Capítulo 108

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- Nilce? - Leon gritou largando a maleta no sofá.

- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.

Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.

Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais. Tudo graças a Nilce. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Nilce. Ele sorriu contente.

- Leon! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.

- Hmm?

- Perguntei se você esta bem.

- Estou. - ele respondeu confiante.

- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?

O sorriso dele aumentou. 

Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.

- Você é muito mázinha. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.

- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento.

- Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.

Leon soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela inconstando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.

- Você me sujou com areia?

- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos – Isso não é areia.

- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora.

- Um tipo de fertilizante.

- Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas.

- Isso.

- Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.

- Sim. De vegetais apodrecidos.

Sim ela era muito mázinha.

- Eu vou contar até dez Nilce. Um.... Dois....
Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.

Quando Leon finalmente gritou o “dez”, ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora