Capítulo 4

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Você não pode surtar Anabelle, é apenas um almoço, com a sua chefe magnata e intimidadora. 

Um arrepio percorreu minha espinha enquanto eu me sentia cada vez mais apreensiva, como se meu coração pudesse parar de bater a qualquer momento. Natalie estava ali, bem à minha frente, seus olhos negros ocultos sob uma sombra cinza sutil. Seus dedos, com unhas pintadas de vermelho, folheavam o menu com uma elegância inquietante, enquanto eu, nervosa, suava incessantemente, enxugando as mãos repetidas vezes na minha calça. Eu me odiava por ter esquecido de soltar meu cabelo, sentindo-me desajeitada e inadequada diante dela.

   — Você já sabe o que pedir? — perguntou colocando o cardápio novamente na mesa, e chamando o garçom sutilmente. 

   — Eu não estou com fome — disse sem jeito e sorridente.

"Você está com fome, sim, Anabelle. Você está morrendo de fome" dizia internamente

   — Não seja boba, está tímida? Não fique. 

   — Eu não estou, é que... — encarei o cardápio e eu não entendia nada.

— É o cardápio, não é?  — Natalie sorriu ao saber o porque da minha falta de fome, e nossa, que sorriso. 

   — Na verdade, é — disse com sinceridade —  Eu não sei que pratos são esses?  O que é Tortelli Di Zucca?

  — É um prato com alguma farinha especifica, ovos e abobora. Aqui é um restaurante Italiano—  Natalie dizia ainda sorridente,  e percebi que minha falta de cultura estava sendo divertido para ela. 

  — Me desculpe.

— Tudo bem, eu deveria ter perguntado se você gostava de comida italiana. 

— Não, eu que não tenho cultura em culinária. Eu moro sozinha, então é sempre fast food ou comidas congeladas. 

  — Olá, senhoritas. O que vão pedir? Creio que a senhora irá pedir o mesmo de sempre—  O garçom perguntava educadamente, e dava a entender que Natalie frequentava bastante o restaurante. 

— Sim, Albert, o mesmo de sempre.

— E a senhorita, o que vai pedir?—  ele se dirigiu a mim, e eu não conseguir dizer nada. 

— Você poderia trazer um... é bife com fritas— Natalie dizia ao garçom, porém me olhando para confirmar se estava tudo bem pedir aquele prato. 

— O que? Não. Aqui é um restaurante Italiano, isso  nem tem no cardápio. — falei totalmente envergonhada.

  — Não se preocupe, senhorita. A senhora Hamilton pode pedir o que quiser, e quem estiver com ela também. Então, se você estiver de acordo com prato, podemos prepara-lo sem problema algum. 

  — Ah, então, tudo bem. Está de  acordo.  —falei com vontade de me enterrar.

— Anotado. Com licença, senhoras. 

  — Eu peço infinitas desculpas, por isso. De verdade.  —falei com um olhar baixo.

— Ei, está tudo bem. Prometo que na próxima vamos almoçar no Mc Donalds

"Espera! Vai ter uma próxima vez?

— Então, chamei você para almoçar comigo porque tenho algo importante para te propor. — continuou, sua voz carregada de mistério.

— Pode dizer... — respondi, mantendo uma expressão neutra, embora minha mente estivesse em turbilhão.

— Na verdade, não é bem uma proposta. Mas eu preciso que você vá comigo para Milão. — suas palavras ecoaram no ar, criando uma aura de expectativa.

Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora