A cena é linda. O céu brilha enquanto os corpos evaporam. O cheiro de putrefação já não é tão grande, apesar do cheiro de sangue persistir. Olho para Faruk e Ele está sério. A noite cai.
O vento é frio.
Assim que o rei louco e a rainha abrem os olhos Faruk caminha para perto.
Olho para todos os lados e os corpos já não descansam sobre o chão. Não tem mais a visão horrenda das montanhas de corpos mortos em minha frente. Em frente ao castelo. Apenas sangue. Não tanto.
Faruk e Sua tristeza lavaram boa parte dele. Olho para as florestas. Destruídas apesar de tudo. Não é como se o cenário não indicasse que uma guerra ocorreu, mas é mais ameno e aceitável aos olhos.
Faruk se curva e faço o mesmo.
- Apagarei a memória de sua rainha e somente você saberá que darei a fertilidade a ela. Aceite de bom grado quando eu aparecer. - ele assente e estende a mão.
- Obrigado filho. - arqueio uma sobrancelha. Limpo a garganta.
- Sou mais parente sua que ele! Deveria se envergonhar de chamá-lo de filho e tentar me queimar em uma fogueira. - o rei louco suspira.
- Foi um engano... - bufo.
- Ainda quero cortar lhe essas penas velhas que chama de asas! - ele espreme os olhos.
- Ada! - Faruk repreende. Suspiro e assinto. Faruk sorri e volta a olhar para o rei louco. - Será um prazer negociar com você futuramente. - ele assente. Faruk estende as mãos - Segure ela quando cair. Rainha... - ela o encara. - Feche os olhos. - ela assente e faz.
Faruk mantém as mãos estendidas e névoa negra a cerca. Pouco depois ela vai e o rei louco a segura. "Já?!"
Faruk Olha para mim e estende a mão. Me agarro a ela e sorrio.
- Vamos? - pergunto e ele assente. Olho para o rei louco. - Seja feliz Rei louco! - digo e ele suspira.
- Você não gosta muito de mim certo? - nego.
- Bom que sabe. Tenha vida longa e adeus! - digo e passo por ele arrastando Faruk para a ponte de ossos. Caminho rapidamente e assim que chegamos na entrada da floresta enganosa Faruk me faz parar.
Olho para trás e engulo seco.
- Não me diga que não irá, eu não suportaria sua loucura nesse momento, apenas me fará desmoronar e querer sumir. - ele me puxa e me abraça.
- Não farei isso. Sei meus limites e já ultrapassei todos com você... Não pretendo ser um péssimo companheiro mais... - assinto e ouço seu coração. Compassado. O retumbar é agradável.
- Obrigada. - digo e ele me aperta e solta. Ele alça vôo. Faço o mesmo e vamos em direção a rasura. Assim que atravessamos a floresta negra e chegamos perto da rasura nos confins escuros da maldita floresta que a pouco foi palco de uma guerra vejo um corpo.
O corpo gélido é tão conhecido para mim que desço no mesmo instante e caminho lentamente o restante do caminho. Faruk pousa a frente e recolhe o corpo em seus braços. Engulo seco e sinto a dor querendo me fazer chorar.
"Pare... " Não aguento mais sofrer. É demais até para mim.
Faruk me encara e me aproximo a passos lentos.
- Passe primeiro. - ele pede e assinto. Não olho para o corpo nos braços de Faruk. Sería pedir para reviver a dor e o momento que ele se foi.
Atravesso a rasura e caio como uma batata. Suspiro e olho em volta da floresta do outro lado.
Me levanto e olho para a rasura. "Não me deixe... Atravesse!"
Faruk surge e aterrissa com perfeição impressionante.
Ainda por cima com um corpo em seus braços. "Como é possível?!" Suspiro e em nenhum momento olho para o corpo em seus braços.
Ele alça vôo rapidamente e o sigo.
Estamos em casa. Sinto meu peito se aquecer mesmo em uma noite fria. A sensação de estar em casa é indescritível. Soluço e mesmo voando sinto as lágrimas molhando meu rosto. Vôo com Faruk batendo as asas com leveza, exatidão e perfeição a minha frente. Ele é como um anjo negro que na verdade é pura luz.
Olho para tudo e sinto uma vontade enorme de cair e chorar. Fui com meus amigos e retorno com um corpo. Morto.
Levei meus amigos para a morte. Assim como Fauk se culpa, também sinto o peso da culpa. Perdão amigos. Perdão por arrancar-lhes a oportunidade de ver o rosto de seu sobrinho! Me perdoe por arrancar a oportunidade de fazê-los conhecer suas amadas, perdão por impedir vocês de construir suas famílias, perdão por sujeitar seus pais a tanta dor.
Um pai ir primeiro é comum, mas um pai... Um pai não está preparado para enterrar um filho.
Perdão...
Perdão.
Olho para Faruk voando a Minha frente. O sopro de vida concedido a ele foi amaldiçoado.
Ele foi amaldiçoado para perder tudo que ama e ainda sorrir. O mais forte de nós dois sempre foi ele. Sou apenas uma fantasia que imita a realidade.
Sou a verdadeira realidade.
Sou a pessoa que sofre e prefere se afundar mais em sofrimento. Sou a pessoa que reclama de tudo e nunca está satisfeita!
Sou a pessoa que não agradece por estar viva! Que só sabe ver o lado ruim das coisas! Sou a pessoa que acorda todos os dias e vive dias programados enquanto perco a vida. A vida está passando diante dos meus olhos e estou assistindo ela se esvair de mim e o que estou fazendo para fazer do meu tempo melhor? Nada! Estou julgando os outros e vendo eles indo também. Dizendo que posso quando na verdade não posso.
Cansei de ser assim controversa! Agora quero ser mais! Quero ser a pessoa que enfrenta tudo e sorri como ele.
Quero ser a pessoa que aproveita os dias sem reclamar de algo. Quero viver realmente enquanto posso. Não conheço o dia de amanhã e estou perdendo meu tempo vendo apenas o sofrimento.
A dor sempre vai estar aqui!!!
Mas eu! Só eu, escolho se quero sofrer.A partir de agora viverei o máximo do meu luto enquanto puder, para no dia seguinte sorrir.
Mesmo perdendo tudo.
Esperança. Viverei!
Perdendo tudo.
Fé. Viverei.
Sou capaz de recuperar tudo! Basta querer. Sou capaz. Posso escalar cada degrau que perdi até agora. Viverei o tão sonhado felizes para sempre, mesmo que o felizes para sempre não exista!
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FARUK II - A Rosa Vermelha
FantasyWtf mundo???? Dois? Finalmente! Após todo o sofrimento, Ada começa a ter estranhos pesadelos que terminam sempre antes de ter uma explicação. O pior? Faruk sumiu. Agora ela tem que correr contra o tempo para salvar seu amado... Vem comigo em mais...