A noite chegou fria e chuvosa e eu não nego que eu estava ansiosa para saber como seria deitar com Natalie na mesma cama depois de muito tempo sem te-la ao meu lado. Eu estava na varanda, sentada em um sofá de madeira com travesseiros confortáveis , a noite estava congelante, e em minhas mãos estava uma xícara com café quente, eu fitava a chuva cair e a escuridão a minha frente.
—Você vai congelar se ficar aqui fora— Natalie vinha caminhando em minha direção e sentando-se ao meu lado
—Eu gosto do frio.— disse
—Não lembro desse detalhe.
Nossos corpos se encostaram, pois o lugar ao meu lado parecia apertado demais para alguém sentar.
—Talvez tenha esquecido— falei e em seguida tomei um gole do café quente com cuidado para não me queimar.
—É, em um ano a gente pode esquecer. É aquela coisa do inconsciente.
—Não culpe o inconsciente pela sua falta de memoria.
Ela sorriu, e eu pude ver o quanto seu sorriso ainda me derrubava.
—Tudo bem. Tudo bem. Eu realmente não lembro.
—Como não? Lembra de quando eu dormia no seu quarto. Eu pedia para você desligar o ar condicionado bem no meio da noite, e você ia caindo de sono fazer minha vontade.
Nossas risadas se sincronizaram e isso era tão bom, o som da risada dela era acolhedor.
—Verdade. Eu lembro.
—Viu? Não está no seu inconsciente.
Um silencio surgiu e fitamos a chuva em silencio.
—Eu peço desculpas pelo o que aconteceu a um ano atrás. Eu não deveria ter tomado a decisão por você— falou Natalie com o olhar baixo, brincando com a manga loga da camisa que cobria suas mãos.
—Isso é passado. —disse suavemente.
—Eu sei. Mas eu penso que se eu não tivesse feito aquilo, talvez hoje ainda estaríamos juntas— seu olhar sustentou o meu ao final de sua fala e meu coração apertou.
—Nós não íamos dar certo, Natálie.
—Estávamos dando, Ana.
Fitei sua boca rosada e desenhada, e só os deuses sabem o quanto eu queria beija-la.
— Nós estamos bem— desviei o olhar e fixei meu olhar no café em minha xícara. — você tem a Elisabeth
—E você tem o Dereck
—É— sorri sem graça— as vezes a vida nos prega peças.
—E você está feliz, Ana?
Eu não tinha palavras. Eu definitivamente não sabia responder essa pergunta, por que eu sabia que no fundo quem era a pessoa que me faria feliz. E eu não sabia o que dizer e apenas sorri de canto.
—Esse seu sorriso é um sim?— perguntou novamente
—Eu prefiro não falar sobre o rumo que nossas vidas tomaram em relação a relacionamentos.
—Tudo bem. Eu talvez não iria aguentar ouvir a reposta, então é melhor eu não te-la.
Ela levantou-se e eu sabia que minha fala havia a incomodado.
—Natalie...
—Eu estou cansada. Eu vou deitar.
Ela entrou e me deixou ali, pensativa e a desejando mais do que qualquer coisa. Por um momento eu pensei que conseguiria esquecer você e quando eu voltasse tudo seria diferente. Eu poderia conviver com você, sem que meu coração quisesse sair pela boca toda vez que a vejo. Mas, eu não a culpo por partir, aliás eu a mandei embora. E será que eu me culpo por isso? Eu poderia implorar para você voltar, mas será que você ainda pertence a mim?
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Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)
Roman d'amourA magnata Natalie Hamilton, dona de um dos impérios de moda da conturbada família Hamilton, uma mulher elegante e fina, reconhecida por seu elevado grau de narcisismo e sua arrogância, vê suas virtudes serem desconstruídas, após se deparar com a no...