Capítulo XXII

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Bato na porta. Arthur e Drogo Estão logo atrás de mim. Trovões ressoam no céu. Quem abre a porta sou o Eu do passado. Ele me olha espantado e sorrio.

- Até se assustando você é estonteantemente bonito. - digo. Ele me olha da cabeça aos pés. Mamãe aparece logo atrás e sorri, ela coloca a mão no ombro do meu eu versão inocente e ele olha para trás.

- Isso é uma miragem? - ele pergunta. Ela nega.

- Esse é você daqui seiscentos anos... Ele veio salvar o mundo místico. Você ficou bonito não é? - ele olha novamente para mim e sorrio.

- Não estou tão feliz no momento e talvez meu sorriso esteja sombrio. Perdoe-me, queria me apresentar em uma ocasião melhor. - digo. Ele se afasta da porta perplexo e entro. Os rapazes entram em seguida. Caminho para perto da mesa e desabotoo o feixe da capa. Estendo sobre a mesa e pulo me sentando nela. Minhas asas descansam em cada lado. O meu eu do passado olha para elas com espanto. "Cresceram... Entre outras partes do corpo meu jovem! Ficaria orgulhoso de carregar uma arma como a minha!" Solto um sorriso travesso e mamãe revira os olhos.

- Não me orgulho do que você se transformou filho. - ela toca o ombro do meu eu do passado e ele franze o cenho. Gargalho. Arthur se senta no chão e Drogo na cadeira ao lado.  Meu eu se abaixa contra a porta me encarando. Mamãe puxa a outra cadeira e se senta. Trovões varrem o céu.

- Seu filho se tornou mais sedutor... Isso é um problema mãe? - ela me encara e suspira.

- Um pervertido! - ela parece indignada e então sorri.

- Seu pai tinha a mesma audácia. - suspiro e meu riso morre. Ela limpa a garganta quando um estrondo corta o céu. - Sabia que ela despertaria você... - encaro ela e outro trovão estrondoso ressoa. - Ela sempre faz isso não é? Te salvar da escuridão. - assinto e passo os longos dedos entre os fios.

- Ela tem muito mais do que um rosto bonito. - digo. Ela é linda. Ela é determinação, coragem, força, controle, esperteza "Talvez não tanta esperteza..." Suspiro. "Ela não é esperta." - Ela é destemida. - mamãe sorri.

- Eu sei. Eu a conheci. - reviro os olhos e ouço o vento assobiar do lado de fora.

- Quero ir salvar ela. Não tenho controle absoluto sobre o que acontece com o tempo e quanto mais tempo eu fico aqui, pior o tempo ficará. - ela assente.

- Você terá que lidar com seu humor pelos próximos três dias. - franzo o cenho.

- Nem morto que fico aqui por três dias! Você não tem controle sobre o que eu faço! - ela revira os olhos.

- A roda da vida Faruk... Não quebre ela. - assinto.

- O que tenho que fazer ? - ela suspira.

- Não destrua a cabana com um raio está bem. - assinto.

- Se eu não me irritar muito, manterá sua cabana de pé. - digo com frieza e olho para o meu eu antigo. Ele parece impressionado com meu corpo. Reviro os olhos e estendo o braço. Ele começa a flutuar e trago ele para perto de meu rosto. Ele está amedrontado - Você é apenas um gatinho assutado e por isso não vou te matar agora... Mas pare de me encarar como se tivesse nascido um terceiro olho em minha testa. Eu quebro seu pescoço em um piscar de olhos e não tenho medo de...

- Larga ele Faruk! - Outro trovão. Bufo e fecho a mão. Ele cai no chão batendo as asas conta o chão duro. Olho para Drogo e Arthur e eles apenas dão de ombros. "Mães..."

Meu eu do passado se levanta e me encara.

- Me pergunto o que aconteceu para que eu me tornasse esse monstro! - rio com irônia.

- Ora essas! Que petulante ...- digo e aperto os olhos.

- Faruk Chega! - olho para minha mãe.

- Ele está me provocando. - afirmo e aponto o dedo. Ela revira os olhos.

- Você tem que entender que não é comum alguém conhecer a versão mais velha! Ele está curioso. - bufo e olho para ele com superioridade.

- Como pude um dia ser tão bondoso e franguinho! - digo e levanta o punho. Antes que acerte viro fumaça. Me transporto para suas costas. - Se tentar me acertar mais uma vez eu quebrarei seus dentes! - ele se vira e me afasto antes das asas baterem contra meu corpo.

- Prefiro a minha versão. Você é chato! - "Eu? chato? Moleque!" Respiro fundo.

- Mãe! Vou bater nesse pirralho! - ela se levanta e encara meu eu mais novo.

- Sente-se e pare de ficar encarando você mesmo. - ele bufa e volta a se sentar. Ela olha para mim. - E você pare de fazer ameaças. Nem parece que tem seis séculos a mais que ele! - me sento na mesa e ouso risadas. Olho para Drogo e Arthur. Eles seguram a risada.

"Ótimo! Levando bronca de uma mãe que na minha época já está morta!"

Ela se senta.

- Posso falar ou vão continuar brigando? - mais trovões.

- Fala logo. Estou realmente irritado e a menos que eu veja Ada, só vai piorar. - ela assente.

- Como eu disse, terá que esperar três dias para ir ver ela. Tem que primeiro ir coletar informações. Você vai se passar por um deles para isso. Sangue de bruxas corre em suas veias - reviro os olhos "Uma vergonha!" Meu eu do passado limpa a garganta.

- Bruxa? - ele exclama. Ela se vira para ele.

- Sou uma bruxa querido. - ele parece espantado. Estou com pena de mim mesmo. Também fiquei espantado quando descobri. - Bem, você participará das reuniões. Descubra o dia que eles atacarão e quais criaturas vão lutar do lado deles, depois leve ao rei. - ela aperta os punhos. - Quero que o velho morra, mas não posso quebrar os laços do destino e por isso você vai ajudar ele. - assinto.

- E por que não posso simplesmente ir atrás de Ada? Ela pode ser queimada... - mais trovões.

- Ela não vai. Faça isso... Três dias. No terceiro você vai para o castelo. Apenas no terceiro. Eu e meu filho vamos estar com a rainha. Preciso conversar com ela.

- Bom, três dias! - "preciso me controlar por três dias!"

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora