Capítulo LV

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Gritos ensurdecedores soam de dentro da floresta enganosa e faz meu coração acelerar e olho para Faruk preocupada. Ele Passa a mão pelos cabelos e suspira. Seus passos graciosos se tornam mais rápidos e os longos dedos trêmulos descem para a lateral enquanto seus cabelos negros voltam cobrindo parcialmente o rosto. Pálida e suave. Uma pele tão delicada com mãos tão gentis podem ser a combinação de um grande carrasco. Ele me olha e sorri nervosamente.

- Eles estão prontos e nós ainda não. - assinto. Ele olha para os rapazes que começam a puxar as espadas da bainha. - Entrarei eu e Ada. Fiquem e aguardem os outros. - eles não parecem felizes e Drogo rebate.

- Entraremos e lutaremos. - Limpo a garganta.

- Ordeno que fiquem! Estaremos bem. - Faruk toca meu ombro e o chão começa a tremer levemente. "Estão correndo..." Meu coração quer saltar. - Voltem ou esperem! Vocês escolhem, mas não ousem pisar na floresta! - Gael parece preocupado.

- Precisamos ir pequena. - Faruk diz e o céu começa a se tornar mais escuro, como se isso fosse possível. Trovões. "Vai começar..." Olho para Faruk e assinto. Começamos a caminhar em direção a floresta e Faruk aumenta a velocidade dos passos. - Use o fogo que emana do seu corpo para matar aqueles diabretes, usarei magia para proteger meu corpo e montar sua proteção. Somos só nós dois contra bruxos, diabretes, lobos, ogros, duendes e o que sobrou das traidoras fadas. - começamos a correr em meio as árvores que rugem em meio ao barulho de gritos, risadas. É um pesadelo. Parece aqueles filmes de terror que evitava assistir quando pequena.

Vejo um brilho um pouco distante entre as árvores. Bruxas. O fogo que emana do meu corpo deixa um rastro e evito passar perto das árvores. O calor as queimaria. Faruk alça vôo.

- Fique em terra. Vou criar uma barreira para você! - ele grita enquanto corro.

- Se não conseguirmos segura-los por muito tempo? - ele estende as mãos sobre mim e desvio de outra árvore.

- Somos a única chance do restante do nosso povo.- ele grita. Assinto. "Seremos capazes!" Agarro o arco em meu braço quando a luz está perto e vejo milhares correndo em nossa direção. Enquanto sobrevoam uma manada de diabretes. Pego a flecha e miro a testa de uma bruxa. Ogros rugem. Atiro. Corro contra eles enquanto feitiços são lançados contra meu corpo. Eles rebatem e sei que a barreira funcionou. Perco Faruk de vista Assim que choco com os lobos, bruxas, duendes e ogros. Gritos. Sinto o cheiro de pele queimando e sinto pequenos choques contra meu corpo quando volto o arco e a flecha que retorna para mim em meu ombro. Coloco os braços sobre o peito e as asas cobrindo meu corpo e continuo correndo. Sinto o vapor quente e o som desesperador de gritos agonizando enquanto queimam. O mínimo de proximidade ao meu corpo é capaz de derrete-los. Sinto o choque dos feitiços e não sei por quando tempo a barreira suportará. Corro até cansar e alço vôo ouvindo grunhidos dos diabretes. Sei que estão indo ao chão mortos e torrados. "Bem feito! Criaturinhas chatas!" Me pergunto como os ogros não estão comendo esses pequenos monstrinhos.

- Ada! - O grito é inconfundível. Procuro Faruk e Ele me lança uma espada. Pego ela no ar e me lanço de costas sobre o chão estendendo as asas. Sangue e gritos. Me choco contra o chão e levanto abrindo as asas e girando a espada quando uma bruxa tenta acertar os locais onde o fogo não cobre meu corpo. A cabeça dela voa e sorrio.

- Alguém perdeu a cabeça?! - grito e Gargalho enquanto outros bruxos rosnam tentando se aproximar, é quase impossível chegar por trás. O fogo queima. Pela frente eles tem uma chance, mas a barreira impede que os feitiços cheguem e eles tentam atacar com a espada. Minha espada é totalmente negra como o arco. Rebato Mais uma tentativa de me acertarem e defendo minha cintura. Fico no jogo de espadas até ver dois rostos conhecidos. Dois dos nove bruxos voa em direção a Faruk. "Lindos, pena que são tão malvados!"

Olho para as bruxas e recebo um golpe na mão. A bruxa arregala os olhos quando a lâmina da espada derrete caindo aos nossos pés. Gargalho.

- Acho que essa não vai me atingir fofinha! - lanço para a velha enrrugada. Ela corre em minha direção gritando e desço a espada na vertical. O corpo dela se parte. Corro entre os lobos, ogros, bruxas e duendes e mais gritos desesperados. O fogo os queima. Sinto algo chocar contra meu ombro e vou para o lado olhando para cima. Faruk corta o pescoço do outro e mais um corpo ao chão. Os dois mortos. A cópia de Faruk entra en cena. Mais um dos nove. "Mais um morto em pouco tempo!" Giro e mais gritos. Abro os braços e giro sorrindo.

- Uhuuuulll! - grito e Gargalho enquanto gotas de sangue descem em minhas bochechas. A maioria evapora e em breve estarei coberta novamente. Faruk Olha para baixo de relance.

- Se divertindo? - ele grita e gira a espada, um feitiço o atinge e ele é lançado longe caindo sobre alguns seres. Foco em parar de girar e aperto o punhal da espada. Começo a me defender de mais ataques com espadas. O barulho é grande. Trovões soam.

Olho para o céu. Luz. Raios descem e clareiam o céu, alço voo e desvio de um raio que cai perto. Meu coração acelera e encontro Faruk. Vôo para perto dele desviando dos raios. "Alguém deixou ele com raiva!"

Assim que estou perto desço para ficar bem abaixo de seus corpo. Gritos. Mais corpos em chama. Volto a defender meu corpo com a espada. Gritos ecoam em minhas costas. Uma espada bate em meu corpo sinto uma dor aguda no braço. Olho para o lado a tempo de colocar a espada na frente da que tenta me acertar. Sou lançada para trás e cubro meu corpo com as asas enquanto arrasto pelo chão. Paro ao bater contra uma árvore. Mais gritos. Olho para frente e um bruxo mais velho, grisalho porém bonito caminha com ira em minha direção.

"Mais um dos nove!"

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora