Capítulo XXXIV

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Acordo sentindo meu corpo aquecido. O frio sumiu. O ar quente que me envolvia e a fumaça que me sufocava também sumiram. Abro os olhos lentamente e sinto braços me envolvendo. Olho para cima e capito os olhos de Faruk. Sorrio. Inspiro e o cheiro dele invade todos os meus sentidos. "Meu salvador chegou."

Ele me aperta e fecha os olhos apertando o maxilar. Dor. Sua expressão é de pura dor e meu sorriso morre. Olho para o canto de sua boca. Um corte com sangue. Levanto a mão trêmula e toco o local.

- Hum... - ele geme baixinho e afasto a mão, ele abre os olhos. - Por Deus! Não me assuste dessa forma minha pequena. - ele parece extremamente ferido. Não só fisicamente, suas maçãs do rosto estão roxas, mas seu emocional parece abalado. Me esforço para sentar e ele arregala os olhos. Sorrio quando sinto algo cutucando o lado de minha cintura.

- Vou apenas me afastar. Não vou te esmagar. - ele relaxa e apoio as mãos ao lado, me afasto e ele olha para baixo. Sorrio quando minha visão alcança seu membro rígido. - Eu praticamente morta em seus braços e você consegue estar assim? - gargalho e encaro ele. Ele me lança um olhar acusador e culpado. Ele suspira e se levanta ficando de pé na cama. Ele anda por cima dela e suas asas se arrastam atrás. Ele se curva perto da ponta e continuo gargalhando. Ele pega uma calça apertada e veste. A calça preta e de couro marca e torço o nariz - Não sei se deve sair lá fora só com essa calça, ela marca muito. - ele me lança um olhar travesso e cruzo os braços.

- Achei que estava se divertindo senhorita Ada! Minha nudez te diverte? Agora mesmo eu quase morria de preocupações com você, mas vejo que está bem alegre. - dou-lhe um sorriso fraco e ele se senta. Seu abdômen contrae e Relaxa. Me cubro o suficiente para estar decente.

- Você chegou na hora certa. - digo em um murmúrio. Ele suspira e parece arrasado.

- Eu quase te perdi pela segunda vez, sempre chego atrasado para te salvar. - deixo a coberta cair e me aproximo dele. Meu corpo ainda treme.

- Eu estou viva. Formamos um belo casal não é? Eu sempre estou em perigo e preciso de um cavalheiro para me salvar. - digo e olho para ele e depois faço sinal para as roupas. Ele morde o lábio inferior.

- Gosto da forma que está. - nego.

- Seu rosto está todo marcado. E parece exausto. - ele revira os olhos e estende o braço alcançando um vestido. O vestido é comprido e esverdeado. Pego e me levanto com dificuldade sobre a cama. Coloco o vestido e Faruk se levanta. Ele aperta o espartilho e o amarra. - Obrigada. - digo com um fio de voz e me viro com cuidado para não cair e nem bater minha asa com força nele. Ela passa roçando seu abdômen e ele enrijece. Assim que me viro suspiro. - Sabe o que merece? - ele assente e fecha os olhos. Levanto a mão e um estalo soa. Ele levanta a mão e esfrega o local que bati. Ele sorri e abre os olhos. - Primeiro! Nunca mais minta para mim! Segundo! Nunca mais desapareça! - sinto lágrimas em meus olhos - Terceiro! Não esconda seus sentimentos seu estúpido! - grito e minhas mãos tremem. Ele me abraça e soluço.

- Eu sinto muito. - sua voz é profunda.

- Eu fiquei como uma louca atrás de você! Coloquei meus amigos em perigo e você simplesmente pediu para o Gael cuidar de mim? Ele é como meu irmão seu idiota! - digo. Ele esfrega o início das minhas asas.

- Eu sei que te magoei. Sabia que iria fazer isso quando pudesse. - ele ri. Me afasto e lanço um olhar indignada.

- Não me castigue dessa forma Ada, está perdendo as habilidades... - ele fala com a voz rouca e passa a língua sobre os lábios. "Tão perfeitamente louco!"

- Farei pior com você quando toda essa bagunça acabar. - digo e ele assente e leva os longos dedos para o cabelo, ele passa a mão sobre eles e sorri com o canto dos lábios.

- Muito melhor. - reviro os olhos.

- Você é tão injusto! - ele gargalha jogando a cabeça para trás. Ele volta a olhar para mim e assente.

- Eu sei que sou. - bufo e me sento na cama tremendo. Ele se senta e me encara. - Vou buscar algo para você comer e terei que te deixar, eles me querem em uma reunião, pedi para o rei remarcar assim que você acordasse eu iria. - assinto.

- É a guerra não é? - ele assente.

- Já está anoitecendo e eles atacarão amanhã. Só temos essa noite para se preparar. - assinto.

- Estarei bem aqui. Não fique a noite toda fora. Me deixe dormir um pouco perto de você. - ele assente e se ergue segurando meu pescoço. Ele deposita um beijo em minha testa.

- Obrigado por não me deixar... - sua voz é profunda e baixa. Ele pula da cama e uma asa passa perto do meu nariz. O vento abana meu rosto e movimenta meus cabelos. Ele caminha para a porta e Limpo a garganta. Ele olha para trás com um olhar questionador.

- Vai sem camisa? - ele sorri de forma travessa e assente.

- Deixe-me fazer isso está bem!? Estou quase no limite dos meus instintos e lutando para não bater em Gael. - ele suspira e olha para o chão e depois para mim - Aquele infeliz se ofereceu para vir te dar banho, sabe o que isso quer dizer? Ele ia te ver nua e tocar você! - ele parece bravo e começo a rir, ele ergue os braços com graciosidade e leveza. - Quero que ele pense que ficamos ... - ele abaixa os braços e dá de ombros - Só quero que ele pare de querer te proteger. Você é minha. - seu humor morre - Minha para amar e proteger. - assinto e ele parece se tranquilizar.

- Você é muito possessivo as vezes. - ele dá de ombros e aponta para a própria cara.

- Ele fez esse estrago. Não quero bater nele, mas sou bom em provocar... - reviro os olhos.

- Você é realmente um idiota as vezes. - ele assente e se vira abrindo a porta.

- Eu sei minha criança... - segundos depois a porta se fecha. Suspiro. "Tão irresistível..."

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora