Capítulo 96

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Leon acordou no dia seguinte livre de qualquer pensamento coerente. Sabia apenas que estava cansado como à tempos não se sentia.
Esticou os braços soltando o ar e relaxando os músculos. Tossiu. Sua garganta estava seca demais.
Ele suspirou como se criando coragem, e olhou o relógio que marcava cinco e quarenta e quatro da manhã.

Empurrou as cobertas tossindo novamente e soltou um palavrão baixinho quando tropeçou no pé da cama. Amarrou com força o roupão e começou a descer as escadas, tentando fazer o menos possível de barulho para não acordar Nilce, que certamente ainda dormia.

A cozinha estava mergulhada na escuridão, mas isso não o impediu de achar o interruptor. A luz branca da lâmpada, o fez espreitar os olhos ate que estes se acostumassem com a nova iluminação.

Encheu um copo de água gelada e tomou todo de uma vez. Estava no fim do segundo copo quando seus olhos focaram na pequena peça em cima da mesa. Ele se afogou, e secou a boca com o dorso da mão, voltando a praguejar.

Pegou a pequena e delicada peça entre os dedos enquanto largava o copo na pia.

O que a calcinha de Nilce estava fazendo em cima da mesa?

As lembranças da noite anterior lhe invadiram a mente de uma só vez e ele voltou a ficar com a garganta seca, porém desta vez não de sede.

A imagem de Nilce nua sobre a mesa, enquanto ele lhe explorava com a língua, lhe veio a mente e então ele se lembrou de tudo. Haviam transado na cozinha, na sala, no quarto... Tais memórias lhe provocaram um comichão na virilha e tentando mudar o rumo dos pensamentos apanhou um pedaço de papel descartável para secar a água gelada que havia escorrido por seu pescoço.

Sua mente continuou vagando e em questão de segundos ele também se lembrou de que novamente acordará sozinho, mesmo depois de tudo.

Milhares de pensamentos giraram em sua cabeça com uma rapidez recorde. Perdido e distraído entre eles, Leon foi até a lixeira largar o papel molhado, mas deixou cair a coisa errada. Ao invés do papel, a calcinha havia ido direto para o lixo. Ele a juntou rapidamente agradecendo por não haver nada orgânico no lixo, somente algumas embalagens de comida pronta, um teste de gravidez, e mais papeis descartáveis.

A mão dele paralisou e seus olhos se arregalaram focando o teste em meio as outras coisas. 

Ele quase pode sentir a adrenalina começar a correr em suas veias, enquanto seus dedos trêmulos agarravam aquela pequena coisa que mostrava duas linhas.

Ciente de que suas pernas estavam moles e que o suor frio começava a gotejar de sua testa, ele sentou-se em uma cadeira em frente a mesa.

- Meu Deus... - ele sussurrou apoiando as mãos na cabeça, deixando o teste em cima da mesa bem debaixo dos seus olhos.

Ele respirou fundo uma, duas, três vezes, e a sensação de que precisava de ar continuou lá, presente.

- Leon? - alguém sussurrou tão baixo que ele mal identificou o som. - Leon?! É você? - agora um pouco mais alto – Me responde!

Ele viu a sombra de Nilce que se aproximava da cozinha com passos cuidadosos e amedrontados:

- Leon? - ela repetiu colocando a cabeça para dentro da cozinha – Mais que merda. - ela gritou com a mão no peito – Quase me matou de susto. Acordei com um barulho, e depois escutei passos e... - ele a interrompeu.

- Quando você ia me contar?

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora