Capítulo XXXIII - Lucy in the sky

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Bem, não deve ser surpresa nenhuma para quem está lendo que eu estou de quarentena. Sim, todos nós estamos, mas como é de conhecimento geral… eu tenho pulmões fodidos. Eu tenho tido uma mescla de sentimentos por dia, sinto calma, medo, irritação, frustração… tudo em um redemoinho. Então eu tento me isolar e não sentir. Eu tento jogar videogame. Eu tento ler. Eu tento ver série. Perceberam a utilização do verbo? Eu tento. Nem sempre eu consigo. Eu tive crises de ansiedade muito fortes, de chorar quieta no meu canto, de ligar para a minha mãe pedindo para não ficar mais sozinha, de virar noites acordadas. No momento eu durmo a base de passiflora… o meu famoso remédio natural que tem um nome que me faz rir toda vez: Seakalm.

O que eu quero dizer é que está complicado. Eu sei. Mas eu tenho rezado. Eu tenho tentado praticar coisas boas, pensamentos bons. Eu não sei porque as coisas estão acontecendo, não sei se tem uma razão espiritual para isso ou se é só o planeta de saco cheio dessa relação abusiva que praticamos com ele. A verdade é que não sabemos de nada. O que nos resta é rezar, seja lá qual for a nossa crença, e esperar… ou não rezar se não acredita, mas tente praticar coisas boas pelo próximo. Tente ajudar quando for possível, não te custa nada e você pode ser a diferença no dia de alguém. Fiquem seguros. Vamos ter esperança.

Rachel soltou uma risada baixa enquanto colocava os pratos no escorredor. Pegou o pano de prato para secar as mãos enquanto olhava para a loira sentada na mesa.

— Me explica de novo, porque comemos comida mexicana às… - Olhou pela cozinha sem ver nenhum relógio. – Eu não tenho noção de que horas são, mas certeza que já passou das duas da manhã.

— Bem, eu fiz o jantar… mas você quis outra coisa. – Quinn sorriu para ela, afastou um pouco a cadeira da mesa. – Vem cá.

Rachel soltou o pano na pia e se aproximou da mulher, passando suas pernas pelas de Quinn se sentando de frente para ela. Sentiu quase imediatamente as mãos da autora deslizarem para dentro de sua camisa larga. Arqueou suas sobrancelhas com um sorriso enquanto repousava seus braços envolta do pescoço alvo.

— Agora que você está alimentada… - A Berry brincou sentindo seus seios sendo acariciados. – Precisa de algo mais?

— Eu não sei, talvez uma sobremesa? – Quinn respondeu levantando a blusa da mulher e a jogando no chão da cozinha para olhar os seios desnudos. – Algo com frutas silvestres, talvez?

— Sério? – Rachel soltou uma risada alta. – Essa cantada?

— Shiu, você gosta das minhas cantadas. – Quinn murmurou se inclinando para apanhar um dos seios da morena entre seus lábios.

Ouviu o suspiro e o carinho em sua nuca enquanto sugava o seio. Rachel sorriu acariciando os cabelos loiros da mulher antes de puxa-la para longe ouvindo o “pop” suave do bico de seu peito saindo da boca da mulher.

— Agora… - Sussurrou acariciando a bochecha de Quinn. – Não que eu não esteja gostando de tanta atenção assim, mas…o que está acontecendo nessa sua linda cabecinha?

— Nada. – Quinn franziu as sobrancelhas ainda sorrindo. – Apenas estou com saudades.

— Quinn… - Rachel arqueou as sobrancelhas. – Eu consigo sentir que tem algo errado, você está tensa. Apenas um pouco, mas está, tem essa pequena sombra no fundo dos seus olhos.

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