Capítulo 93

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A semana seria difícil para todos.

Nilce chegou a esta conclusão na manhã seguinte quando levantou sentindo as pernas pesadas e doloridas.

Já fazia dois dias que haviam descoberto sobre a gravidez de Sapeca, e a morena ainda não tinha tido o momento certo para dar a notícia a Edu.

Nilce escovou os dentes e penteou os cabelos, cogitando a possibilidade de mudar de visual, já estava cansada de ser sempre a mesma. Amarrou bem o roupão em volta da cintura, por cima da calça de abrigo e da blusa branca de algodão.

Naquela manhã fazia frio, e o vento não estava nada agradável.

Desceu as escadas bocejando e um grito morreu em sua garganta quando viu Leon de pé na cozinha. Tinha o cabelo totalmente bagunçado, e o roupão não estava bem amarrado. Seria uma imagem extremamente sexy e provocativa, se Nilce não houvesse reparado no nariz e nos olhos vermelhos, e nas olheiras que denunciavam a noite mal dormida.

- Bom dia. - ela disse com a voz mais rouca que o normal por ter acabado de acordar – Caiu da cama?

Ele não sorriu. Mal sinal.

O dia de Nilce realmente não havia começado bem... ou melhor nem se quer havia começado a julgar que o seu dia começava apenas depois de ver o sorriso de Leon.

- Café? - ele ofereceu indicando a térmica em cima da pia.

- Sim. - ela disse estreitando os olhos e o analisando – Esta tudo bem?

- Porque não estaria? - o tom da sua voz soou frio.

- Não sei. - ela disse tomando o primeiro gole de café – Você parece abatido. Triste.

- Eu apenas não dormi bem esta noite. - ele deu de ombros sem encará-la.

- Você sente-se doente? Por que não dormiu?

- Não creio que esteja doente. Apenas não consegui dormir.

O silêncio que se seguiu tirou uma boa parte da paciência dela e quando ela estava prestes a gritar ele falou:

- Vou subir. Não precisa se preocupar com o meu almoço.

Nilce arregalou os olhos:

- Você vai passar a tarde aqui? Não vai trabalhar? Digo, não vai para a empresa? - ela se sentiu estúpida por parecer tão perturbada com a idéia dele ali o dia todo.

- Não. Hoje não. - ele disse já no alto da escada, e logo o barulho da pesada porta do quarto dele foi ouvido.

Nilce piscou uma, duas, três vezes, e continuou atordoada.

Leon nunca faltava ao serviço, podia té se atrasar mas faltar nunca!

Ele estava estranho naquela manhã e disso ela tinha certeza. Estaria ele doente e tivesse mentido? Mas Leon era forte como um touro.

A curiosidade de Nilce impediu que ela continua-se ali parada no meio da cozinha. Respirou fundo enchendo os pulmões de ar e largou a xícara em cima da mesa, começando a subir as escadas decidida a desvendar o terrível mistério que rondava seu marido.

Sendo levada por uma onde de adrenalina e coragem ela abriu a grande porta do quarto de Leon sem bater, porém nem toda a coragem do mundo poderia deixar seu coração imune e preparado para aquela cena.

- Lon... - ela disse com a tão doce que até ela mesma estranhou.

Ele virou-se pra ela percebendo só agora sua presença. Não escondeu o rosto. Era Nilce que estava na porta o olhando com aqueles grandes olhos brilhantes. Não tinha o que temer.

 

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora