Enquanto isso na praia…
O Sol estava quase se pondo, começara a escurecer. Dinah pegou alguns pedaços de madeira do esqueleto no navio para colocar na fogueira, com dificuldade ela botou fogo, era importante já que a noite era bem fria.
Contente com o resultado das chamas ela decidiu que seria bom pegar um pouco de comida, achou alguns cocos bons que haviam caído na areia da praia e foi levando até perto da fogueira, depois de juntar uns dez ela decidiu abrir um para ela e para Ágata que estava deitada. Pegou um pedaço de metal do navio e quebrou a tampa do coco.
Serviu Ágata com a água, a mulher machucada agradeceu com um sorriso, depois que as duas beberam Dinah o quebrou ao meio e comeram a parte de dentro, não tinha um gosto tão bom, mas como as duas estavam morrendo de fome era o que elas precisavam.
Dinah percebeu que as outras ainda demorariam para chegar, pegou aquela rede feita por Jasmine com o que ela achou na praia, lançou a rede ao mar que por um milagre estava sempre cheio de pequenos peixes, ao capturar a rede novamente usando um pouco de força ela carregou aquilo até a fogueira.
Assou dois peixes no fogo até que a carne estivesse bem cozida, Dinah nunca tinha se atrevido a fazer qualquer tipo de alimento, ela simplesmente não levava jeito para coisa, com toda a certeza nunca seria uma dona de casa que se casaria com um homem trabalhador e ficaria fazendo a janta até ele chegar. Dinah sempre gostou de aventuras, e estar no mar é o seu sonho, e por mais que a situação estivesse difícil, dentro de si ela ainda tinha esperança de voltar para casa e embarcar mais uma vez em um navio.
Usou duas folhas para colocar os peixes, serviu Ágata com dificuldade já que ela mal conseguia ficar sentada para comer, a carne não estava boa, mas a fome fazia daquilo uma das melhores refeições que elas já tiveram. Dinah se perguntava se as amigas já haviam comido, se elas estavam bem, se elas voltariam antes de anoitecer.
Depois de comer, ela se levantou, estava inquieta, andava de um lado para outro, viu Ágata cochilar, mas acordar logo em seguida.
O mar estava agitado assim com ela, decidiu colher mais alguns cocos, mas não achou muitos, os deixou perto da fogueira e continuou a andar. Ela não podia ir longe para não se afastar de Ágata, mas o que ela realmente queria era ir atrás de todas e traze-las de volta. Estava farta dessa ilha, pensou se seria tão difícil assim voltar para casa nadando.
"É impossível Dinah, pare de pensar bobagens" disse para si mesma e achou engraçado o fato de estar falando sozinha, ela já ouvira sobre histórias de pessoas que ficam presas em ilhas desertas e perdiam a cabeça, começavam a falar com as plantas e a ter alucinações.
Depois de se sentir cansada de tanto andar em círculos voltou a se sentar perto da fogueira.
Dinah vigiava pelo canto do olho Ágata, cujo pé ainda estava inchado e dolorido por conta da névoa envenenada, sentia a dor que era constante, mesmo com todos os anestésicos naturais que Verônica tinha passado em sua pele, a mulher já não aguentava mais, considerava uma amputação.
Tentou se virar de lado para ver se descansava, mas o nervos em sua perna começaram a repuxar e ela se arrependeu de ter saído da posição que estava. Bufou mais uma vez e recostou a cabeça no chão.
- Está tudo bem?- a voz era de Dinah que estava preocupada, ela não sabia o que fazer, um machucado desse e não tinha remédios apropriados para a melhora.
Ágata negou com a cabeça, mais uma vez seu pé doeu como se alguém o queimasse, a ardência era insuportável, ela gemeu e se encolheu, olhou com dificuldade para o pé inchado, lágrimas escorram do seu rosto.
- Maldita névoa! Maldito navio fantasma!- xingou.
- Vai ficar tudo bem.- Dinah diz tentando reconforta-la, mas Ágata dá de ombros, ela ouviu essa frase de todas que conversaram com ela, e em nenhum momento seu machucado melhorou, na verdade só piorou com o tempo.
- Não, não vai!- esbravejou revoltada.- Estamos nessa merda de ilha, meu pé não melhora e não temos como voltar para casa! O mais perto de um navio que temos e é essa merda de esqueleto aqui do lado!- e apontou para o navio.
Dinah arregalou os olhos, Ágata sempre foi de todas as marinheiras, a mais calma, mas compreendeu a sua irritação, em seu lugar Dinah provavelmente teria amputado o próprio pé com os dentes.
Sentou- se ao lado dela na areia e com um carinho suave em sua cabeça tentou reconforta-la, não curaria suas dores, mas poderia acalma-la de certa forma.
- Obrigada.- Ágata sussurrou e se deitou deixando as lágrimas rolarem de seus olhos, ela pedia aos céus por alguma luz, algo que pudesse ajudá-las, tirá-las dessa ilha infernal.- Alguma delas já voltou?- perguntou depois de um longo tempo.
Dinah olhou ao redor, mas não via sinal de ninguém se aproximar.
- Não…- ela estava cansada de esperar, também estava preocupada demais com suas amigas, gostaria de ir junto, mas sua perna ainda doía dos machucados e ela não poderia andar por muito tempo sem ter que parar e descansar por longos minutos.
- Não estão demorando muito?- Ágata perguntou, agora ansiosa.
- Estão, mas é uma ilha grande.
- Será que elas se perderam?- a preocupação das duas era palpável.
- Não sei…- Dinah começou a ficar com medo, medo pelas amigas, medo porque logo o sol iria se pôr, elas tinham pouco tempo, medo por não saber o que fazer, medo por talvez nunca mais ver a própria família de novo…ela gostaria de dizer o último adeus.- De qualquer jeito não podemos fazer nada.
- Eu principalmente.- Ágata choramingou, olhou novamente seu pé que agora parecia ainda maior.
- Estou preocupada com isso.- Dinah diz ao reparar também.
- O que será que cura névoa amaldiçoada?
- Remédio abençoado?- Dinah diz e dá uma risada alta, mesmo nessa situação ela ainda tinha um pouco de humor.
- Quem sabe…- Ágata diz rindo baixo.- Nós poderíamos receber alguma benção…
- O que é isso?- Dinah exclamou fazendo Ágata se assustar.
- O que?!- perguntou levantando a cabeça e procurando o que Dinah encarava, a mulher logo se levantou e a que estava machucada tentava com todas as forças descobrir o que acontecia.
- Ali.- e Dinah apontou para o mar, com dificuldade Ágata tentou olhar e então viu. Mesmo com a dor insuportável ela se apoiou nos dois cotovelos e viu no horizonte dois botes de aproximando.
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A SEREIA
Fanfic(Concluída) A Capitã Cabello é ambiciosa e deseja ir atrás do tesouro que seu pai egoísta escondeu, ela juntou diversas mulheres que tinham sua confiança para formar uma tripulação. Em seu navio ela se tornou a autoridade máxima e se esqueceu de com...