Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)

Capítulo 44

Eu precisava correr e contar tudo o que eu havia escutado, eu precisava achar Natalie o mais rápido possível, não teria como provar o que eu havia ouvido, mas ela precisava ficar alerta com Elisabeth, e seria muito fácil ela investigar o rendimento da empresa e achar um desvio de dinheiro, isso sim teria como provar, e isso ajudaria ela a desarmar as forças do seu pai naquela empresa. Assim que eu vi Dereck sair, meu coração apertou, e eu rezava para que ele não percebesse absolutamente nada. 

—Algum problema aqui?— perguntou ele com um olhar desconfiado colocando as mãos nos bolsos da calça social cinza apertada. 

—Problema nenhum, querido. —colei meu corpo ao seu sentindo toda aquela extensão de músculos em minhas mãos, e lhe depositei um beijo rápido em seus lábios,  tentando disfarçar. 

—Eu fui ao banheiro— começou a falar a secretaria — e não pude anunciar a Senhorita Portman. Desculpe, Senhor Dierden. 

Cala a boca!

—Tudo bem, Bhetany. 

O olhar de Dereck era altamente desconfiado, e isso me preocupava, pois eu precisaria agir naturalmente e sair dali o mais rápido possível. Olhei para dentro de sua sala, e Elisabeth estava sentada na poltrona em frente a sua mesa. 

—O que ela faz aqui? — falei enquanto entravamos em sua sala 

—Estamos resolvendo as fotos que precisamos bater.  O fotografo não vai poder vim, e Elisabeth já é conhecida pela empresa, então eu a chamei— sua fala parecia ter tanta verdade que poderia convencer qualquer um, e Elisabeth continuava ali sem dizer uma palavra. 

—Sobre as fotos a gente podia adiar? É que eu não me sinto muito bem, eu preferia ir para casa.  —menti 

—Mas já havíamos combinado.  — disse Dereck serio. 

—Eu sei, mas, eu realmente não me sinto bem— dramatizei 

—Tudo bem— falou, mais sem muita concordância em sua fala. —podemos deixar as fotos para amanha. Tudo bem para você, Elisabeth? 

—Sim. Então eu vou indo— levantou-se. 

—Nos vemos amanha— disse ele

—Até logo. 

Assim que Elisabeth saiu, minhas mãos suaram, pois Dereck me fitava constantemente. E em seguida se aproximou..

—Está tudo bem?— Perguntou chegando perto

Dereck achava que eu aceitei fazer um casal com ele pela minha reputação, pelo dinheiro que eu ia ganhar com as propagandas. Mas agora eu sabia que ele estava por trás de tudo, pois até então eu pensei que ele não soubesse da ameaça de Charlie a minha família. E como eu fui ingenua de pensar que ele não estaria por trás disso? 

—Sim. Tudo ótimo. 

—Você nunca é amorosa. O que aconteceu? — perguntou sorridente. 

Que droga! Ele estava certo, talvez eu tenha ficado tão nervosa com a situação que acabei agindo de uma forma diferente, deixando entender que eu  disfarçava alguma coisa. Seu celular tocou, e era o som de que alguma mensagem havia chegado, ele caminhou de volta até sua mesa e olhou a tela do celular, sua feição tornou-se seria, sem traços algum em seu rosto, ele mexeu por alguns segundos no aparelho e o colocou no bolso. 

—Aceita jantar comigo?—continuou a sua fala. 

—Eu não sei, eu realmente não me sinto bem. — falei tentando conter meu nervosismo, tentando sair dali o mais rápido possível. 

—Por favor— ele se aproximou novamente, e  senti sua mão grossa tocar meu rosto

Achei que seria melhor aceitar, eu precisava disfarçar de algum jeito, e eu me afastando dele agora, só piorar.

—Tudo bem, eu aceito. 

—Ótimo— vibrou— eu só vou fechar o sistema e enviar alguns e-mails. Você me espera? 

