Capítulo XLII

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"Maldição!" Não aguento mais ver esses indivíduos cobiçando Ada. Principalmente o pirralho! Ele é sem noção de perigo. Olho para Ada e ela olha para frente com um sorriso fraco no rosto.

- O que te aflige? - ela me encara e seus cabelos reluzem.

- Estou preocupada com amanhã. - minha oportunidade de pedir para ela ir para a floresta verde é essa.

- Sente aqui. - sinalizo para minha perna esquerda e ela se senta. - Eu queria lhe pedir algo, mas me prometa que vai aceitar... - ela nega.

- Você só me pede coisas que me afastam de você, é raro pedir com sinceridade quando se trata de algo para nós dois. - suspiro e levanto um pouco a cabeça. Olho para seu rosto.

- É para seu bem. Amanhã tenho que me concentrar em matar alguns infelizes e não poderei estar perto de você. - ela se levanta e me encara com raiva.

- Se está tentando fazer eu ir para a floresta verde e me esconder como uma covarde, desista. - me levanto e me aproximo dela, pego uma mecha de seu cabelo brilhante e enrolo no dedo.

- Eu sei que adoraria matar alguns bastardos, mas pense... No campo de batalha lutamos pelas nossas vidas. Não pode lutar pensando nos outros. É você quem corre perigo. - ela se encosta e coloca a cabeça em meu peito.

- Não me distancie mais, eu sei lutar e quando estou com raiva posso ser muito perigosa. - abraço ela e beijo o topo de sua cabeça.

- Me prometa algo então. - ela assente.

- Não será para me manter longe?

- Não. - uma brisa atravessa e ela se encolhe para mais perto.

- Veste uma camisa, tenho a impressão de que você está com frio, mesmo que seu corpo esteja quente. - sorrio. "Tão doce..."

- Amanhã se estiver em real perigo, vai chamar meu nome. - ela assente e se afasta.

- Farei isso. - assinto.

- Bom! - pego sua mão e caminho com ela para dentro. Ela me segue e assim que chegamos no salão ela para. Olho ela e ela aponta para o rei. Suspiro. - Não seja impulsiva. - ela solta minha mão e caminha até a poltrona do rei. "Coitado..." Ela aponta o dedo na cara do rei.

- Só quero te dizer uma coisa seu velho caquético! Quando bruxas criarem asas de uma hora para a outra quero que você esteja mortinho para que as pobrezinhas não passem pelo que eu passei. - sorrio e caminho até ela. Seguro sua cintura e ela continua falando. - Eu que escute que que outro ser alado foi preso no calabouço com a desculpa que é um bruxo! Eu arranco essa coisa enrugada que você chama de pescoço! - Gargalho e Ada se solta de minhas mãos.

Assim que ela se solta e sai pisando duro olho para o rei.

- Agradeça que ela não te deu uns tapas na cara, ela costuma não ser tão amigável com pessoas que a machucam. - o rei me encara com raiva.

- Alguém precisa ensinar bons modos para ela garota petulante! - reviro os olhos.

- Agradeça por eu mesmo não cortar lhe o pescoço. - digo com frieza e me afasto me espreguiçando. - Tenha uma boa noite de sono meu rei. - digo e sigo para fora do salão.

- Onde pensa que vai, temos que organizar o nosso povo na linha de combate. - nego.

- Não tenho que fazer isso, a única coisa que tenho que fazer agora é cuidar do que é meu, meu trabalho só começa quando dia amanhecer. - digo e saio para longe.

Sigo para o corredor e caminho em direção ao quarto. Entro e fecho a porta.

Ada está sentada sobre a cama e sorri.

- Nem acredito que vou poder descansar ao seu lado novamente. - sorrio. Pode ser a última noite que durmo do seu lado e meu coração aperta.

- Aproveitarei cada segundo do seu lado minha pequena. - ela vira as costas para mim e subo na cama. Desfaço o laço do espartilho e seguro as mangas em seu ombro.  Desço e deposito um beijo de cada lado.

- Quero estar do seu lado amanhã no campo de batalha. - sinto meu peito doer.

- Estou na linha de frente. Não quero que esteja lá. - ela suspira. Me aproximo de seu pescoço e abro a boca o suficiente para chupar e sentir seu sabor. Minha...

- Sabe que não pode me impedir... Sou a segunda mais forte . - engulo seco. Ela se levanta e seguro o vestido no lugar para que seu corpo saia de dentro dele. Ela se vira e se senta me encarando. Meu corpo responde ao traçar cada curva com meus olhos. Olho para seus olhos e sinto medo.

- Do meu lado não Ada... - ela se aproxima e se senta no meu colo.

- Estarei lá e lutarei do seu lado. Sei que estarei lutando por minha vida, mas meus motivos são fortes para que eu saiba o que estarei enfrentando. - sinto medo de perdê-la.

- Confiarei na sua força, mas se você se ferir eu saberei e quero que recue. - ela assente e sorri.

- Obrigada. - sorrio de volta e abraço seu corpo. Quente, acolhedor, macio, delicioso e com o encaixe perfeito.

- Não quero mais sentir a sensação de perda. Não com você... - ela suspira e deposita um beijo em meu pescoço.

- Não vai. Lutarei por mim e por você. - sorrio e agarro um punhado de seus cabelos. Enrolo na mão e puxo para trás. Ela me encara e sorri.

- Lute comigo agora. - peço e ela espreme os olhos.

- Eu disse que te puniria por ser um idiota! - sorrio.

- Estou esperando Guardiã Vermelha...- ela segura meu braço com as duas mãos .

- Solte meu cabelo. - nego.

- Estou esperando. - seus olhos se tornam violeta.

- Você que pediu. - solto um grunhido quando ela enfia as unhas em meu braço e solto seu cabelo.

- Ada! - ela ri.

- Eu realmente quero te matar as vezes Faruk! Essa é uma das vezes! - torço o nariz.

- Não dessa forma. Mate-me de outras maneiras guardiã. Sabe que senti sua falta. - ela suspira e se levanta do meu colo.

- Saia dessa calça de couro então.  - sorrio e me levanto. Arranco as calças e engatinho para cima dela.

- Minha Criança...

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora