Capítulo 42

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Anahí se levantou, ciente de todos os olhos do tribunal em cima dela. Houveram flashes, e ela os ignorou. Estava perfeita, sabia disso. Apesar do dia de absurdos em série, seu equilíbrio nos saltos estava perfeito, suas roupas estavam impecáveis, seu coque lhe dava uma aparência blasé. Caminhou até a cadeira das testemunhas com toda a confiança que conseguiu reunir (e tentando replicar o andar de Madison também, verdade fosse dita).


- Você jura dizer somente a verdade, nada mais que a verdade, com a ajuda de Deus?


Anahí: Juro. – Disse, com a mão erguida. A pulseira brilhava, dando um toque especial ao juramento.


- Com a palavra, a acusação.


Arthur: Senhorita Portilla. – Anahí esperou – Tem algum sentimento de raiva pelo seu pai?


Anahí: Tenho muitos sentimentos pelo meu pai. – Respondeu, tranquila. – Depois das ultimas 48h, o que mais tenho são sentimentos. Nada que seja pertinente ao caso. – Dispensou.


Arthur: Se sentiu negligenciada por seu pai alguma vez durante sua criação?


Anahí: Não. – Respondeu, se lembrando – Veja, eu não sabia muito sobre meu pai, como viagens internacionais e possibilidades de trocas de férias e por ai vai, mas negligenciada não. Eu não tive mãe, ele estava lá.


Arthur: Como pode descrever a relação que tinha com seu pai, desde que entrou na sua adolescência?


Anahí: Não posso dizer que éramos melhores amigos e trocávamos segredos. Ele era meu pai. Ele chegava do trabalho a noite, nós jantávamos, conversávamos por uns 15 minutos, eu ia pro meu quarto. – Resumiu.


Arthur: Alguma vez algo te faltou em casa? – Anahí respirou fundo, se cansando.


Alfonso: Ela vai explodir nele. – Murmurou pra Nate, observando.


Nate: Não posso protestar, ele não fez nada ainda. – Disse, franzindo o cenho. – Eu instrui ela.


Alfonso: Estou só dizendo, olhe ela. Está começando a se cansar. – Avisou.


Anahí: Não. Pra resumir as próximas perguntas: Nunca passei fome, nunca fui largada atoa, nunca vesti trapos. – Cortou – Só pra economizar tempo.


Arthur: Nos foi passado como a senhorita conheceu o réu. Tem algo que queira acrescentar sobre o evento? – Anahí piscou.


Anahí: Não, foi descrito com riqueza de detalhes. – Disse, cruzando as pernas. – Aconteceu exatamente dessa forma.


Arthur: A senhorita afirma que não tem raiva do seu pai. Passou pela sua mente que poderia estar magoando ele, durante todo o processo dos eventos aqui relatados? – Apontou.


Anahí: Não. – Admitiu – Eu encontrei alguém que me fazia muito feliz. Eu convivia pouco com meu pai, e esse alguém estava lá pra mim o tempo inteiro. A qualquer momento. Eu fui tão feliz que apenas me permiti que uma situação guiasse até a próxima, e não me atentei as consequências dos meus atos. Não foi minha intenção magoar meu pai, eu sinceramente só não pensei nele. – Admitiu.

Como Eu Era Antes de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora