Capítulo 84

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Quando Nilce acordou teve a certeza de que nunca na vida havia acordado tão esgotada. A luz que refletia na janela não era do sol, e sim da lua, indicando que ainda não havia amanhecido. Ela se virou na cama tentando achar alguma posição confortável. Pura perda de tempo.

Com uma última tentativa ela espichou todo o corpo se espreguiçando, e foi quando sentiu uma fisgada na perna, e logo outra, e outra, até ter certeza que aquilo era uma cãibra. Mordeu o lábio inferior. Não iria gritar! Se recusava a gritar. Ainda se lembrava muito bem de ultima vez que fora vencida pelas cãibras e gritara pedindo ajuda a Leon. Porém não agora, não com eles brigados.

Era orgulhosa de mais para isso. Gemendo de dor, ela começou a massagear a própria perna até o que músculo parasse de se contrair


A dor era insuportável! Ela e o seu maldito problema com o potássio!

Assim que as dores diminuíram ela desceu as escadas e foi até a cozinha. Tomou água, comeu algumas bananas e teve a certeza de que o sono não voltaria.

Pegando o controle da teve e se deitando no sofá, em meio a casa completamente escura, ela ligou a televisão e abaixou o volume até que somente ela pudesse ouvir. Procurou por alguma coisa interessante e começou a prestar atenção, até que a suas pálpebras pareceram pesar uma tonelada, e ela jogou a cabeça para trás respirando fundo e fechando um pouco os olhos, só um pouquinho. Porém foi somente isso que precisou para que ela dormisse profundamente, ali, com a tv ainda ligada.

Ela estava com a cabeça jogada pra trás, numa postura nada confortável E foi exatamente assim que Leon a encontrou pela manhã quando desceu as escadas atrasado para ir para a empresa.

- Nilce? - ele disse para se certificar que ela dormia. Ela nem se mexeu e ele foi obrigado a rir.

Como alguém conseguia dormir naquela posição?
Ele olhou o relógio, já devia ter saído de casa, mas como sairia e a deixaria ali? Tão mal acomodada?

Ele se aproximou e chamou duas, três quatro vezes e nada. 

- Nilce, acorde! - ele disse lhe cutucando o braço, lutando com o desejo primitivo de lhe beijar a boca – Nilce acorde! - ele ficou repetindo até que ela engoliu a saliva e abriu os olhos.

Elas piscou duas vezes e conseguiu distinguir a teto da sala de estar. Ela havia dormido no sofá.

- Acordou? - a voz de Leon lhe inundou os ouvidos.

Apressada ela tentou olhá-lo, mas soltou um grito quando tentou mexer o pescoço:

- O que foi? - ele quis saber já com olhos arregalados
- Meu pescoço. - ela disse com calma – Acho que tive torcicolo. - ela disse massageando o próprio pescoço.

- Não me admira. Veja a posição que dormiu. - ele disse a repreendendo.

- Eu só fechei os olhos por alguns instantes. - ela se defendeu.

- Oh sim, você sempre fala a mesma coisa. “Eu só fui descansar os olhos”, “Eu só fechei por um momento os olhos” - ele disse imitando a sua voz.

Não querendo outra discussão entre eles, Nilce revirou os olhos e se levantou do sofá continuando a olhar para cima, para que o pescoço não doe-se:

- O que vai fazer? - ele quis saber.

Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora