Capítulo XLVII

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Me encontro cercada novamente. Minha perna lateja com a dor "Preciso verificar o ferimento logo!" Não sinto tontura e isso é definitivamente um bom sinal, talvez tenha pego só de raspão.

Rosno e acerto o pescoço da maldita fada que quase bate com a lâmina em meu olho. Minhas asas são como um escudo na retaguarda e agradeço o fogo que emana delas.  O sangue jorra e ela vai ao chão em espiral. Me curvo e giro meu corpo com a perna esticada, sinto quando minha perna se choca contra uma canela. Bato as asas com força e uso a espada para subir de baixo para cima. A fada grita. Outras fadas me cercam por fora e começam a matar as que rodeiam imediatamente meu corpo. "A cavalaria chegou!" Fadas do nosso pelotão recuam e elas começam a combater. Solto um suspiro de alívio e defendo meu corpo quando uma lâmina quase acerta meu abdômen.

Agradeço ao treinamento de Gael.

Olho para o chão. Desço com pressa e aponto a espada para o pé de um gigante que vai acertar grifos de forma massacrante. Abro as asas em leque antes de atingi-lo e giro com força, caio de costas em cima do seu pé e ele impulsiona o pé para cima. O vento sopra com força enquanto sou impulsionada com seu pé. Ele recua e um rugido grave soa. Bato as asas e olho para seu pé. Ele cambaleia para trás com muitos seres alados atracando seu corpo. A marca das asas são como um lembrete. Olho para os grifos que salvei e os elfos que correm lançando flechas. Olho para o alto e fadas do nosso pelotão combatem arduamente algumas bruxas. Trovões. Olho para onde o gigante cambaleia e vejo lobos sendo esmagados contra os pés dele. A dor da perna não é tão lasciva, mas volto a espada nas costas e aproveito para ver o estrago. O corte não é tão fundo, mas me mantenho longe dos pontos de batalha e rasgo a barra da camisa em baixo. Enrolo na perna enquanto minhas mãos tremem. Bato as asas o suficiente para me manter no lugar.

- Ada! - a voz de Faruk soa, olho para cima e Vejo que é sua versão menor, ele desce logo em minha frente e olho para frente em seguida. O som das lâminas se cruzando me pega de surpresa. Ele combate uma bruxa. "Droga!" Termino de enrolar a faixa e dou um nó. Olho para frente e puxo a espada a tempo de ver a bruxa cair. Ele olha para trás com raiva. - Não se distraía! - assinto e ele voa para longe.

Volto a subir. Olho ao redor e foco no outro gigante. Corro em direção a ele e vejo muitos seres alados focados em derruba-lo. Vôo rapidamente para perto de sua boca. Desço com a espada sobre seu lábio e ele ruge. O hálito quente e o vento me desequilibram. Outros seres alados continuam atacando e volto a voar contra ele. Vôo perto de sua bochecha e desço com a espada, o rasgo é profundo e sangue escorre em abundan por meu corpo, rosto, asas, cabelos. O sangue nas asas, cabelos e mãos secam e o cheiro forte toma conta do meu nariz. Meu estômago revira. "Agora não filho!" Suspiro e solto a espada que está presa em sua bochecha. Outro rugido. Trovões. Me afasto um pouco e um ser alado se aproxima. Passo a mão no rosto retirando o excesso de sangue.

- Está tudo bem? - ele grita,assinto.

- Meu bebê não se agradou com o cheiro! - grito de volta e ele arregala os olhos.

- Você não deveria estar em campo de batalha! - reviro os olhos enquanto ele crava a espada e desce rasgando mais um pouco da bochecha. Pego impulso e apoio os pés na pele do gigante enquanto puxo a espada de volta. Meu estômago volta a revirar e olho para baixo. Suspiro. Coloco a espada nas costas e pego velocidade em direção ao castelo. A guerra ainda não chegou nele. Horas de guerra já se passaram. Trovões. Desvio de alguns pontos maçantes de batalha e assim que chego ao castelo pouso ofegante. Entro pelas portas e me abaixo respirando fundo. Saio pelas portas e me abaixo ao lado da escadaria. Vomito. Sinto uma fraqueza. Olho para frente e Volto tremendo para dentro do castelo.

Caminho com rapidez e começo a correr dentro do castelo vazio. Atravesso o corredor e as rampas que levam para cozinha, abro uma torneira e lavo o rosto com as mãos trêmulas e a água em minhas mãos evapora. A camada grossa escorre. Fecho a torneira. Suspiro e sinto mais náuseas. "A rosa!"

Corro pelas rampas e alcanço o corredor, entro pela porta depressa e entro no quarto, pego a rosa no canto da cama e arranco uma pétala. Coloco na boca e olho em volta freneticamente. Acho a pochete. Pego ela e amarro na cintura, coloco a rosa dentro com as mãos tremendo. "Calma!" Olho pela janela e a cena sangrenta é o suficiente para lágrimas virem em meus olhos. "Droga de sensibilidade!"

Olho em volta e caminho para a banheira. Mastigo a pétala e engulo. Me ajoelho na borda da banheira e prendo o fôlego. Fecho os olhos e mergulho a cabeça na água. Balanço a cabeça na água e saio depois puxando o fôlego. Olho em volta. Tudo limpo. Agradeço mentalmente pela guerra estar parada no mesmo lugar enquanto o castelo ainda está vazio. Me sento sobre os calcanhares. "Se acalme!"

Coloco os braços na borda da banheira e apoio a cabeça no antebraço. Fecho os olhos e respiro tentando recuperar o controle.

"Vamos Ada! Pessoas estão morrendo!" Abro os olhos e olho para minha barriga.  A armadura banhada em sangue. Coloco a mão na altura da barriga e sangue evapora com meu toque. Esfrego a armadura.

- Mamãe precisa voltar meu filho! Seja valente! Eu preciso voltar... - sussurro com a voz trêmula. Ergo a cabeça e olho em volta novamente. "Vamos Ada!"

Rosno. Sinto lágrimas e outra náusea. A dor na perna parece aumentar enquanto a adrenalina diminui.

- Vamos meu amor, deixe a mamãe retornar! - digo com a voz trêmula.

FARUK II - A Rosa VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora