Capítulo XXI

885 120 0
                                    

Ouço trovões e a terra move. Um pouco de terra se desprende e engulo seco. "Algo me diz que irritaram Faruk!" Olho para o lado e Meu companheiro de cela está sentado assoviando.

- Como pode estar tranquilo! O céu parece estar em guerra! - digo e ele abre os olhos me olhando.

- É apenas uma tempestade violenta. - "Tempestade violenta!? Ele já viu Faruk de mal humor?! Acho que não!" Bufo.

- Se essa chuva que está ameaçando cair realmente cair seremos massacrados. - olho para o teto. O teto é de terra viva. Em minha época essa parte do castelo é reforçada com paredes e teto realmente fortes. O brilho do meu cabelo diminui. "Faruk precisa se acalmar ou o teto vai acabar me matando. Não sei se quero morrer soterrada!"

Pondero.

Seria melhor que morrer queimada.

"Não quero morrer de nenhuma forma."

' Ada? Como você está? '

A voz de Gael é bem vinda. Sorrio.

'Assustada! Alguém irritou profundamente Faruk. Tenho medo do que pode acontecer se ele não se controlar, o teto da cela que estou é bem frágil e se a terra continuar tremendo muito terei alguns probleminhas!"

"Para não dizer que vou morrer soterrada!"

'Eles te colocaram na cela? Maldição! Por que não me disse! '

Gael esbraveja e fecho os olhos resmungando. Tinha me esquecido que não contei que estava presa.

'Desculpe... Não quis te preocupar. '

Aguardo a resposta e sei que Gael deve estar querendo me dar palmadas.

'Vou agora mesmo aí!'

Reviro os olhos.

' Se tentar vir atrás de mim irei mandar Arthur e Drogo te matar!'

Não é verdade. Não farei isso, mas tenho que assustar ele. Não é como se os rapazes fossem chegar a tempo de parar o cabeça dura.

'Me diga que está bem! '

Reviro os olhos. Nem morta que digo a ele que eles querem me queimar.

' Estou sim. Não me acorrentaram. E estou bem. Não tenho fome. As frutas que comi me encheram. Não se preocupe. Apenas descanse e melhore.'

Digo.

'Também tenho péssimas notícias aqui da estalagem.'

Meu coração acelera.

' Más notícias!?'

Temo pela segurança de Gael.

' Eles estão convocando todos os homens capazes de lutar. Toda a floresta verde e alguns seres da floresta enganosa estão mobilizados. Além disso tem milhares de guerreiros de várias lugares da terra mística aqui. O rumor da guerra se espalhou rápido. É como se a guerra Mundial fosse acontecer... Estou bem Ada... Bem o suficiente para que eles me convoquem para lutar. '

Sinto lágrimas se formando e respiro em descompasso. "Gael..." Sinto minhas mãos ficando trêmulas. Que maldita guerra é essa e por que não sabíamos dela até então!?

' Não ouse colocar sua bunda na batalha ou irei quebrar essas trancas e ir pessoalmente te tirar a ponta pés de la!'

Ele não vai arriscar sua vida em uma guerra entre bruxos e o restante do mundo. Nem o restante do mundo é capaz de ganhar se os bruxos que lideram a legião decidirem lutar. Seria suicídio.

' Não tenho escolha Ada... Devo obediência ao rei. Não posso negar, sou um ser alado e meus instintos falam mais alto. A coroa é minha vida.'

Suspiro. "A coroa sou eu! Eu sou a Guardiã do nosso tempo."

'Sua coroa sou eu! Se entrar em campo de batalha eu vou te arrancar a força!'

Espero uma resposta, mas ela não vem. "Droga!"

Sinto minhas mãos instáveis. "Droga! Droga!" Rosno e o homem ao meu lado me olha com curiosidade.

- Está tudo bem? - olho para ele e lágrimas rolam.

- A guerra vai acontecer... - digo com a voz trêmula. - Eu achei que não fosse possível, mas ela existe e vai acontecer... Alguém apagou essa parte da história. - fico horrorizada.

Alguém apagou da memória de milhares de pessoas. De toda a terra mística a Guerra entre bruxos e seres alados. Sinto mais medo ainda. "Caímos bem em cima da parte que a guerra ocorre!"

" A roda da vida é infinita..."

Somos nós. Os protagonistas da guerra somos nós. Faruk uniu o passado e o presente. Faruk quer cortar o laço do destino. Eu!

Raiva.

"Como ele ousa tentar me tirar da vida dele!"

E novamente eu irei impedir que ele saia da minha vida. Morreremos nessa guerra? Ele veio para que eu morresse aqui?

Fecho os olhos e sinto pena de mim mesma. "Que tamanho é seu amor Faruk?" Por que o meu não é possível medir.

Rezo para que eu esteja errada.

Trovões voltam e meu coração acelera. Um guarda desce apressado e para em frente a minha cela. Dessa vez é uma fada. Odeio fadas!

Ela me olha com sua cara horrenda.

- Sua morte está marcada para daqui três dias! - Arregalo os olhos. Meu coração palpita. Me levanto e caminho até as grades. Seguro as barras.

- Como morrerei? - Ela sorri. "Vaca!"

- Queimada bruxinha! - mostro o dedo do meio para ela.

- Não sou uma bruxa fada estúpida. - ela avança contra as grades e coloca a boca perto do meu dedo. Afasto-me rapidamente das grades e recuo para trás. Ela diminui. "O-o-u!" Se projeta dentro das grades. Grito - Guardas! - olho para o lado e o homem parece assustado.

Sinto a parede.

A fada dá passos em minha direção. Me abaixo e puxo a adaga que coloquei presa ao tornozelo.

- Se vier mais perto eu te mato. Quer arriscar? - ela grunhe e se joga para cima de mim, desvio do chute e enquanto giro indo para suas costas, dou uma cotovelada em seu ombro. Poeira levanta do chão quando minhas enormes asas varrem o chão.

Ela se vira e me encara.

- Eu sentirei prazer em te ver queimar! - ela grita e meu coração acelera. Ela diminui e passa por mim. Ela aumenta assim que chegamos ao lado de fora da cela. - Adeus bruxinha. - reviro os olhos.

- Eu não sou uma... - ela sai e me deixa falando sozinha. "Quantas vezes tenho que dizer que não sou uma bruxa?! Eu nem sei lançar feitiços! Ou eu já teria transformado o carinha repugnante do meu lado em um homem mais agradável de se olhar!" Olho para o lado e o homem pisca algumas vezes me encarando. - Está olhando o que?! - ele disfarça e me abaixo colocando a adaga no lugar. "Não aguento mais ficar presa!"

Me endireito, começo a pular e rosno.

- Me tirem Daqui!!! - grito.

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora