Um Tempo Para Nós

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Capítulo 37 - Um tempo para nós

Well I found a woman, stronger

Than anyone I know

She shares my dreams

I hope that someday I'll share her home

I found a love, to carry

More than just my secrets

To carry love, to carry

children of our own

We are still kids

But we're so in love

Fighting against all odds

I know we'll be alright this time

Darling, just hold my hand

Be my girl, I'll be your man

I see my future in your eyes

(Perfect – Ed Sheeran)

Ian

Eu tinha certeza de que John ia adorar me contar sobre seu dia na escola em Salem. Aos quatro anos e meio, tudo o que existia era uma maravilha que merecia ser descrita com todas as palavras que havia em seu vocabulário. Descrita, analisada, repassada, revivida... Várias vezes.

A conversa animada provavelmente seguiria noite adentro e, na realidade, eu mal podia esperar por isso. Mal podia esperar para que meu filho dividisse comigo toda sua infinita capacidade de se maravilhar com o mundo. E eu queria estar disposto e feliz quando fosse buscá-lo na escola pela primeira vez.

Seria um momento e tanto, afinal. Um pelo qual estive esperando todas as vezes em que precisei me esconder no furgão para acompanhar John e Peg em alguma coisa, observando de longe enquanto vivia minha paternidade clandestina.

Parecia pouca coisa, mas era para ser um dos melhores dias da minha vida. Se eu conseguisse simplesmente afastar minha mente dos malditos Roarke.

Mesmo assim eu não conseguia. Nem mesmo diante da visão espetacular de Peg recém-saída do banho, penteando os cabelos cor de cobre diante da penteadeira elegante do nosso quarto de hotel.

Refletidos no espelho, os olhos cinzentos dela fixaram-se em mim.

— Você continua chateado, não é?

— Não é chateação — tentei explicar. — É só que... O inverno começa em algumas semanas. E Oregon não é como o Arizona. As temperaturas aqui serão difíceis de lidar.

O rosto de Peg se enterneceu enquanto ela vinha se sentar de frente para mim na cama.

— Os Roarke já passaram por muita coisa, Ian — disse, segurando meu rosto com as mãos em concha. — Você precisa ter um pouco de fé neles.

— Eu sei o que os Buscadores disseram. Sei que eles acreditam que há uma cabana de caça escondida a que os Roarke recorrem quando chega o pior do inverno, mas passar por isso tudo agora que sabem que teriam abrigo e comida adequados...

Eu nem sabia como terminar a frase. Queria dizer que era burrice, porque era. Mas o que mais me incomodava era que eu não conseguia realmente classificar assim. Não como se fosse simplesmente isso, pelo menos. Mais do que a teimosia inflexível deles, o que me preocupava estava mais para a forma primal como o frio podia transformar tudo em urgência.

Coração Deserto 2 - O Futuro O EsperaOnde histórias criam vida. Descubra agora