Alfonso: São 3 da manhã. Está caindo uma tempestade lá fora. – Apontou, tirando-a da linha onde a água entrava pela varanda e fechando as portas – Veio até aqui pra me dizer que não vai pra Nova York?
Anahí: Sim. – Confirmou, olhando-o. Os dentes dela batiam.
Alfonso: Está congelando, pelo amor de Deus. – Comentou, voltando pro banheiro.
Uma vez longe do alcance dela, os olhos dele estavam totalmente despertos. Despertos e atentos, olhando pra frente sem enxergar nada, ligando os pontos. Os próximos passos a serem dados ali eram muito perigosos; era andar sobre gelo fino. Ele voltou pro quarto calado, um roupão na mão e outra toalha seca. Precisava aquecê-la antes que adoecesse. Começou a despi-la e ela deixou, incomodada com o silencio. O cérebro dele trabalhava a mil.
Ela fora ali por um motivo obvio: Remorso. Tomara uma decisão daquela importância por um remorso igualmente grande. Só uma coisa podia causar tal remorso. A resposta era óbvia, fazia o estomago dele ameaçar colocar o jantar pra fora, mas ele respirou fundo, secando-a metodicamente. Emoções nunca levaram ninguém a nada. Precisava entender o que acontecera e agir a partir dali. Enquanto a secava, verificava o corpo dela. Sem marcas, sem inchaços. Ela cheirava ao sabonete dela. A secou entre as pernas, e a toalha voltou branca. Igualmente sem nenhum inchaço, ou desconforto que a fizesse recuar. Ela só esperava, olhando-o. Não se demorou muito; estava frio, ela podia adoecer com aquele cabelo molhado. A vestiu com o roupão agasalhando-a.
Anahí: Diga alguma coisa. – Pediu, quieta.
Alfonso: Porque tomou essa decisão assim, de uma hora pra outra? – Perguntou, puxando-a pra cama. Uma vez sentada ele puxou o edredom, ainda quente pela presença dele, e embrulhou ela.
Anahí: Porque eu quero que você fique feliz. – Disse, sincera. Ele apanhou o cabelo dela, torcendo na toalha. – Você não ficou feliz? – Perguntou, parecendo atordoada.
Alfonso: Claro que fiquei, menina. – Disse, sorrindo de canto – Só estou confuso. Se era pra me fazer feliz, porque não aceitou quando eu te pedi? – Ela negou com o rosto.
Anahí: Eu precisava... Pensar. – Ela hesitou – Eu precisava de tempo.
Alfonso: O que houve hoje a noite, Anahí? – Pressionou.
Anahí: Nada. Eu te juro, nada. – Disse, começando a ficar nervosa.
Alfonso: Shhh. Calma. Eu acredito. – Ela se apaziguou e ele voltou a secar os cabelos dela. – Você está bem? – Perguntou, olhando-a.
Anahí: Acho que um pouco ansiosa, só. – Disse, olhando pra baixo.
Alfonso: Tem certeza sobre essa decisão? – Ela o olhou.
Anahí: Você não me quer mais? – Perguntou, a voz cortando no meio – Não quer mais que eu fique aqui, com você? Mudou de ideia?
Alfonso: Ei. – Ele apanhou o rosto dela na mão – É claro que eu quero. Eu sempre vou querer você. – Disse, claro – Só estou tentando entender a situação.
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Como Eu Era Antes de Você
Hayran KurguEstreia sábado, 16 de Fevereiro. --* Obra original, completa e revisada para leitura. Não disponível para download ou adaptações. Todos os direitos reservados.