Segunda parte
Talvez, Iori esteja completamente certa sobre eu não poder deixar a insegurança me consumir, depois de tanto tempo eu ainda tenho medo de tudo se repetir de um modo diferente e eu acabar machucando Trevor. Ele já foi machucado demais e eu não quero acabar com ele se algo der errado entre nós, é por isso que tenho medo de tentar.
Não precisamos ir rápido demais, acho que se tudo rolar naturalmente temos mais chances de dar certo. E necessariamente não precisamos ter um relacionamento amoroso.
- O resto do caminho precisamos ir caminhando - diz, abrindo a porta do carro e saíndo.
Faço o mesmo, sigo ele, até porque não sei aonde ele está me levando.
- Estou começando a acreditar que você vai me matar, esse lugar é super afastado - brinco.
- Relaxa, você vai ver como é bonito para onde vamos.
- Se você diz - respondo, sem dar muita bola.
Andamos por uma estrada deserta com algumas árvores e um céu estrelado com uma lua simplesmente linda. Como é um local bem afastado da cidade podemos admirar muito mais o céu, por conta de não ter tanta poluição como no centro da cidade.
Cada vez subimos mais um pouco até que enxergo uma pequena casa na árvore, toda de madeira, mas sem nenhuma escada para subir. Estranho, pois não tem como subir, Trevor vai se aproximando da casa e pega um controle que está em seu bolso. Ele aperta um dos três botões que tem e uma escada daquelas com corda desce rapidamente.
- É sua casa na árvore? - questiono, curiosa.
- Sim, meu avô me deu quando eu completei dez anos. Eu sempre gostei de vir aqui, com o tempo eu fui fazendo alguns ajustes, um exemplo é está escada antes ela ficava solta e qualquer um conseguia entrar. Coloquei trancas, um colchão e um frigobar. Posso sobreviver aqui e dúvido que alguém me ache aqui.
- Bom, agora eu posso te achar - debocho.
- Você é exceção, agora vamos entrar - retruca.
Ele sobe primeiro para destrancar a porta, entra e abre as duas janelas que tem na lateral e uma clarabóia grande. A luz da lua atinge toda a casinha que não é muito grande, mas muito aconchegante, quando olho para frente vejo um telescópio e me empolgo.
- Eu não acredito que você tem um telescópio - digo, super empolgada e me aproximo. - Eu amo olhar os planetas.
- Meu avô deixou aí, ele dizia que algum dia eu ia usar ou outra pessoa ia usar - comenta, um sorriso suave aparece em seu rosto enquanto se senta no colchão com um lençol azul escuro e alguns travesseiros. - Acho que ele tinha razão, você pode aproveitar ele, quantas vezes quiser.
Observo todos os planetas do sistema solar que estão visíveis no momento, observo algumas constelações e me perco por ser tudo bonito demais. Após alguns longos minutos, largo o telescópio e me deito ao lado de Trevor no colchão. O colchão fica bem em baixo da clarabóia, é um lugar fantástico para descansar enquanto observava o céu.
- Alguém sabe sobre este lugar? - pergunto baixinho.
- Só você - responde.
- Porque?
- Você é especial e a única pessoa que tive vontade de trazer aqui - sussurra, viro todo meu corpo em sua direção e ele faz o mesmo.
- Eu não sei o que te dizer - sussurro, presa em seu olhar.
- Você não precisa dizer absolutamente nada, estando aqui, já é o suficiente.
Meu coração acelera levemente com suas palavras, mas logo, se acalma quando vejo seus olhos presos aos meus como se isso fosse a coisa mais importante no momento. Minha mão está jogada ao lado do meu corpo, ele caminha com seus dedos com delicadeza até alcançar minha mão e entrelaçar com a sua. Sinto um arrepio e uma leve tristeza toma conta do meu corpo.
- O que foi Scar? - sussurra.
- Ninguém nunca foi assim comigo - digo, encarando ele.
- Como? - questiona, franzindo o cenho.
- Como você. Você acha que alguém teve paciência para me entender e nunca me pressionar para nada? Todo mundo, absolutamente todo mundo, me olhou com pressa e você é o único que olhou com calma, com calma o suficiente para me enxergar de verdade. Você ficou e teve paciência - confesso, baixinho.
- Você me chamou atenção com toda aquela atitude, o que eu podia fazer se não provocá-la? Se eu não tivesse feito tudo o que eu fiz nós não estaríamos aqui - diz, com um sorriso no rosto e deposita um beijinho delicado em minha mão. - A melhor coisa que eu já fiz, foi ter insistido em você. Eu faria isso mil vezes, sem pensar.
- Olha, está quase me convencendo de que vamos casar - brinco.
- Eu não tenho dúvidas de que isso vai acontecer, você vai ser a noiva mais bonita do mundo - diz, sério.
Deito minha cabeça em seu peito e presto atenção nas batidas do seu coração acelerando cada vez que faço carinho em sua mão, eu poderia ficar aqui por horas sem reclamar.
- Trevor - digo, levantando minha cabeça para ele e me apoiando em meus braços.
- O que? - pergunta curioso.
- E se nós tentássemos? - jogo no ar.
- Tentássemos o que? - franze o cenho.
- Nós dois.
- Tá falando sério? - pergunta, com animação na voz.
- Estou com cara de quem está brincando? - debocho com o rosto sério.
- Eu acho que seria uma ótima ideia - diz, com um sorriso no rosto.
- Mas vamos devagar, acho que é melhor.
- Como você quiser - sussurra e me observa.
Me aproximo dele e deposito um selinho em seus lábios, ele me puxa para mais perto e aprofunda o beijo. Nossas línguas se movimentam perfeitamente em um movimento mais lento, uma de suas mãos vai e vem nas minhas costas nuas por conta do decote do macacão.
Toda vez que beijo ele, parece que é a primeira vez. O mesmo nervosismo, a mesma ansiedade aparecem e só acabam quando estamos juntos. Isso é tão novo e tão bom ao mesmo tempo que faz meu coração acelerar completamente por ele.
Notas da autora
Oi gente, tudo bem?
Estou aqui para avisá-los que em vez de ser duas partes serão três, porque quando acabei de escrever percebi que será muito bom acrescentar uma parte dessa noite narrada pelo Trevor, então a terceira parte será a última e narrada por ele.
Mas fiquem tranquilos, não é o fim do livro, ainda temos alguns capítulos pela frente e algumas coisas para acontecer.
Tenho planos ótimos, espero que estejam gostando.
Beijão, e até a próxima semana.
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Honey, We're broken (FINALIZADO)
RomanceOBRA FINALIZADA! Sinopse: Toda ação tem sua reação, todo ato tem sua consequência e toda dor tem seu motivo. A ação foi eu ter ido até você aquela noite no bar e a reação foi você ter revidado. O ato de ter te provocado veio com a consequência de vo...