Capítulo V

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Passado...
"Tomarei a decisão mais difícil de todas. "

Já é noite e amanhã será complicado. Direi a Hector onde a passagem secreta para o castelo está. Salvarei a vida de minha mulher e de meu filho.

- Meu bem? - olho para cima. Estamos sentados na cozinha. A lamparina ilumina mal, porém é o bastante para comermos.

- Não vai comer? - ela parece preocupada. Sorrio fracamente.

- Irei... - ela olha para seu prato e corta um pedaço do porco. O grito ensurdecedor do porco volta a invadir meus ouvidos e corto um pedaço dele levando a boca.

- Você está estranho desde que chegou... - ela diz com um fio de voz e levanta o rosto com lágrimas. - Eu sei o que quer fazer... - ela aparece abalada. - Por que simplesmente não me diz, preciso ouvir da sua boca. - uma lágrima cai e ela seca com as costas da mão. - A princípio achei que permitiria que eles entrassem aqui e me matassem, mas vejo o que quer fazer... - Sua voz está trêmula. - É traição! O que fará se eles descobrirem? - ela parece desesperada.

- É para te proteger... - ela bate com as mãos na mesa e suspiro - Não se irrite, fará mal ao nosso bebê. - ela se coloca de pé empurrando a cadeira que está sentada e ela faz barulho ao ser arrastada.

- Não tente me proteger quando sua vida está em risco! - ela vocifera. - Eu sou uma bruxa e nem mesmo toda a legião de bruxos é capaz de destronar nosso rei! Hector sabe disso e mesmo assim os nossos o escutam e estão caminhando para a morte. - ela chora e me levanto caminhando até ela. Abraço seu corpo trêmulo. Ela me aperta. - Essa batalha vai matar a todos! Não vou deixar que nosso Faruk cresça sem pai!  - sorrio e me sinto confortado.

- Já descobriu o sexo do bebê? - ela assente.

- Consegui sentir hoje ... Passei o dia tentando. - a voz dela falha um pouco. Uso uma mão e levanto seu queixo. Ela me olha e funga.

- Sabe que preciso fazer isso. - ela nega.

- Se fizer eu mesma tentarei contra a vida do rei! - nego.

- Será paciente. - ela faz um bico. - Já criou o Jardim. Quero que guarde forças para voltar para ele. Use sua magia para quando falecer conseguir carregar sua alma até o jardim. - ela nega.

- Se trair o rei estará no lago de ossos e quero estar lá! Com você! Juntos no lago de almas perturbadas. - nego.

- A rainha é misericordiosa. Ela me colocará junto a ti. - ela não parece acreditar.

- Eu serei a responsável por trazer tristeza para as futuras gerações do rei se você morrer! Escreva o que estou dizendo! Todas. Entenda. Todas elas vão pagar por tirar você de mim. Entende isso? - assinto.

- Mantenha seu coração puro e não mate. Te quero no jardim. - ela assente. - Se algo acontecer te esperarei lá. - me viro para o porco e faço uma careta. - Ele está estragando nosso momento... - ele grita e me enlouquece. Olho para Ágatha e ela ri.

- Queria silêncio? - assinto e ela aponta o indicador. Névoa negra atinge o porco e ele se cala. Ela lança um olhar suplicante. - Não faça isso. - sorrio.

- Preciso tentar te salvar.

***

Meses atrás...
- Ada! - olho para o meio da ponte e sorrio. Corro até Rocca. Ele se afasta correndo e sigo a todo vapor.

- Se eu te alcançar o que ganho? - ele ri com a voz grossa.

- Te deixo tocar meu rabo. - alço vôo. "Então seu rabo é meu queridinho!" Vôo e caiu planando em cima dele. Ele grita e Agarro seus bracinhos. Levanto ele no ar e voamos acima da trilha de pedras preciosas.

O vento roça meu rosto e me sinto em paz. Descemos quando vejo o pomar de Uga, coloco ele no chão e ele gargalha.

- Poderá tocar meu rabo. - balanço a cabeça. - Sabia que te pegaria não é? - ele assente e pula.

- Sempre pega. - sorrio. Meu cabelo brilha imensamente. Abro os braços para Uga e ele pula.

- Guardiã ... - aperto ele.

- Como está meu pequeno? - ele resmunga algo.

- Está apertando Uga! - ele solta por fim e solto abaixando e rodando ele.

- Te machuquei?! - ele ri.

- Pare de tocar Uga agora! - reviro os olhos.

- Só se me der suas frutas! - digo e cutuco suas costelas.

- Sim! Sim! - ele diz e solto ele. Olho para o pomar e cruzo os braços quando vejo Rocca riscando uma fruta e desenhando um homem palito.

- Pare já de machucar as frutas! - lhe dou uma bronca. "Ora essas! Quem as come sou eu!" Ele se afasta e me olha com imensos olhos fofos. - Não faça mais e retire essa carranca de moribundo. - ele fecha os olhos e se vira fazendo bico e caminhando duro. Uga sorri.

- Finalmente ! - ele lança. - Minhas frutas não tem valor com ele desenhando essas coisinhas ... - sorrio.

- Dê-me uma dúzia delas por favor. - ele assente e abro minha pochete. Me agacho e ele começa a encher.

' Ada... Sinto sua falta!'

Sorrio abertamente e bato palmas. Vejo Rocca a alguns passos.

- Rocca deixarei você aqui e voltarei para o castelo, Faruk retornou. - ele assente. Alço voo e bato as asas com força. Tomo os céus com destreza e agilidade. "Estou indo!" Passo pela ponte de Almas perturbadas e olho para a escadaria do castelo. Baixo com pressa e olho para a visão mais encantadora de sempre.

Faruk está com a camisa retalhada e a lista negra de seu corpo é marcante. Sorrio. A calça de couro apresentação sangue na altura dos joelhos. Olho para ele e ele me oferece um sorriso com o canto dos lábios. O céu cinzento clareia imediatamente.

Ele caminha tão lentamente que parece um predador caminhando em direção a presa. "Não que eu não seja uma!"

Tão adorável.

Caminho para ele e paro assim quer estou em sua frente. Ele levanta a mão e passa os longos dedos entre os cabelos negros. Seus olhos brilham.

Adivinhem a cor? Violeta.

- Olá doce Ada... - ele lança e sua voz grossa e rouca atinge pontos específicos em meu corpo. - Assumo que seu dia foi memorável... - assinto.

- Você parece mais feliz hoje. - afirmo e coloco os braços ao redor de sua cintura. Seu olhar se torna inexpressivo.

- Sabe que é minha alegria não é? - assinto e ele olha para baixo levando os longos dedos para mechas do meu cabelo. Estou brilhando. Definitivamente estou radiante. Ele suspira enquanto desce o olhar para minha boca. - Temo te fazer infeliz se não ir atrás do meu passado, sabe que tem peças que não se encaixam.

- Que peças? - ele lambe os lábios e morde o lábio inferior.

- Este não é o assunto que quero debater agora minha criança. - assinto.

- Vai me dizer em algum momento? - ele leva a mão para minha nuca.

- Lembre-se, a roda da vida é infinita.

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora