Capítulo 19

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Depois de muita insistência de Roger, Ester aceitou fazer uma pequena viagem para Santos, cidade da Baixada Santista, no final de semana. Como se tratava de uma viagem curta, ficariam hospedados na casa de um juiz aposentado amigo de Roger, que, inclusive, fora de suma importância para sua carreira como advogado.

Chegaram na cidade litorânea por volta das nove horas da manhã com o sol majestoso brilhando no céu e a temperatura já bastante elevada para o início da manhã. Como era a primeira visita de Ester ao litoral Paulista, tudo era novidade e motivo para registro no celular. Antes de seguirem para a residência de Roger, deu uma volta por toda a orla até o Porto de Santos para que Ester pudesse apreciar as belezas do local. Pararam em um dos vários quiosques da praia para tomar água de côco e apreciar a passagem de um navio lotado de turistas.

A residência do juiz ficava a alguns metros da orla, de onde era possível avistar o mar, no bairro da Ponta da Praia, área nobre da orla Santista onde se situa o famoso pier, local muito visitado pelos amantes de pesca e por turistas em visita à cidade. A casa de dois andares era da década de 80, com cômodos amplos e uma bela piscina. Ao longo do anos passou por algumas reformas, mas sem perder o charme. Como Roger já havia se hospedado ali algumas vezes, conhecia muito bem o local ficando muito à vontade para transitar pelos diversos ambientes. Ocuparam a suíte master, a melhor da casa, porque além de espaçosa, possuía uma bela varanda com vista para o mar, o que encantou imediatamente Ester que deixou se perder em pensamentos por longos minutos admirando a bela paisagem. Trocaram suas roupas pelas de banho para aproveitar o dia curtindo a piscina. Almoçaram uma deliciosa mariscada que Roger encomendou em um conceituado restaurante de frutos do mar. Perto das 3 da tarde Ester tomou um banho e rendeu-se ao sono comum em mulheres em sua condição enquanto Roger caminhava de um lado para o outro falando ao celular.

Já passava das dezenove horas quando Ester despertou, ainda um pouco sonolenta, levou alguns segundos para reconhecer o ambiente e então sair da enorme cama à procura de Roger. Encontrou-o distraído com um copo de whisky nas mãos ouvindo Roberto Carlos. Ele não percebeu a sua chegada, ficando visivelmente assustado quando a moça subitamente sentou em seu colo. Ela achou engraçado a reação de espanto dele e perguntou:

- Que foi, se assustou, amor?

- Um pouco, - ele sorriu sem jeito. - estava distraído pensando.

- E eu posso saber o que dominava os seus pensamentos?

Roger avaliou por um tempo o rosto dela e por fim respondeu:

- Apenas os problemas desse novo caso que tenho que resolver. Mas nada que possa atrapalhar o nosso final de semana relaxante.

- Então vamos relaxar naquela suntuosa banheira do quarto- ela disse de forma sugestiva.

Roger não respondeu, mas a tomou nos braços e a levou para o banheiro. A colocou sentada na pia enquanto preparava o banho de banheira regulando a temperatura da água e colocando alguns sais. Quando a espuma começou a se formar, os dois entraram na banheira e ficaram abraçados trocando carícias. Envoltos naquela atmosfera relaxante, fizeram amor, sem aquela ansiedade de antes, sem pressa para terminar, saíram da banheira saciados de prazer e vestiram um robe cada. Com fome, pediram uma pizza e jantaram na varanda admirando o movimento incessante dos carros na avenida Beira mar e dos transeuntes no calçadão.

Depois de algum tempo, retornaram para o quarto e dormiram abraçados. Pela manhã, Ester foi acordada por Roger com uma linda surpresa, uma mesa de café com frutas, pães cereais e uma rosa acompanhada com um cartão decorando o seu prato. Ester logo abriu o cartão que dizia: "Aqui iniciamos uma nova etapa das nossas vidas. Recomeço". Ester ficou super feliz. Aquelas palavras significavam um recomeço para os dois, que finalmente ficariam juntos e, o que era mais importante para ela, com o bebê. Abraçou Roger com carinho segurando a rosa e o cartão. Ele nada disse, sentou ao lado dela e começou a comer a estimulando a fazer o mesmo. Um copo de suco de laranja que já estava servido para ela foi a primeira coisa que pegou. Bebeu todo o suco para então pegar um pedaço de pão. Foi então que Ester ainda segurando o bolo sentiu- se tonta, com a visão turva e depois tudo escureceu caindo nos braços de Roger que parecia esperar aquele mal súbito da amante. Com passos pesados, carregou-a levando-a até a cama e lá a depositou como se a moça fosse um objeto. Verificou a hora reiterada vezes. A tez escorria um suor frio, preocupante. Olhou Ester, as pernas estonteantes, sinuosas. Era incrível como conseguia manter a beleza mesmo dopada.

Nove Meses Para MatarOnde histórias criam vida. Descubra agora