Eu queria ter algo profundo para dizer hoje, afinal de contas é natal e tudo o mais. Nessa época em Diário 1.0 eu estava falando sobre meu filme de natal favorito Grinch. E convenhamos foi um capítulo bem emocional aquele: Russell negando Quinn, Benjamin ganhando uma nova família, a morte de Russell, a possibilidade de Ethan enxergar... eu lembro de falar sobre família naquele capítulo e de como seria difícil a oração daquela noite... havíamos perdido minha tia naquele ano. E eu estava certa, foi uma oração difícil... no natal seguinte meu avô já não estava mais conosco e foi outro natal difícil. Desde então eu percebi que a festa perdeu um pouco o seu "brilho", talvez seja o fato de que estou ficando mais velha ou o fato de que minha família está criando suas próprias famílias e seguindo seus caminhos. Eu não sei... eu queria ter palavras animadoras, inspiradoras, acolhedoras, eu queria fazer jus a este capítulo que estou entregando a vocês. Estou cansada, triste, pesada... acho que estou precisando de uma nova visão sobre o natal.
Então ao invés de usar minhas palavras eu usarei as palavras da minha série de conforto na esperança de ajudar alguém que esteja precisando hoje.
"Você sabe aquela visão romântica de que todo o lixo e dor é na verdade terapêutica e bonita, e até poética? Não é verdade. É apenas lixo, e apenas dor. Você sabe o que é melhor? Amor.
O dia em que você começar a achar que o amor é supervalorizado, é o dia que você estará errado. A única coisa errada sobre o amor, a fé e a crença é não tê-los."Se sentou de frente para o quadro. A caneca de chá quente estava soltando vapor. Seus olhos deslizando pelo quadro. Limpo. Vazio. Olhou para o quadro que estava apoiado no seu armário e ele estava preenchido, rico e vivo. Acrab deveria estar em espera, ela abriu a gaveta e pegou um diário novo e uma caneta nova. Abriu uma página nova e cruzou as pernas apoiando o caderno na coxa, respirou fundo e começou a pensar. Ela queria uma história, mas antes disso ela precisava de base então começou a escrever sobre Beth Stern, tudo o que já havia escrito sobre a personagem. Sua forma física, sua personalidade, os pontos principais de sua história, seus anseios e medos. Ela escreveu duas páginas sobre Beth antes de parar para beber um gole de chá. Releu suas palavras puxando um bloco de notas para perto, anotou algumas coisas que se sobressaiam em forma de perguntas, ela voltaria aquilo mais tarde. Retornou sua atenção para o diário e virou a página alisando a página outra vez, com um movimento fluído voltou a escrever se ocupando de outro personagem. E assim ela foi caminhando, escrevia sobre um personagem, parava e tomava um gole de chá, reexaminava sua escrita e anotava no bloco de notas perguntas que poderiam ser úteis em algum momento. Quando deu por si tinha quase 5 páginas de perguntas em um bloco de notas e uma caneca de chá vazia. Se esticou na cadeira olhando para o trabalho feito, era um progresso, pelo menos era algum trabalho. Puxou o bloco de notas e examinou as perguntas, riscou algumas que não lhe interessavam tanto ou que pareciam superficiais, pegou algumas canetas coloridas e começou a marcar perguntas que pareciam conversar entre si. Ouviu a batida na porta e grunhiu um "entre", Judy apareceu no portal.
- Hey. – Entrou no escritório, esperou até Quinn abaixar a caneta e erguer os olhos para ela. – Como foi de viagem?
- Foi... algo. – Quinn murmurou jogando o corpo para trás. – Decididamente foi algo.
- Ainda está irritada com os editores? – Judy se sentou em uma das poltronas perto da estante e da janela.
- Estou, mas não tem nada que eu possa fazer a não ser seguir adiante. – Quinn encolheu os ombros. – Eu tenho que engolir e trabalhar com o que eu tenho, eu tenho a capacidade de fazer algo com o que eles me deram. Eu vou publicar Acrab, apenas de outro jeito.
- E Lima? – Judy deu um pequeno sorriso. – Continua sendo a mesma cidade de mente fechada?
Quinn hesitou olhando para a mãe, o sorriso da mulher, os olhos azuis... ela ficou em dúvida sobre o que responder. Viu Judy suspirar e inclinar a cabeça.
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Diário 2.0 - Faberry
RomansQuinn Fabray se tornou uma autora de sucesso e está em turnê para a promoção de seu último livro. Uma das paradas é em New York e em uma noite de autógrafos ela recebe uma visita inesperada. Para Rachel Antigamente os viajantes utilizavam as estrela...