Descobrindo o Prazer (EM REVISÃO)

Capítulo 12

Como que em segundos você pode desconhecer tudo aquilo que conheceu sobre alguém?Parece impossível, entretanto não estamos fadados a que isso não aconteça pelo menos uma vez em nossas vidas . Conhecer alguém, confiar e bastar um estalar de dedos para desconhecer totalmente.

 Natalie caminhava pelos corredores do seu enorme apartamento, e eu me mantinha um pouco atrás, a seguindo, me xingando mentalmente por não estar com meu celular nesse momento, uma procura rápida pelo google sobre BDSM ia me ajudar bastante. Hamilton dobrou no corredor a sua frente e desceu uma escada, com poucos degraus, se tudo não fosse tão delicado, e luxuoso, eu apostaria que ali seria um porão onde entulhos eram guardados, mas até a porta que tinha no final do pequeno corredor ao descer os degraus, era brilhante, com detalhes bem desenhados, ela tirou um molho de chaves do bolso da calça, e me esperou atentando até que eu me aproximasse, colocou a chave na fechadura e a girou lentamente, tão lento que parecia que não queria me mostrar o que estava atrás da porta.

Ao abrir meus olhos se arregalaram, eu estava diante de algo que parecia torturante, as paredes do quarto eram preenchidas por um pano fofo da cor vinho, quase como um camurça, o chão preto cintilante,  uma cama no centro, encostada na parede que não estava apoiada no chão, mas pendurada por correntes grossas e brilhantes, com a cabeceira no tom avermelhado  realçando os lençóis pretos. Natalie deu pequenos passos para dentro do quarto e eu a segui vagarosamente, tímida e assustada, olhando cada coisa que aquele quarto possuía, a vitrine embutida na parede, cheia de  chicotes de diversos modelos, uma cadeira de couro no canto com coisas que eu não sabia explicar o que eram, um x gigante ao lado da cama com algemas em cada ponta, no outro lado, uma mesinha preta com gavetas, em cima  algemas de todos os tipos, um armário vermelho e simples, aliás eu acho que era a coisa mais simples que existia naquela sala. Havia coisas impossíveis de explicar e eu nem sei se existia um nome certo para dar a aquelas coisas. Mas tudo tão brilhante e muito bem arrumado.

—Diga algo.—Natalie dizia com as mãos enfiadas nos bolsos da calça, e eu sabia que meu silencio estava a matando. 

—Isso é chamado de BDSM? —Perguntei sem tirar meus olhos daqueles acessórios.

—BDSM é um acrônimo para bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo. 

—Então, você brinca de Christian Grey? 

—Por favor—ela sorriu doce—não me ofenda. 

—É como se eu estivesse dentro do filme. 

—Ana, o filme não tem muito a ver com a realidade. Se você aceitar, irá ver que não tem muita comparação. 

—Meu deus—disse chegando mais perto da vitrine , recheadas de chicotes e chibatas. —isso é loucura, Natalie. Eu não sei o que dizer... 

—Ana...—ela disse dando uma pequena pausa, mas logo prosseguiu—podemos conversar lá fora? Conversar com você aqui dentro é tentador. 

Por um momento senti meu sexo pulsar após ouvi-la. Isso era loucura, mas apenas  pensar em foder com Natalie naquele lugar me deixava excitada, e eu sei que eu não deveria agir assim, era totalmente surreal e ia de contra a tudo o que eu já havia visto em toda minha vida, assim como me envolver com uma mulher.  

Já na sala, eu ainda estava assustada por tudo o que vi e eu mal conseguia falar algumas palavras. 

—Natalie, preciso que você me fale tudo o que isso significa. Tudo. 

— O intuito do BDSM é trazer prazer através da troca erótica de poder

—Você seria a figura dominante? 

—Sim, mas eu quero que saiba que você não é obrigada a aceitar, eu apenas lhe mostrei uma parte de mim que poucas pessoas conhecem. 

—Outras mulheres...quer dizer você já teve varias submissas?