Capítulo XXXVII - Querer e ser querido

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Estou pela quarta vez tentando escrever isso. Das ultimas três vezes eu falei sobre ela, a mulher que tem ocupado meus sonhos todas as noites nos últimos meses. Mas então eu me perguntei... o que falar dela tem haver com o capítulo? E eu não soube responder. Pelo menos não até reler o capítulo umas duas vezes. Eu entendi que parte desse capítulo é sobre querer e sobre ser "querido" de volta. É eu sei a palavra não está sendo apropriadamente usada, mas sinceramente? Foda-se. Eu posso usar o dicionário inteiro aqui e toda a minha articulação ao dizer que todos nós queremos que as pessoas que amamos nos amem de volta. E é um saco quando isso não acontece.

Os amigos se afastaram lentamente, mas ela não conseguiu se mover. Sabia que Shelby havia levado Beth junto com Judy, mas ela não conseguia tirar os olhos do caixão simples com a estrela de Davi. Suas mãos enfiadas nos bolsos do casaco grosso que usava naquela manhã gelada. Sentiu o perfume florar antes da mulher limpar a garganta suavemente.

- Eu já estou indo, meu voo sai em algumas horas. – Andrea falou em voz baixa.

- Eu vou te levar. – Quinn respondeu no mesmo tom. – Se você não se importar esperar apenas por uns minutos.

- Eu posso pegar um táxi.

- Se você conseguir um táxi em Lima, juro que te dou todo o meu dinheiro. – Quinn brincou sem realmente dar um sorriso. – Eu me sentiria melhor sabendo que chegou ao aeroporto com segurança, apenas... - Suspirou. – Preciso de um momento a mais para me despedir.

Andrea concordou com a cabeça e se afastou sem dizer mais nada. Rachel estava há alguns metros observando as duas em silencio, olhou para Beth que parecia estar bem com Shelby e Hiram conversando com a menina. Um pouco mais distante ela pode ver Russell conversando em voz baixa com Judy e uma mulher loira que ela sabia ser Frannie, mas ainda não fora apresentada, viu Benjamin um pouco sem jeito parado ao lado da irmã mais velha.

- Elas fazem um bonito casal. – Finn parou ao lado de Rachel. – Imagino que ela ainda deve amar muito Quinn para se submeter a estar aqui.

- Finn, agora não é realmente o momento para isso. – Ela ergueu o queixo vendo a arquiteta se afastar da ex-noiva.

- Eu acho que agora é o momento perfeito. – Ele encarava o perfil de Rachel. – Ok... ela pode ter mudado, ter se tornado alguém descente... ok...

Ela olhou para ele.

- Mas ela não é a certa para você. – Ele negou com a cabeça. – Não é.

- Finn...

- Não. – Ele ergueu a mão para silencia-la. – Se ela fosse a certa para você, então você estaria em NY e não aqui.

- Eu estou aqui porque não posso estar em NY. – Ela suspirou e olhou na direção de Kurt que parecia estar olhando para os dois com as sobrancelhas franzidas escondidas pelos óculos escuros, ao lado dele Sam estava conversando com Burt e Carole. – Eu não consigo estar em NY.

- É claro que você pode. – Ele apoiou a mão no ombro da judia. – Eu sei que você pode, NY é a sua casa. Você sempre sonhou com a cidade, com o palco, eu sei que você está com medo agora, mas Rach o palco é mais do que só o seu trabalho é a sua vida.

Ela lambeu os lábios e olhou para baixo.

- Eu sei que você pode voltar para ele. – Ele suspirou. – Eu quero estar lá quando você voltar, eu quero... eu quero te segurar a noite como sempre fiz, te beijar como sempre foi o certo e eu quero te apoiar.

- Eu não posso estar em NY. – Ela repetiu sentindo a garganta apertar. – Escuta o que eu estou falando, eu não consigo estar em NY. Eu não consigo estar no palco, eu preciso de tempo para me curar e pensar em voltar.

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