Capítulo 49

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Eram seis horas da manhã quando Sapeca acordou com o barulho de louça sendo quebrada. Dando um pulo da cama, a morena correu para ver se estava tudo bem.

- Nilce... - Sapeca disse vendo a amiga com as mãos ensaboadas - ..o que você está fazendo lavando louça a essa hora?

- Desculpe se te acordei. - ela disse com um sorrisinho amarelo - Não consegui dormir nada essa noite. - ela disse fazendo uma careta.

Sapeca suspirou e logo depois deu um grande bocejo.

- Ele ligou para o seu celular? - ela quis saber curiosa.

- Não sei. - ela respondeu seria.

- E porque você não sabe? - a morena insistiu.

- Porque deixei o celular lá em casa. - ela disse sem perceber que se referia como se a propriedade fosse dela.

- Você é louca? - Sapeca disse com um gritinho histérico - E ele não ligou pra cá? - ela disse apontando para o telefone.

- Eu o tirei do gancho. - ela disse em tom de professora - E para o seu celular?

- O meu celular está no silencioso ... e eu se quer sei onde ela esta. - ela admitiu parecendo só lembrar disso agora - Já pensou se seus pais te ligaram e você não atendeu? - ela disse de repente

Nilce ficou séria. Não havia pensado nisso... Também não pudera, havia saído com tanta presa.

- Quero só ver na desculpa que você dar arranjar para eles caso Leon atenda o celular. - a morena riu divertida da cara de Nilce

- Isso não é nada engraçado! - Nil ralhou - Você acha mesmo que ele fez isso?

- Talvez. - a morena disse dando de ombros.

- Droga! - ela gritou secando as mãos - Pode me levar pra casa agora?

- Sim senhora. - a morena disse ficando de pé novamente - Só me devolva o pijama.

- E o que eu faria com um pijama cheio de girafas? - ela disse divertida sobre a estampa da pijama.

- Ora, não cuspa na prato que comeu sua idiota. - a morena disse lhe dando um leve empurrão fazendo-a rir.

E logo depois de alguns minutos ambos saiam de casa. Nilce se encontrava com a mesma roupa da noite anterior, a maquiagem não estava mais impecável, e as olheiras demonstravam que ela realmente não havia dormido a noite.

- E então? Como vai ser? - Sapeca perguntou quando estavam a menos de uma quadra da casa de Leon.

- Como vai ser o que? - ela disse confusa.

- Você sabe o que eu quero dizer. - ela disse rolando os olhos.

- Eu acho que não sei não. - Nil disse com a sobrancelha erguida.

- Quero saber se vai bater nele até a morte. Vai?

Nilce riu. Mesmo após tantos anos, Sapeca sempre a surpreendia com essas perguntas sem cabimento.

- Você faria isso se estivesse no meu lugar?

- Talvez. - ela disse dando de ombros.

- Tenho pena do Edu em suas garras sabia? - foi a vez da morena rir.

- Ela não pensa o mesmo que você querida, pode apostar.

Não demorou muito para que o portão da casa de Leon já pudesse ser avistado.

- Chegamos. - Sapeca disse puxando o freio de mão - Você vai ficar bem? - ela disse seria desta vez.

- Sim, não se preocupe. E obrigado pela ajuda.

- É para isso que servem as irmãs não? - a morena disse sorrindo cúmplice.

- Mesmo assim obrigado. - Nil disse lhe dando um abraço forte - Estaria perdida sem você.

- Eu sei. - ela disse esnobe.

- Vá a merda. - Nil disse descendo do carro.

Com uma buzinadinha desnecessária Sapeca arrancou.

Nilce respirou fundo sentindo que agora estava sozinha.

Girou a chave no portão e entrou rezando para que Leon já houvesse saído para o trabalho.

Caminhou pelo longo jardim, que de repente tornou-se minúsculo, pois cada passo que dava em direção a porta de entrada mais sentia a garganta fechar e lhe faltar o ar.

Juntando toda a coragem que lhe restava ela abriu a porta entrando de uma só vez. Estava prestes a se encaminhar ao primeiro degrau da escada quando a voz grave e rouca de Leon lhe fez ficar paralisada:

- Você sabe que horas são? Posso saber onde diabos você estava que deixou o celular em casa?

Ela não precisou virar-se e encará-lo para saber que ele estava cuspindo fogo que tão bravo.

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora