Capítulo 41

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- Com a palavra, a acusação.


Arthur: Senhorita Herrera. – Clair esperou, as pernas cruzadas elegantemente – Qual a sua ligação com o réu?


Clair: Ele é como se fosse meu pai. – Respondeu, serena.


Arthur: Suponho então que resida na propriedade dele, em Venice. – Sondou.


Clair: Nossa propriedade. – Corrigiu – Me parece que sua especialidade é brincar com suposições. Deveria investir nisso. – Alfinetou.


Arthur: Obrigado pela sugestão. – Aceitou, condescendente – Fora o contato familiar, também trabalha com o réu?


Clair: Nós cinco administramos os hotéis e as boates. Está perguntando isso porque quer, sendo que já sabe. Somos os proprietários de forma igualitária, meu nome está em todas as escrituras, esse tribunal sabe disso. – Dispensou, tirando o cabelo do rosto – Porque não me pergunta o que realmente quer saber? – Induziu, deitando o rosto de lado.


Arthur: Direta. – Clair sorriu – Sabia do convívio dele com a menor?


Clair: Desde o princípio. – Confirmou.


Arthur: Acredito que, como os outros, vá dizer que não viu nada demais na interação entre eles. – Supôs, cruzando os braços – Que o recriminou, mas não houve nada a fazer.


Clair: Oh, não. Não recriminei. – Disse, piscando os olhos verdes – Eu sempre achei tudo adorável. Gostaria que tivessem feito por mim o que ele fez por ela, se eu tivesse a vida dela. Os outros realmente recriminavam, eu não. – Dispensou, direta.


Arthur: É difícil argumentar com sua linha de pensamento, senhorita Herrera. – Admitiu, observando-a. Ela continuava totalmente à vontade – Em seu "apoio" não levou em consideração o fato de que o réu estava cometendo um crime? Vários crimes? Que ele tirou uma menor de sua casa, que ele abusou dela, que havia um pai sendo enganado?


Clair: Ele tirou uma menor de sua casa e ele mostrou a ela beleza genuína. Arte, musica, o que o mundo tem e só se vê na televisão. – Pontuou – A lei diz que é errado e eu não sou ninguém pra corrigir leis, então não posso dizer nada quanto a isso, mas se ele diz que não transou com ela, eu acredito nele. – Alfonso sorriu de canto.


Arthur: Qual o grau de parentesco entre a senhora e o réu, senhorita Herrera? – Sondou.


Clair: Oh, não somos parentes. – Arthur franziu o cenho.


Arthur: Tem o sobrenome dele. – Lembrou.


Clair: Ele deu pra mim. – Ela hesitou por um momento. Olhou Nate aqui, e logo atrás dele a mãe dele, hoje elegante em um conjunto verde água e o irmão, vestido social – Eu não tinha um.


Arthur: Poderia esclarecer essa afirmação? – Pediu. Ela tirou o cabelo do rosto, sorrindo de canto.

Como Eu Era Antes de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora