Capítulo XXVIII - Nós

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Eu não tinha a menor ideia de como iria começar esse capítulo, de verdade, então eu me lembrei de algo que ocorreu ontem. Eu estou escrevendo um livro. Em resumo eu resolvi reescrever Quinn e Rachel dentro do universo de Acrab que eu também estou reescrevendo. Pois bem, surgiu a questão "farei o livro ser tão erótico quanto é a fic?" eu não tive resposta para isso. Fiquei brincando com duas amigas a respeito da situação, no caso a minha preocupação era o fato de que minha mãe vai querer ler. Me deixar com vergonha, realmente com vergonha é uma coisa muito difícil, realmente difícil. Enquanto eu estava nessas duas conversas, minha mãe me ligou e eu estava rindo. "Ana, do que você tanto ri?" eu calmamente expliquei a questão e ela respondeu "filha, eu sei fazer essas coisas então capricha nas cenas, ta?". Eu fiquei vermelha, meu rosto esquentou e eu tive uma crise nervosa de tanto rir. Eu ainda não fiz nenhuma cena para o livro, mas... espero ter caprichado nas cenas do capítulo... se vocês me entendem.

Desceu os degraus envolvendo o corpo com o roupão, parou no pé da escada olhando para a filha mais nova. Quinn estava sentada no canto em L do sofá, um copo em uma das mãos e a luz do que Judy supôs o tablet acertando seu rosto.

- As respostas que você está procurando, não estão no fundo de uma garrafa. – A mais velha se aproximou e tirou o copo da mão da filha, seu olhar parando na garrafa de vodca em cima da mesa. – Acredite... eu sei.

A mais velha pegou a garrafa e a levou de volta para a cozinha, parou pegando uma garrafa de água na geladeira e voltou para a sala.

- Beba. – Ordenou dando a garrafa para a filha e se sentou ao lado dela com um suspiro, pegou o tablet vendo a reportagem de exposição.

- Ela me odeia. – Quinn segurava a garrafa com força. – Minha filha, me odeia.

- Ela não te odeia. – Judy negou com a cabeça. – Ela está te vendo como humana pela primeira vez e isso a decepcionou. Ela percebeu que você não é a super-heroína que ela achava ser, você comete erros e tem falhas. Ela está com raiva, ela está decepcionada, mas ela não te odeia.

- Mãe...

- Quinn. – Se inclinou pegando a mão da filha. – Eu conheço o olhar que ela te deu. Eu já ganhei esse olhar, tantas vezes que não posso nem ao menos contar. Eu vi esse olhar em todas as vezes que você precisou me dar banho, me colocar na cama, fazer a comida, limpar a casa, quando você gritava comigo enquanto eu me afogava em vodca. Você ficou com raiva de mim e decepcionada comigo.

Quinn fechou os olhos e apoiou a garrafa gelada contra a têmpora.

- Meu amor... - Judy falou em voz baixa. – Eu sei que o seu passado te assombra, eu sei que o que seu pai e eu te fizemos passar é algo...

- Mãe, as decisões ainda eram minhas.

- Sim, eram suas, mas conviver com dois pais alcoólatras colocaria qualquer um na borda. – Judy inclinou a cabeça. – Assim como lutar com a própria sexualidade em um ambiente hostil a homossexualidade.

- A senhora está justificando o que eu fiz. – Quinn negou com a cabeça. – Não tem justificativa para o que eu fiz.

- Você está sendo dura demais com você mesma, Rachel te perdoou.

- A minha filha não me perdoou.

- Beth não tem que te perdoar. – Judy negou com a cabeça. – Beth não está envolvida na situação. O que aconteceu entre você e Rachel enquanto vocês eram adolescentes só interessa a você e a Rachel. Não cabe a mim, ao seu pai, aos pais dela ou a Beth te perdoarem ou deixarem de perdoar. Isso cabe a Rachel e apenas a Rachel.

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