Ela desceu do elevador e pegou a chave do carro na bolsa de Sapeca.
- Nilce! - Gritou Leon alguns metros atrás dela.
Ela não parou, apenas ergueu o queixo e continuou andando depressa. Ele corria e ela sabia que ele devia ter descido pelas escadas do prédio. Ela estava nervosa de mais e demorou mais tempo do que pretendia com a chave para destrancar a porta.
Quando sentou-se no banco trancou tocou as portas e ligou o motor. A mão grande e pesada de Leon bateu no vidro com força.
- Vamos conversar, por favor! - ele pediu quando chegou até a janela do carro, ofegante.
- Não temos mais o que conversar. - Ela garantiu e viu pelo espelho retrovisor Edu, Sapeca e Gláucia também correndo na direção deles.
- Desça desse carro e vamos conversar por favor! A Amanda esta louca ela...
- Deixa eu adivinhar: ela te agarrou, te beijou tirou a própria blusa e abriu o seu cinto.
- Isso! - ele gritou com ênfase - Eu não pude fazer nada.
- Sim, claro, afinal você só é uma dez vezes maior e mais forte que ela! Agora saia de perto do carro, caso contrário não pensarei duas vezes antes de atropelar o seu pé. - ela o alertou.
- Você vai para casa?
- Sim. Vou pra minha casa.
- Ótimo... - ele disse respirando fundo -... vou pegar o meu carro e nos encontramos lá.
- Acho que você não entendeu... Eu disse a minha casa, não a sua.
Todo o corpo de Leon tremia de pavor:
- O que isso quer dizer?
- Não aguento mais Leon. Estou indo embora. - ela disse sentindo as malditas lágrimas caírem de seus olhos e o voz ficar tremula de repente.
- Não. - ele gritou dando outro tapa no vidro - Abra esse carro! Você não pode ir embora! Não pode me deixar!
- Não se preocupe. - ela pediu respirando fundo - Vou deixar que diga para a imprensa que foi você quem pediu o divórcio e quanto ao dinheiro, os quinhentos mil de adiantamento, eu prometo devolvê-lo assim que puder e...
- Que se dane! - ele gritou batendo a mão no vidro novamente - Você não pode me deixar, eu te amo!
As três palavras que Nilce tanto queria ter ouvido nos dois meses e meio que haviam se passado, agora a machucavam como facadas. Reunindo todo o resto de resistência que ela ainda tinha, falou:
- Isso foi um acordo entre nós, fez sua parte e agora o acordo acabou, então por favor saia de perto do carro!
- Nilce! Volte! - ele gritou enquanto ela manobrava o carro e arrancava em direção a autoestrada.
- Leon? - Edu gritou parando ao seu lado - O que houve?
- Amanda! - ele gritou sentindo a voz falhada e vendo o carro de Nilce se afastar cada vez mais - Eu... fiz o que a Nilce pediu, eu a despedi e então ela riu e tirou a blusa, se jogou em cima de mim e começou a me beijar, abriu o meu e alguns botões da camisa, quando eu consegui afastá-la Nilce estava parada na porta nos olhando! - ele disse passando as mãos no cabelo e tendo a sensação que logo seu coração se partiria em dois - E agora ela foi embora! O que vou fazer Eduardo? Meu Deus eu a amo, como não percebi antes?!
Já, há alguns quarteirões dali, Nilce ultrapassava um sinal vermelho enquanto as lágrimas lhe nublavam a visão e os soluços lhe invadiam os ouvidos como uma melodia dramática e triste.
Não queria mais ficar naquele lugar... naquela cidade. Queria voltar para casa. Para o mundo onde ela podia ter o controle das coisas, ou de quase todas as coisas. No mundo onde Leon jamais a acharia...
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Amor por contrato - Leonil (ADAPTADA)
Mystery / ThrillerQuando Nilce Moretto enviou seu currículo para a Empresa Martins, foi somente para deixar de ouvir Sapeca lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal do presidente da empresa. Assim...