Insegurança, tremor, ansiedade e bem... todas as coisas que são tão comuns nos dias de hoje e que nos cercam a todos os instantes. Elas esperam, espreitam, respiram em nossos pescoços, prontas para nos derrubarem no primeiro sinal de brecha que acham. Respire. Ter brechas não te faz fraco, ter brechas te faz humano.
O homem loiro desligou o celular o deixando encima da mesa, pegou o copo de café e sorveu um gole. Arqueou as sobrancelhas vendo a morena entrar com grandes óculos escuros no rosto, se levantou a beijando na bochecha.
- Café? – Perguntou empurrando o segundo copo para ela.
- Agradeço. – Rachel murmurou tirando os óculos e os deixando na mesa, olhou nervosamente em volta antes de voltar para o homem.
Os cabelos dele continuavam no mesmo tom de loiro dourado de quando eram adolescentes, mas a barba preenchia o maxilar quadrado tirando o ar de menino que um dia ele exibiu. Os lábios grossos ainda eram rosados e os olhos tão azuis quanto um céu limpo.
- Como você está? – Ele perguntou cautelosamente.
- Bem. – Rachel tomou dois goles do café e olhou pela janela antes de olhar novamente para Sam.
Sam arqueou as sobrancelhas e esperou que ela falasse algo, ele próprio tomando um gole de café. Rachel tocava os dedos tomando seu tempo para pensar e responder a pergunta muda do homem na sua frente. Ergueu os olhos para Sam que lhe encarava calmamente, suspirou diante da expressão calma dele.
- Ela te intriga. – Sam tentou ajudar. – Eu sempre achei que vocês eram o tipo de "amigas" - Ele ergueu os dedos fazendo as aspas – que, bem, vocês forçavam uma a outra a ir além. Você quer a minha opinião?
- Sim. – Rachel murmurou. – Por favor...
- Eu tenho pra mim que... - Ele se ajeitou na cadeira. – Quinn sempre teve sentimentos por você, mas ela os reprimiu. Ela foi obrigada a reprimi-los, não apenas pela educação religiosa, mas também porque ela não se sentia digna de você. Quinn sempre carregou muita culpa com ela, culpa que ela sempre soube dissimular muito bem.
Rachel tomou outro gole do café, olhou para Sam e suspirou.
- Eu acho que gosto dela. – Encolheu os ombros. – Ela me intriga... eu queria... eu queria poder saber o que mudou nela. Que tipo de mulher ela se tornou... o porque do livro, ela me disse que eu a inspiro e que sempre estive na mente dela.
- E o que você pensa disso? – Sam se inclinou para ela.
- Que é intrigante. – Rachel respondeu apoiando o queixo na mão. – Em que momento isso começou a acontecer.
Sam esticou a mão pegando a de Rachel por cima da mesa, a apertou suavemente causando um efeito quase imediato nos olhos da mulher. Rachel os fechou rapidamente temendo que alguma lágrima atrevida ousasse escorrer. Deu um sorriso contido para ele e encolheu os ombros.
- Ela me intriga. - Repetiu outra vez, já nem sabia quantas vezes havia dito a palavra, mas simplesmente não sabia como traduzir o sentimento que não fosse assim. - Mas não sei o que vai acontecer.
- Acha que ela não quer tentar entender o que é esse sentimento? - Sam mantinha o tom de voz calmo com ela. - Quinn mudou... quando poderíamos sonhar que ela assumiria em público um relacionamento com uma mulher e noivaria com ela?
Rachel tomou um gole do café e mordeu o lábio.
- Eu ainda sou Rachel Berry. - Respondeu com calma. - Talvez isso ainda seja um peso para Quinn.
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Diário 2.0 - Faberry
RomanceQuinn Fabray se tornou uma autora de sucesso e está em turnê para a promoção de seu último livro. Uma das paradas é em New York e em uma noite de autógrafos ela recebe uma visita inesperada. Para Rachel Antigamente os viajantes utilizavam as estrela...