Eu tenho escrito muito durante essa quarentena. Vocês se perguntam como assim? Mas você tem postado tão pouco. Eu tenho escrito muito, o livro. A história tem fluído com facilidade, talvez eu esteja tão frustrada que fugir para outro universo seja mais fácil. Mas sempre foi assim, não é? Fugimos através da leitura e da escrita, o problema é quando as coisas vão se complicando e a gente não sente mais que está fugindo e então travamos. Mas então por que você complica? Porque crescemos nas adversidades. Porque ter um problema é o que faz a história girar, até os contos de fadas tem um problema. Tem horas que não podemos mais fugir, precisamos crescer, mesmo que doa. E eu sei, isso é um saco.
Rachel acariciou os cabelos claros murmurando baixo para tentar acalmar Quinn. A loira estava tendo um pesadelo e de tanto se mexer acabou acordando a morena. Começou a cantarolar em voz baixa até que Quinn relaxasse e se recostasse nela enfiando o rosto no pescoço da atriz.
- Assim. – Sussurrou massageando o pescoço da namorada. – Vai ficar tudo bem. Tudo bem.
Sentiu Quinn esfregar o rosto contra o seu pescoço e se mexer mais lentamente.
- O que foi? – A voz rouca de Quinn chegou até os ouvidos da morena com um tom sonolento.
- Você estava tendo um pesadelo. – Rachel apoiou a bochecha no topo de sua cabeça. – Ficou agitada.
- Desculpe, te acordei? – Quinn ergueu a cabeça, Rachel sorriu vendo os cabelos despenteados e deslizou os dedos para tentar arruma-los.
- Está tudo bem. – Acariciou a mandíbula da loira. – Lembra do que estava sonhando?
- Uma guerra. – Quinn apoiou a cabeça contra os seios de Rachel outra vez. – Estava sonhando que estava em uma guerra.
- Uma guerra? – Rachel deslizou os dedos pela nuca da mulher a acariciando.
- Algo confuso, mas sim, uma guerra. – Suspirou satisfeita pelo carinho antes de murmurar sonolenta. – Talvez eu deva escrever uma...
Rachel continuou o carinho até sentir Quinn dormir outra vez, acariciou a coluna da mulher. Suas sobrancelhas franzidas, a autora estaria com febre? Durante o final de semana a loira tivera sintomas de gripe, pouca febre e nariz entupido. A morena achara fofo o nariz vermelho e os olhos pequenos, mas tivera o cuidado de verificar sua temperatura, dar os remédios e obriga-la a comer bem. Pegou o celular verificando que já eram 6 da manhã, ela deveria se levantar e começar a se preparar para o dia, mas Quinn estava tão confortável. A beijou nos cabelos antes de deslizar para fora da cama ouvindo o gemido de protesto, deixou seu travesseiro para a mulher agarrar. Olhou para a imagem de uma mulher loira de cabelos bagunçados agarrada ao seu travesseiro. Não resistiu e tirou uma foto, sim, ela poderia acordar todos os dias ao lado de Quinn e não teria problemas com isso.
*Diário*
A batida na porta fez com que Rachel desviasse sua atenção do piano. Russell estava parado no portal e um olhar inseguro pouco comum nos olhos verdes do homem.
- Senhor Fabray. – Ela deixou a partitura encima do piano e franziu as sobrancelhas.
- Professora. – Ele a cumprimentou com um pequeno sorriso, um pequeno sorriso que ela reconhecia. – Eu posso entrar?
- Sim, por favor. – Ela olhou em volta. – Meu escritório talvez seja um lugar mais confortável para conversarmos.
- Não, acredito que aqui seja um bom lugar para conversarmos. – Russell se aproximou de uma das cadeiras de seus alunos. – Se importa?
- Não, apenas estou... surpresa. – Rachel se sentou no banco do piano, mantendo uma distância saudável entre os dois. – Posso ajudar em algo?
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Diário 2.0 - Faberry
RomansaQuinn Fabray se tornou uma autora de sucesso e está em turnê para a promoção de seu último livro. Uma das paradas é em New York e em uma noite de autógrafos ela recebe uma visita inesperada. Para Rachel Antigamente os viajantes utilizavam as estrela...