capítulo três

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Luíza 🌻

Todo discurso, tudo que eu preparei na mente, tinha ido embora, assim que eu vi ele conversando numa boa com outras.

Uma morena e loira, pareciam bem íntimos. Acabei olhando demais, tanto que ele respirou fundo vindo na minha direção.

Coringa: Diego tá bem? - Foi a primeira pergunta preocupada dele.

Luíza: Tá, tá com o Victor e Larissa...- Respondi voando, dando as costas, mas ele segurou meu braço.

Coringa: Você que terminou, lembra não? E além disso, tu mesma tava comentando que ama outro hoje.- Me soltou.

Luíza: Você acha que eu tenho a capacidade de amar outra pessoa como eu amo você? - Olhei pros olhos deles, que sorriram, junto com o sorriso nos lábios.

Coringa: Para com essa putaria, namoral.- Segurou minha cintura firme.

Luíza: Eu vim pra conversar...- Me rendi.

Coringa: Sem essa, Luíza. O que precisa mais? Porra, eu te amo e você me ama.

Luíza: Aqui não.- Olhei em volta, vendo vários olhando já.

Ele segurou minha mão, me guiando pra uma sala. Expulsou todos de lá de dentro, inclusive o Magrinho.

Me sentei na cadeira e ele sentou na minha frente.

Luíza: Lembra quando eu tava saindo toda quarta, de tarde? E você ficava puto toda vez? - Ele concordou.- Eu estava indo pra psicóloga.

Coringa: Tu tá maluca, mulher? - Sorri de lado, negando com a cabeça.

Luíza: Eu ainda estava grávida do Diego quando comecei a ir, ela começou a abrir meus olhos pra várias coisas. Inclusive, naquele dia do médico que ele me chamou pra falar comigo, ele disse que eu poderia perder o bebê, se continuasse carregando todas as coisas ruins.

Coringa: Luíza, eu sei que sou um desgraçado, mas eu prometi te ajudar. Custava conversar comigo?

Luíza: Eu errei, eu sei. Mas com isso tudo e a psicóloga disse que eu poderia entrar em uma depressão sem fundo, que eu poderia realmente a chegar a coisas como suicídio...

Coringa: Eu tinha dito, eu estava com você pra tudo.

Luíza: Isso vai muito além de mim, ou de você... ultrapassa muitas coisas. Eu comecei a ter pesadelos com você, entende que a gente juntos não estava mais fazendo bem pra mim? Eu precisava respirar, Felipe. Conversando com você sobre aquilo ou não, não ia diminuir minha angústia.

Coringa: Podia ser que sim, mas eu só queria que você confiasse em mim, pra me contar isso! Eu te conto tudo, até o que eu acho que não deveria...

Luíza: Me perdoa, de verdade. Eu sei que você ficaria do meu lado, mas eu achei que conseguiria sozinha.

Coringa: Esse é o problema. Você não precisa aguentar tudo sozinha por ser forte.- Passou a mão no meu rosto, que já estava molhado de lágrimas.-

Luíza: Eu me sinto melhor agora, acho que consigo voltar a minha rotina.

Coringa: Ainda tá tendo os pesadelos? - Assenti, me encolhendo.

Luíza: Antes, eu ficava mal por estar do seu lado. Mas após esse tempo que fiquei sozinha, aprendi a controlar melhor. São poucas vezes, tipo... quando eu seu que você tem missão, sai do morro, vai pro baile.

Coringa: E sobre a Larissa, tu sente algo?

Luíza: A psicóloga disse que eu não podia fazer nada, que a vida vai ensinar a ela.- Dei os ombros, respirando fundo.

Coringa: Tu se sente bem mermo, ou só tá aqui por medo de perder o Coringa gostosão? - Brincou, me fazendo gargalhar.

Ele levantou, me puxando para um abraço forte e cheio de saudades. Levantei o rosto e ele me beijou, me apertando ainda mais.

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