei que conseguiria esquecer você e quando eu voltasse tudo seria diferente. Eu poderia conviver com você, sem que meu coração quisesse sair pela boca toda vez que a vejo. Mas, eu não a culpo por partir, aliás eu a mandei embora. E será que eu me culpo por isso? Eu poderia implorar para você voltar, mas será que você ainda pertence a mim? 

Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora