Sinto o gosto metálico do sangue e continuo recebendo os socos.
Estou estático no chão, com as asas e os braços abertos enquanto Gael me surra.
Vejo quando Drogo e Arthur puxam ele de cima de mim. A chuva cai sobre meu rosto lavando o sangue. Pisco algumas vezes contra as gotas. Vejo quando Gael se debate nos braços de Arthur e Drogo.
- Vou matar ele! - recebo a mensagem com prazer. "Faça isso." Guardas se aproximam e sorrio com tristeza. "Sou o pior bastardo!" Eles me levantam e prendem meu corpo. Olho para o corpo inerte de Ada e quando sinto que eles estão me afastando começo a ventilar.
- Não! - me debato, mas todas as minhas forças se foram - Me soltem! - grito e olho para Ada. Raiva. Dor. Medo. Tristeza. Gael se abaixa perto dela e pega ela. - Me soltem! - as nuvens escurecem e sei que muita gente vai morrer agora. Gael voa e Arthur e Drogo vão junto. Eles voam em direção ao castelo.
Trovões. - Não a levem! Por favor... - suplico e me rendo. Sinto quando o chão treme e sei que um raio caiu. Os guardas soltam meus braços e a multidão grita. O chão treme novamente. Olho para o céu e voo apressado em direção aos três que levam Ada de mim." Não..."Só então noto que Drogo está com Ágatha nos braços. Ira pura me corroe. Os céus clareiam e raios caem.
Os três desviam dos raios e os estrondos no céu me dizem o quanto meu controle se foi. "Matarei qualquer um que tentar me impedir de matar Ágatha e recuperar Ada!"
Assim que eles pousam no castelo, pouso atrás. A chuva é violenta e o vento começa a aumentar a velocidade. Olho para Gael e ele me encara. Arthur e Drogo correm para dentro do castelo.
- A culpa é sua seu estúpido! Está com raiva? Se ela morrer a culpa é sua! - caminho a passos lentos e sinto um tremor forte. O céu se ilumina e sei que um raio caiu logo atrás de mim.
- Me dê ela. - estendo o braço. Minhas mãos tremem. Meu corpo parece estar entorpecido. Dor. "Ada..." Ele recua.
- Você a quer? - ele gargalha. - Agora você quer ela? Ela já foi rejeitada uma vez. Eu não vou permitir que se aproxime dela. - minhas pernas fraquejam e deixo o braço cair ao meu lado. Olho para o chão enquanto os pingos molham tudo. Sinto uma tontura forte. Escuto Arthur e Gael discutindo, mas apenas mantenho o olhar no chão. "Ada..." Choro sem vergonha de ser visto. Minhas mãos ardem onde as feri.
- Devolve ela para Faruk... Ele precisa segurar ela. - Arthur grita.
- Ele deveria querer fazer isso enquanto ela estava atrás dele! - Gael rosna.
- Gael... Você não entende, apenas devolve ela. Ele precisa tocar ela. Teremos milhares de mortes se o tempo continuar piorando. - "Mortes..." Pisco e sinto a dor me cortando. O gosto de sangue em minha boca é algo que não posso negar.
Vejo os pés de Gael e ele se abaixa deixando ela perto de mim. Olho para seu rosto e estendo o dedo indicador com cuidado, toco seu rosto.
- Leve ela para dentro. Ela precisa de um banho e ser aquecida. Se não fizer isso eu vou! - ele grita e recua. "Ada..." Recolho ela e com dificuldade me levanto. Seu corpo contra o meu é um lembrete que nunca deveria ter deixado ela. "Egoísta!" Eu apenas deveria ter lhe contado como me sentia.
Começo a caminhar e passo por Gael, sua raiva é justificável. Passo por Arthur e subo as escadarias. Entro no salão e a chuva lá fora se acalma. Os trovões diminuem e a chuva cai lenta. O rei me encara e parece chocado. Não tenho forças para odiar ele ou mata-lo agora.
Olho para Ada.
- Leve ela para o quarto, já preparamos uma banheira com água quente. - a rainha diz e olho para ela. Caminho para o corredor e entro na porta que leva para os quartos. Entro apressado e abro a porta do quarto que mantive ela presa. Fecho em seguida e assim que olho para a cama Vejo Agatha. Não posso machucar ninguém com Ada em meus braços e ela parece saber disso ou jamais entraria aqui. Ela limpa a garganta.
- Coloque ela na cama, vou cuidar dela. - nego.
- Saia ou eu mesmo te arrancarei daqui! - ela me encara. - Agora! - grito e ela coloca uma rosa vermelha na cama.
- Sairei. Dê para ela comer. - ela passa por mim e deixa o quarto. Coloco Ada no canto da cama e me afasto, puxo a camisa para cima e saio das malditas calças, tiro a bota e me aproximo dela. Desamarro o vestido. Retiro ele com rapidez e pego ela nos braços assim que ela está nua. Levo ela para a banheira e entro colocando ela próximo a mim. Tomo cuidado para não deixar que seu rosto fique abaixo da água, lhe dou um banho e um pouco da cor volta a seus lábios. "Me perdoe..."
Retiro ela da água e coloco ela na ponta da cama. Olho em volta e pego a toalha, passo em seu corpo e em seguida no meu. Pego ela nos braços e subo na cama, uso o joelho para empurrar as cobertas para mais baixo, me sento e coloco ela do meu lado deitada de lado com as asas juntas, puxo as cobertas e cubro seu corpo e do meu quadril para baixo. Alçando a rosa e olho para Ada. Seu cabelo cobre seu rosto e retiro ele da frente. Volto a arrumar ela, estendo uma asa para um lado e outra para o outro, me coloco por cima dela e seguro seu queixo. Arranco uma pétala com a mão livre e forço sua boca aberta. Coloco a pétala e fecho sua boca. Saio de cima do seu corpo e me sento com cautela para não machucar sua asa.
" Ada..."
Olho para seus cabelos longos e molhados e sigo para seu rosto. Ela não acorda, mas seu tórax se movimenta. Ela está viva.
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FARUK II - A Rosa Vermelha
ФэнтезиWtf mundo???? Dois? Finalmente! Após todo o sofrimento, Ada começa a ter estranhos pesadelos que terminam sempre antes de ter uma explicação. O pior? Faruk sumiu. Agora ela tem que correr contra o tempo para salvar seu amado... Vem comigo em mais...