—Sim. Eu só vou ao banheiro antes 

—Tá, eu espero você lá em baixo? 

—Nos vemos lá em baixo. 

Sai de sua sala um tanto apressada, e andei rapidamente até o elevador, eu precisava encontrar Natalie o mais rápido possível. Ao chegar em seu andar, caminhei rapidamente pelo corredor até sua sala, e avistei sua secretaria com o olhar fixo no computador. 

—Oi, a Natalie está em sua sala?— perguntei apressadamente. 

—Olá, senhorita Portman— a moça sorridente e simpática dizia amorosa— A senhora Hamilton saiu mais cedo. Ela foi conferir a chegada da nova coleção. 

—Ela vai demorar? 

Ela olhou o relógio em seu pulso e torceu a boca

—Ela já saiu faz uma hora, não sei se ela ainda volta hoje. Daqui a pouco o expediente termina e não sei se ela chegara a tempo. 

Droga! 

—Tudo bem. Eu vou entrar em contato com ela. Obrigada. 

—Até logo.

Eu voltei para o elevador   e liguei para Hamilton assim que fiquei sozinha. 

"Olá, é a Natalie. No momento não posso atender. Retorno assim que puder" 

Eu nunca pensei que sentiria tanta raiva de sua voz, liguei inúmeras vezes e sua ligação apenas caia na caixa de mensagem. Pensei em mandar uma mensagem explicando tudo, mas achei melhor falar isso pessoalmente, aliás precisávamos pensar em como poderíamos resolver isso sem prejudicar minha família. 

No Hall da NH eu andava de um lado para o outro, ligando inúmeras vezes para Natalie, mas sem sucesso. Eu estava apreensiva, minhas mãos suavam e eu tentava conter minha respiração, pois eu estava a ponto de uma crise de ansiedade. E então eu a vi, entrando pela porta giratória, e meu coração se acalmou, ela tirou seu óculos escuro e abriu um largo sorriso ao me ver, e eu por um lado, só consegui transmitir um olhar serio e apreensivo. E assim que ela percebeu, seu sorriso se desfez. 

—Ana, aconteceu alguma coisa? — perguntou com um olhar preocupado. 

—Natalie, a gente precisa conversar. Acontec... 

O olhar de Natalie se desviou e eu senti uma mão firme e forte em minha cintura. Dereck se posicionou ao meu lado, e puxou meu corpo colando ao seu. 

—Natalie, eu não posso deixar minha noiva um segundo sozinha que você cai matando? — sua fala era irônica e debochada. 

—Você não precisaria se preocupar se confiasse no teu taco. — sua voz era seria e em seguida seu olhar voltou até mim. —Ana, eu preciso que você suba comigo e assine alguns papeis, como sua temporada com a NH termina logo, eu preciso de alguns dados para o fechamento do contrato. 

—Sim— tentei me afastar de Dereck, mas seu braço era firme em minha cintura impedindo que eu realizasse tal ação. 

—Natalie, amanhã é sábado. Ela pode fazer isso na segunda. — Ele caminhou e puxou meu corpo conforme os passos que ele dava. — Nós vamos jantar em minha casa. Eu até chamaria você, se fossemos íntimos e se você não desejasse mais a minha noiva. Mas eu acho melhor prevenir. 

Natalie não disse nada, apenas me lançou um olhar juntando suas sombracelhas, como se não tivesse entendendo o que estava havendo. Mas, ela não falou nada, provavelmente não esperava essa alfinetada de Dereck que a desarmou. 

—Até logo, Hamilton. 

Ele caminhava comigo para longe dela, que tinha ficado ali, parada e sem entender. E eu lamentava muito não poder ter a encontrado antes e ter falado tudo, e eu precisava arrumar um jeito de contata-la, pois eu não aguentava ficar mais um minuto fingindo ser a noiva de Dierden, e fazer parte desse teatro todo.