- Nilce? - Leon gritou largando a maleta no sofá.
- Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.
Ele caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ele mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Não lhe lembravam o amargo velório de seus pais. Tudo graças a Nilce. E agora as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Nilce. Ele sorriu contente.
- Leon! - ela gritou mostrando que já o estava chamando a algum tempo.
- Hmm?
- Perguntei se você esta bem.
- Estou. - ele respondeu confiante.
- Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso dele aumentou.
Ele deu alguns passos terminando com a distância que havia entre eles, se abaixou e colou os lábios nos dela como uma leve carícia.
- Você é muito mázinha. - ele disse quando afastou um pouquinho os lábios.
- Sou é? - ela disse com os olhos brilhando de divertimento.
- Sim. - ele sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando. Ela sorriu mais e então acariciou a bochecha dele.
Leon soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu a mão dela inconstando nele. Sentiu algo gelado em sua bochecha e então arriscou um rápido olhar para as mãos delas.
- Você me sujou com areia?
- Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos – Isso não é areia.
- Então o que é isso? - ele disse sorrindo de forma ameaçadora.
- Um tipo de fertilizante.
- Um tipo de fertilizante? - ele repetiu juntando as sobrancelhas.
- Isso.
- Você colocou esterco em mim? - ele perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto ela apenas riu.
- Sim. De vegetais apodrecidos.
Sim ela era muito mázinha.
- Eu vou contar até dez Nilce. Um.... Dois....
Com um pequeno gritinho ela saiu correndo para dentro da casa.Quando Leon finalmente gritou o “dez”, ele levantou como um predador. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para eles durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ele podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
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Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)
Mystery / ThrillerQuando Nilce Moretto enviou seu currículo para a Empresa Martins, foi somente para deixar de ouvir Sapeca lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...