FARUK II - A Rosa Vermelha

Capítulo XLVIII

Os montes de corpos já se estabelecem no chão. A noite caiu. Os grifos, unicórnios e elfos escalam os corpos e do outro lado ogros, lobos e duendes fazem o mesmo para continuar a batalhar.

A luta continua árdua e abatemos um terço pelo menos dos gigantes.  Fui atingido no braço, mas o sangue já secou. Não vi Ada mais.

- Gael! - olho para Arthur e ele me lança outra espada. Agarro o punhal e coloco a minha na bainha. Ataco a lateral do gigante dessa vez. Trovões. A exaustão começa a dominar meu corpo.

***

Ada...
Abro os olhos e olho para a perna. Escuro. As chamas do cabelos e asas iluminam o quarto. O barulho ensurdecedor de rugidos, trovões e gritos me dizem que estamos sobre grande ataque ainda. Suspiro e me levanto sentindo uma dor na perna. Caminho mancando até a janela e olho para o céu. Luzes multicoloridas pintam o céu. Seres alados. Milhares ainda lutam.

Subo no parapeito e alço voo. Fome. Olho para trás. "Preciso comer." Retorno e desço novamente no quarto. Sento na beirada da janela e abro a pochete. Pego uma fruta e olho o ardente combate enquanto como. Luzes piscam mais atrás e sei que magia sem fim está sendo usada.

Assisto a guerra e suspiro. Olho para minha barriga.

- Você deve estar morrendo de fome igual a mamãe não é? - mastigo outro pedaço da fruta - Ela vai ter que ser o suficiente está bem? Não posso continuar aqui. - digo e olho para a perna. O sangramento foi bem detido. Ela dói, mas é suportável para quem já foi torturada a sangue frio.

Termino de comer a fruta e sobrevoo o castelo. Olho para o céu e vejo ainda milhares de seres alados em uma longa distância. Ultrapassa o vilarejo.

Seres alados sobrevoam se aproximando e vejo alguns voarem de volta para a direção do vilarejo. Os feridos...

Volto a voar para a guerra e puxo a espada. Me aproximo girando a espada como um oito. A cada giro uma bruxa é atingida e cai. Sinto uma forte dor no braço quando uma forte magia me atinge. Rosno com a dor e a espada cai. Olho para cima e jogo uma asa na frente quando outro feitiço é lançado. O impacto me joga para trás. "Forte!" Encaro o bruxo. Um dos nove. Um loiro sorri para mim e meu coração palpita. Não é o que me ameaçou, mas tem o mesmo olhar. Respiro em descompasso. Alcanço o arco em minhas costas com uma mão e ele lança outro feitiço, bato com a asa na frente e sou impulsionada para trás. Agarro uma flecha e miro seu coração. Puxo e solto antes dele soltar outro feitiço. Ele fecha às mãos em torno da flecha e Arregalo os olhos. Olho para o lado e uma bruxa voa em minha direção. "Merda!"

Ele me encara e lança a flecha de volta. Fecho as asas como escudo e sinto o choque. Caio em queda livre e veloz. Abro as asas e rodopio no ar, recupero o equilíbrio antes de bater nas pedras que erguem o castelo. Puxo outra flecha e ingato. A bruxa ainda está vindo e lanço a flecha. Ela bate na testa da bruxa que é arrancada da vassoura e cai.

Olho mais atrás e vejo o loiro vir rápido e sorrindo. A escuridão deixa ele mais assustador. Pego mais uma flecha. Lanço e voo rapidamente para o chão no coração da guerra onde os corpos se amontoam. "Preciso de uma espada!" Acelero e olho para trás. Ele descarta a flecha e vira a vassoura. "Merda!" Olho para frente e me jogo em meio aos grifos que escalam os corpos. Vejo uma espada e voo baixo o suficiente para pegá-la. Pego velocidade e fujo do maldito bruxo. Olho para trás e ele gargalha. "Merda!"

Olho para frente e desvio do braço de um gigante que ruge e se debate. Trovões. O vento está começando a ficar insuportavelmente gelado. Olho para trás e vejo quando ele lança feitiços e seres alados vão ao chão em espiral. "Maldito!" Sinto meu corpo se aquecer mais e a armadura começa a ficar vermelha. Vai derreter. O bruxo me procura no ar e sinto cada célula do corpo ferver quando ele lança mais feitiços e mais seres alados vão ao chão.

- Ei! - grito e ele desvia o olhar para mim parecendo encantado. Sinto quando as roupas pegam fogo. As listras vermelhas cobrem meu corpo. As roupas caem em chamas e sinto a armadura ceder. Pego o metal flamejante enquanto coloco a espada nas costas. "Essa não durará muito!" Encaro ele enquanto seguro a carcaça da armadura em uma mão. Minhas mãos flamejam e sinto o metal entrar em minha mão, me agarro a ela enquanto ele me encara. As listras vermelhas cobrem minha virilha e sobem fazendo círculos e cobrindo as pontas do meu seio. Vão para os braços e se enrolam até chegar na mão que pega fogo. - Mexa com alguém do seu tamanho! - grito. Minhas asas estão maiores, do tamanho das de Faruk. As listras descem circulando minhas pernas e cobrem meus pés completamente que também estão em chamas. "Adeus botas."

Ele lança um feitiço e arremesso a armadura flamejante em sua direção enquanto desvio do feitiço. Me lanço contra ele e ele lança outro feitiço, desvio. Friso em seu pescoço e ele grita. O grito cessa enquanto o corpo se desprende da cabeça.

- Nunca mais matará meu povo! - grito para os olhos estatelados. Solto a cabeça que cai fedendo a queimado.

Minhas roupas já eram e as espadas também.

Olho para as costas e nem flechas, arco ou espada estão mais. Meu corpo está em chama e estou nua apenas sendo coberta pelas listras. Pego velocidade em direção ao meio e procuro Faruk. "Não posso mais lutar perto demais dos meus!" Sorrio e pauso. "Ou posso?"

Olho para um gigante e voo apressada desviando de seus imensos braços. Vento passa por mim e um rastro de chamas me segue. Passo distante dos seres alados.

Pulo sobre o peito do gigante com força e fecho os olhos. Vôo com força e sinto quando o cheiro de sangue invade meu nariz. Sinto quando bato contra a carne em seu peito e estendo as mãos. Atravesso queimando a pele e sangue evapora ao meu redor. Carne queima. Sinto quando atravesso a carne e sou lançada com força em meio ao sangue. Sangue me empurra um pouco e queima meu nariz. Deixo o sangue e atravesso mais carne. Sinto quando o cheiro de osso queimado me atinge e mais carne.

Sinto vapor e mais vapor. Respiro o ar em seguida. Olho para trás e o gigante começa a cair para trás. Desvio com pressa e ele tomba.

Bum!

Estou chocada. Acabei de atravessar o peito, coração e ossos de um gigante!