Eu corri o quanto eu podia, sem olhar para trás, o meu corpo doía e eu sabia que eu não aguentaria mais por tanto tempo.
- Camila!- olhei para Dinah que estava a alguns metros de mim, ao ver sua expressão ela parecia completamente assustada e abriu os braços.
Nos encontramos e ela me segurou em seu abraço, eu estava perdida emocionalmente, não sabia o que sentir ou como reagir, ela me segurava forte como se não quisesse que eu escapasse e eu apoiei a cabeça em seu ombro. Eu só queria ficar ali por um tempo, me sentir confortável.
- Você está bem?- pergunta com um tom baixo e suave para mim.
Murmuro algo incompreensível porque não tenho capacidade de dizer mais nada.
- O que ela queria com você?- a mais alta inicia um carinho no meu cabelo molhado.
- Nada.- respondo.- Me leve até o navio, quero voltar para casa.
Dinah solta os braços ao redor de mim e segura em minha mão, ela abre um sorriso, seu olhar é atencioso sobre o meu.
- Vai ficar tudo bem.- e passa a mão livre pelo contorno do meu rosto me fazendo abrir um sorriso leve, concordo com a cabeça e ela estende a outra mão para eu usa-la de apoio.
Caminhamos juntas uma do lado da outra em direção ao navio, por um breve instante eu olho para trás e meu coração aperta quando não vejo nada.
Eu também não esperava que ela ficasse ali.
(…)
Já estava na minha cabine e era de noite, as velas no navio estavam içadas e nós seguiamos viagem de volta ao continente, de volta para casa.
Por dentro o navio era igual como sempre foi e a minha cabine não tinha nada de diferente, era bom olhar para o estado dele assim e imaginar que nada daquilo aconteceu, como se nenhuma sereia nunca tivesse entrado nesse navio, como se nenhum navio fantasma tivesse nos atacado e nos afundado.
A única lembrança eram os ferimentos que doíam como o inferno, Lucy que era uma das únicas que podia andar tranquilamente, cuidava absolutamente de todas, e de vez em quando ela passava na minha cabine para ver se estava tudo bem.
Dei a liberdade a ela de usar todos e quaisquer produtos e tecidos que ela precisasse para ajudar as mulheres, ela o fez, com muita dedicação. Eu a via andar de um lado para outro carregando tudo o que precisava, indo de quarto em quarto, perguntei como estava Verônica, já que eu não podia sair da cabine para ver pessoalmente, ela me disse que a situação dela era pior que a minha, nem consigo imaginar o que ela está passando agora.
E em uma conversa privada na minha cabine, Lucy me pediu desculpas.
- Eu não sabia onde estava com a cabeça quando eu segui ela.- ela passava um pano com álcool na minha perna.
- Não tem problema, ela sabe fazer as pessoas fazerem o que ela quer.- respondo e solto um gemido de dor, ela para de limpar e pega uma agulha e linha para dar pontos ao machucado. Uso a gola da minha blusa para morder ao sentir a dor horrível de ser costurada.
- Não era bem isso, Vero estava estranha, eu pensava que você não estivesse bem para cuidar do navio…acho que foi esse poder de sereia.- ela revira os olhos- Não imaginava que elas existiam, mas quando a vi na praia indo te salvar…fiquei sem reação.
- Me salvar?- tento me lembrar das vezes que Lauren me salvou e depois me jogou a deriva.
- Sim, Dinah pediu, depois disso ela se transformou ao entrar no mar, todas nós ficamos surpresas, sem reação alguma.
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A SEREIA
Fanfic(Concluída) A Capitã Cabello é ambiciosa e deseja ir atrás do tesouro que seu pai egoísta escondeu, ela juntou diversas mulheres que tinham sua confiança para formar uma tripulação. Em seu navio ela se tornou a autoridade máxima e se esqueceu de com...