Capítulo XXXVII

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- Eu amaldiçoei sua família por matar o homem que eu amo e a maldição também caiu sobre meu filho por que você estava ligada a ele. - Arregalo os olhos.

- Você fez o que? - me sinto um pouco tonta.

- Eu não sabia que isso machucaria ele... - raiva me toma. Sinto meu estômago embrulhar e me levanto apressada. Corro para a janela "Que ninguém esteja embaixo dela!" Abro a boca e coloco tudo para fora. Sinto meu corpo tremer. "Maldição!"

Respiro e olho para trás.

- Por que continuo passando mal? - murmuro e ela se aproxima colocando o braço no meu ombro e apertando.

- Vamos sentar? - olho para ela e me apoio nela. Voltamos para a cama. Sinto lágrimas em meus olhos. Me sento e olho para ela.

- Por que fez isso? As gerações seguintes não tinham culpa do que o rei louco fez... - digo. - Você acabou com a vida de todos por vingança! - jogo as palavras e ela assente.

- Pode ficar brava. Mereço isso. Mereço todo o ódio que está guardado aí. - espremo a boca em uma linha fina.

- Sabe o quanto sofremos? Sabe quantas pessoas tentaram me matar? Matar quem eu amo!? Eles me tiraram as pessoas que eu mais amava! - ela segura minha mão.

- Me perdoe por isso. - assinto. Suspiro. Ela me pode ter me tirado muitas coisas, mas é a mãe dele. A pessoa que ajudou a por ele no mundo. Ele é meu mundo agora e não posso negar que sou agradecida por ela existir.

- Eu perdoo, como não poderia? - ergo os braços tirando a minha mão de seu aperto. - Você é a mãe dele. - ela sorri e seca uma lágrima furtiva.

- Obrigada querida. - sorrio - Posso te dar um abraço? - sorrio e assinto. Ela envolve seus braços em mim e devolvo o abraço.

- Tem como quebrar a maldição? - ela assente e se afasta.

- Você me promete conversar com ele apenas quando chegar onde moram? - assinto. - Tem uma roseira no jardim das almas. O mais belo pé está guardada minha alma. Se a maldição continua é por que eles ... - sua voz falha e ela chora. Passam alguns minutos e ela volta a falar - Eles colocaram meu marido no lago de almas perturbadas, Você tem que cortar a Roseira e jogar ela no lago. - pisco algumas vezes.

- Só isso? - ela assente. Confesso que quero bater nela. Faruk fez um escândalo, queria me tirar da vida dele e era só cortar o pé da Roseira e jogar no lago!?

- Não parece feliz...

- Estou indignada com a senhora! Eu quase morri queimada, meu amigo quase morreu com uma infeção, Faruk quebrou a mão do outro e saiu de casa para você me dizer que é só isso? - estou a ponto de chamá-la de velha caquética.

- Eu não sabia que isso aconteceria até o momento. - reviro os olhos.

- Vamos fingir que está tudo bem! - digo com sarcasmo.

- Sinto muito. - bufo.

- Tudo bem. O pior já passou. - ela limpa a garganta.

- Tem mais uma coisa... - "Ótimo!"

- Diga.

- Acredito que você esteja esperando meu neto ou neta. - abro a boca e sinto uma tontura.

Desmaio.

***

- Ada! - alguém balança meu corpo freneticamente. - Ada! - abro os olhos com relutância. Vejo o rosto preocupado da mãe de Faruk.

- O que houve... - lembro da conversa e sinto outra tontura.

Desmaio.

***

Faruk...
- É isso. - digo por fim. Expliquei toda a tática de batalhas para os representantes de cada classe de ser místico que vai lutar do lado do rei. Estou feliz até com eles.

- Precisamos montar nossa formação. - balanço a cabeça concordando com rei.

A maioria das fadas vão lutar do nosso lado e isso me alegra. Seres alados, ninfas, grifos, humanos, unicórnios e elfos. Não temos a vantagem dos gigantes, mas temos eu e minha raiva que será esmagadora. Usarei pela primeira vez todos meus poderes. Ganhos da maldição, da herança sanguínea dos bruxos e da herança sanguínea dos seres alados.

- Eu irei na linha de frente. - digo e todos olham para mim. O líder dos elfos é o primeiro a comentar.

- Enlouqueceu? Temos que colocar os mais fortes. - sorrio.

- Sou o mais forte.

- Você é só um. - assinto.

- Dou muito mais forte do que pode sequer imaginar. - ele suspira.

- O que sugere? - um dos reis de outras terras místicas pergunta.

- Irei na primeira linha de batalha. Quero Fadas perto de mim. São as melhores lutadores e conseguem manter uma defensiva quase perfeita. Vou precisar derrubar alguns bruxos antes dos seres alados atacarem os gigantes, assim teremos menos baixa. As ninfas não precisam voar se não quiserem. Podem ficar como a retaguarda e atacar a distância, sei que são frágeis. Os animais virão na primeira linha em terra. Grifos e unicórnios. Eles são bem violentos. Atrás os elfos. São excelentes lutadores e vamos precisar de vocês quando alguns bruxos resolverem atacar por terra. Os humanos virão por último. São bons lutadores, mas as habilidades são ruins se forem atingidos por algum feitiço, viral na frente das ninfas. Elas precisam se manter protegidas. Queremos cura e elas poderão servir de ataque e defesa se forem bem escondidas. - o rei concorda.

- Me parece bom. - eles parecem mais calmos. Suspiro.

- Não será tão fácil, quero que entrem sabendo que podem morrer em um piscar de olhos, não sei o que aconteceu aqui, não me lembro dessa parte da história. Não tem como eu dizer que ganharemos. - eles assentem e o rei louco me encara.

- Você me prometeu dar filhos. - assinto e suspiro. Tenho medo de precisar me sacrificar para salvar todos. Talvez seja por isso que eu não me lembre dessa batalha.

- Irei. Guarde minhas palavras. Voltei para um propósito. Impedir que a terra mística se destrua em guerras. - suspiro. - A guerra de amanhã pode demorar dias para acabar. - eles assentem.

- Lutaremos por nossas vidas. As mulheres e crianças já foram evacuadas para as profundezas da floresta verde. Todos os reinos estão aqui. Será lutar sabendo que viveremos ou morreremos.  - o rei se volta para mim.

- Minha mulher já foi evacuadas também, talvez queira ir e pedir para que a sua mulher também vá. - suspiro.

"Como convencerei Ada..."

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora