Capítulo XXXI - Amor

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Russell Fabray foi uma surpresa, eu sei. Eu quis tentar algo diferente, eu entendo que em muitos momentos ele sempre representou a intolerância cristã. Sempre o usamos dessa forma, como a parte "feia" do cristianismo, mas eu quis tentar mostrar que o amor de Cristo também pode regenerar até os mais "feios". O amor regenera, eu acredito nisso e eu tenho fé nisso. Acho que ainda é sobre o trecho que coloquei no capítulo passado... "O dia em que você começar a achar que o amor é supervalorizado, é o dia que você estará errado. A única coisa errada sobre o amor, a fé e a crença é não tê-los."

Mas que fique claro, não é porque você tem fé que deve se manter em um ambiente tóxico, com pessoas que te fazem mal. Você pode se afastar, você pode não querer mais o contato, mas tenha fé que essa pessoa pode se regenerar... ninguém merece ficar na escuridão de sua própria ignorância. Pregue o amor. Pratique o amor. Seja o amor. Pregue a tolerância. Pratique a tolerância. Seja a tolerância. E acredite... a vida anda.

Rachel permaneceu parada enquanto a balburdia se alastrava pela quadra na forma de pais gritando. Ela estava sentada perto da mesa do conselho estudantil enquanto Schuster tentava controlar a bagunça, foi preciso que Sue se levantasse com o megafone em mãos e soltar um grito para que o silêncio prevalecesse. Will levou a mão ao ouvido e olhou na direção da mulher que fez um aceno com a cabeça.

- Muito bem, agora que eu tenho a atenção de todos. – Ele puxou o microfone mais para perto. – Essa reunião foi convocada pela comissão de pais para... - Ele olhou para a pauta e franziu as sobrancelhas com desgosto, o mesmo desgosto que estampava em seu rosto desde que fora abordado pelos pais. – Tratar da posição de treinador do clube Glee.

Ele sentiu Sue se mexer inquieta do seu lado.

- Quem será a porta-voz?

Ele viu uma mulher se levantar, magra, loira, perfeitamente plastificada. Ele moveu a mão na direção do microfone que estava em oferta para os responsáveis.

- Por favor Sra. Willians.

A mulher se adiantou altiva, seus olhos pousaram em Rachel por um momento e um toque de desdém chegou aos olhos azuis.

- Viemos para discutir as competências da Srta. Berry. – A mulher falou calmamente.

- As competências? – Will retornou a pergunta com as sobrancelhas arqueadas. – Ela irá treinar o clube, será responsável pelas apresentações estudantis em âmbito escolar e as que forem fora do âmbito escolar, também é a responsável pelas competições e por auxiliar o clube de teatro.

- De acordo, apenas consideramos que essas atividades não são compatíveis com a posição da Srta. Berry. – A mulher continuou falando lentamente. – Educada em uma faculdade de prestígio e tento tanta notoriedade midiática, trabalhar em uma escola secundária e com um trabalho tão incompatível com sua formação não estaria de acordo com os pagamentos oferecidos.

Will continuou com as sobrancelhas franzidas.

- A Srta. Berry concordou com o pagamento oferecido, está dentro do orçamento do clube e tudo estará em nossa prestação de contas anual.

- Nossa junta continua acreditando que é um trabalho incompatível.

- Ela é uma professora de canto formada. – Ele apontou. – Ela está ensinando canto para as crianças, no que é um trabalho incompatível?

Os protestos recomeçaram, ele viu os pais de alunos participantes do Glee gritando contra pais da comissão. Ele sabia que a comissão de pais era formada principalmente pelas famílias mais abastadas de Lima, cristões devotos e em muitos pontos conservadores convictos.

Diário 2.0 - FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora