Capítulo 1

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- Eu sei, eu sei Sapeca! - Nilce disse com o celular apoiado no ouvido e no ombro – Mas eu não estou atrasada! - mentiu

- É claro que esta ! - Sapeca ralhou do outro lado da linha – Eu te conheço Nil.

E conhecia mesmo. Ambas costumavam dizer que eram des-gemeas. Irmãs de alma. Sapeca com os cabelos escuros e com pontas loiras, e Nilce com cabelos claros caídos em fios retos bem cuidados.

- Vou desligar, tenho que estacionar.

Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro.

- Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga ... - ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado – Aha! - ela disse sorrindo quando finalmente avistou uma vaga, ao longe.

A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga.

- Ah não! - ela disse acelerando o seu carro.

Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir.

- Toma essa idiota. - ela disse olhando pelo retrovisor.

Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.

- Caia fora, caia fora ... - ela repetiu.

O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente a frente, obrigando-a a frear.
Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Nilce furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou:

- Essa vaga era minha idiota. - ela disse gritando
Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele um homem bonito e vestido de terno e gravata desceu com uma pasta na mão.

- Não vi seu nome escrito nela. - ele disse com um sorriso debochado.

- Ora seu ... - Nilce praguejou – você não tem educação? Seu ... seu ... argh! - ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa.

- Procure outra vaga fim de papo. - o homem disse trancando o carro.

- Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo. - ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta.

- Maravilha, estou atrasada! - ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga. Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro as presas, se equilibrando no salto alto que usava.

Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa.

"Onde foi que eu coloquei aquele papel?" - ela dizia em pensamento - "Droga, droga, droga!"

A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo.

- Oh achei! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar.

A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos.

- Olha só o meu cabelo... - ela disse olhando seu reflexo no metal – Que coisa lamentável.

- Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial?

Ela levantou os olhos viu o mesmo homem do estacionamento atras de si.

- Não te interessa. - ela disse virando e apertando o número do seu andar.

- Quanta educação. - ele disse ainda com aquele maldito sorriso irônico – Você achou uma vaga afinal? Nesta estava escrito o seu nome?

A ironia pingava de cada palavra dele.

- Desculpe, - ela disse forçando um sorriso – sei que você esta tentando descobrir meu nome, mas mamãe disse para eu nunca discutir com idiotas, porque eles acabam nos rebaixando ao nível deles e ainda ganham por experiência. Por isso não vou discutir com você. - a porta do elevador se abriu – Tchau idiota.. - ela disse lhe mandando um beijo no ar.

Ela verificou o papel mais um vez, e começou a caminhar em direção a mesa da recepção.

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora