Capítulo LXV - Epílogo -

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- Sentiremos a falta de cada um. Arthur era o mais amável deles e podia demostrar compaixão mesmo ao mais odiavel vivente de Pearl ... - Estamos reunidos no salão e Faruk profere palavras de consolo que só ele é capaz. - É com tristeza que digo adeus a Arthur, meu amigo. Meu irmão. Amado por todos... - ele suspira e choro contido e abafado é a cena do salão. Todos vestidos de preto. - Drogo era a mistura perfeita de sinceridade e persistência. Ele sabia quando dizer algo a alguém e não se importava com o que pensassem. Ele era ele! Ele podia ser tudo o que quisesse se assim desejasse. O fogo em seu coração era sua marca registrada e sabemos que ele deve ter morrido orgulhoso por estar lutando e matando alguns infelizes. - ele suspira e me encara. Nego. "Não quero... " Faruk me encara e engulo o choro.

Paro ao lado dele e ele aperta minha mão.

- Sei que consegue... - ele sussurra. Tomo fôlego.

- Eu não sou a pessoa mais indicada para falar deles... Vou chorar provavelmente e não queria que a pessoa que fosse falar deles desabasse, mas tenho que dizer que... - engulo seco "Força Ada!" Olho para Louise e Tales e eles assentem, suspiro - Drogo vivia me dando broncas quando ia treinar com Gael, ele dizia que uma ninfa facilmente me mataria se eu continuasse lutando como uma menininha... - sinto um nó na garganta - Depois de um tempo... Depois de um tempo eu melhorei as minhas habilidades e ele começou a dizer que eu poderia facilmente vencê-lo ... Nunca lutei com ele... Não tive a oportunidade... - soluço e paro de falar tentando me recuperar, Faruk acaricia as costas da Minha mão. "Força..." - Arthur sempre foi o que me trazia frutas, cuidava de mim, me dava apoio, me acompanhava nos lugares e tentava me fazer rir... - lágrimas descem - Eu costumava dizer que ele era o mais bondoso e ele sempre dizia que eu era a mais linda... - Faruk suspira e Sorrio por um momento. - Todas as vezes disse longe de Faruk... - Alguns riem e Meu coração dói. "Gael..." - Gael era meu irmão mais velho, era para quem eu chorava se Faruk nao me desde atenção, era quem me dava as brincadeiras mais pesadas e me humilhava por vezes para tentar me fazer abrir os olhos para algo, era aquele que se preocupava quando eu me machucava, que cuidava dos meus ferimentos e conseguia me fazer sorrir só por estar lá, era quem me protegia, era o cara que disse que me amava e nunca deixaria de me amar e que daria sua vida... - minha voz falha e engulo seco. - Daria sua vida pela minha, era fiel a mim como ninguém! Era quem obrigava eu e Faruk a parar de brigar, era quem batia em Faruk por ele ser um idiota, mesmo que saísse com um olho roxo. Ele era meu irmão mais velho e sem dúvida de Faruk... Ele era nosso melhor amigo... - soluço e seco as lágrimas com a mão livre. - Eles iam ser tios... - solto uma risada amarga - Que triste não é? Todos vão receber a notícia que darei um herdeiro a Faruk en um velório... - suspiro - É bem triste, eles estavam felizes por que iam ser tios... E agora? Estão descansando, mas viverão para sempre em nossos corações... - soluço e Faruk me abraça.

- Muito bem... Foi perfeita. - soluço.

Abraço ele de volta e ouço os murmúrios e choros de todos. Estendo a mão com Faruk e mentalizo o jardim. Gael desaparece e assim que some caio de joelhos. Faruk se abaixa e subo em seu colo. Ele me abraça e se levanta. Choro. Ele me carrega em meio às pessoas chorosas.

Não quero ver mais ninguém por hoje. Quero apenas curtir essa dor. Ela merece ser vivida com intensidade.

Ela merece por que eles mereciam ter vivido. Viver em nossos corações? Do que adianta? Meu coração está triste por perdê-los. Voltarei a sorrir.

Sim. Voltarei.

Mas não hoje.

***

O piano é tocado com maestria e observo o salão lotado. Casais dançam com classe e leveza.

Nem todos os livros contam histórias belas, alegres e com o famigerado final feliz.

Algumas são espelhos de dor. Espelhos da vida.

Já que nem todas são alegres. E é por isso que cada letra escrita em uma história é uma marca permanente nos corações de quem as escuta. Lê. Vê.

Algumas vezes as histórias são facetas modificadas para agradar um público.

Bela adormecida não era feliz até ser contada a uma criança.

Crês que o lobo mal era mal? Já leu a versão contada por ele?

- Ada? - olho para o imponente homem alto, de asas negras e smoking em minha frente. - Me dá o prazer de valsar ? - assinto. Uma risada gostosa ecoa. Nox e Lux correm pelo salão.

Nox tem asas negras como a do pai.

Lux tem asas vermelhas como as minhas.

Duas lindas e exóticas crianças gêmeas correm.

Estendo minha mão.

- O prazer será meu! - digo e me levanto. Ele me puxa pela cintura.

- Assim que as crianças dormirem farei com que ele seja seu minha doce criança... - sorrio.

- Está ficando estranho me chamar assim... - ele sorrio.

- Quer que lhe chame de velha? Idosa? - nego e Gargalho.

- Pare de ser tão irritante. - ele me roda até o salão e valsamos. Olho em seus olhos - A primeira vez que lhe vi estava com essa cartola e pedia para valsar comigo. Um adorável anjo negro em meus sonhos. - ele sorri.

- Sabe por que lhe chamo de minha criança? - nego. Ele suspira.

- A primeira vez que lhe vi sabia que era minha... - ele me gira. - era, é e sempre será a bebê mais linda que existe e mesmo que envelheça sempre será minha doce criança... Por que meu amor por você não envelhece e nem nunca envelhecera. - sorrio e ele me joga para trás quando a música acaba. Nox e Lux nos correm para perto e aplausos soam. Ele me levanta e as crianças pulam em nosso colo.

Algumas histórias não tem felizes para sempre, por que depois que acabam continuam sem serem contadas.

Algumas histórias melhoram depois do fim...

A nossa melhorou depois do fim, por que não acabou aqui por não ser mais contada.

O que posso dizer?

Faruk e eu fomos felizes para sempre.









Fim...

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora