Capítulo XXVI - Love me anyway

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Hoje é dia 04/10, amanhã eu vou ver uma das minhas cantoras favoritas. P!nk. O novo cd me trouxe algumas músicas que já estão rapidamente me marcando, mas essa semana uma me fez parar. Estava lavando louça (sim, minhas melhores ideias saem quando estou lavando louça, tomando banho ou limpando o quintal) e pensei em uma oneshort Avalance (que está sendo escrita) quando a música já estava no final. É uma música sobre vulnerabilidade, sobre estar vulnerável ao outro e a pergunta principal é "você poderia me amar mesmo assim?" E aqui temos um segundo ponto... eu não tinha a intenção de escrever "eu te amo" como uma fala das duas, mas no último capítulo eu achei que deveria. A verdade é que eu quero demonstrar o amor delas com ações mais do que com palavras, é por isso que elas usam tanto o "estou aqui". Comecei a pensar que falar tantas vezes acaba se tornando algo vazio, então ao invés de falar estou optando por demonstrar e para isso... vulnerabilidade.

O loiro fechou a porta e caminhou pela sala deixando suas chaves em cima da mesa, afrouxou sua gravata e reprimiu o gemido pela dor de cabeça pulsante. Tirou o paletó o jogando na poltrona enquanto desabotoava os punhos da camisa e como um relógio Kurt veio pelo corredor carregando travesseiros e uma coberta.

- Kurt. – Sam suspirou. – Por favor, me deixa dormir no quarto.

- Não. – O moreno respondeu deixando o que carregava cair no sofá. – E como eu já disse se você entrar no quarto de hóspedes eu saio.

- Então podemos conversar? – Sam perguntou sentindo a frustração começar a bater.

- O exame de DNA foi adulterado? – O moreno perguntou rascante, seus olhos azuis faiscaram. – Você não é o pai?

- Eu sou o pai. – Sam fechou os olhos por um momento. – Só... podemos conversar?

- E sobre o que você quer conversar? – Kurt lambeu os lábios inclinando a cabeça. – Sobre o fato de que você fodeu com a sua "melhor amiga". - Fez aspas com os dedos. – E agora vai ter um filho com ela?

- Não faz isso. – Sam negou com a cabeça. – Não faça.

- Não fazer? – Kurt sentiu os olhos queimando. – Estamos decidindo o nosso casamento e você vem me dizer que vai ter um filho, como diabos eu devo me sentir?

- Você ao menos se lembra que na época em que eu dormi com Katie eu era um homem solteiro? – Sam perdeu a paciência.

Kurt recuou e ergueu um dedo para ele.

- Você não vai jogar a culpa disso em mim. – Sua voz tremeu.

- Eu não estou jogando a culpa em você, mas de fato eu era solteiro. – Sam respirou fundo. – Eu estava tentando curar o meu coração partido e você não pode me julgar por isso. Se eu bebia todo final de semana e dormia com pessoas aleatórias, isso era um problema meu.

- Mas agora existe uma criança e se tornou um problema nosso. – Kurt rebateu. – Ou você acha que eu vou simplesmente ignora-lo?

- Eu não quero que você o ignore, estou apenas pedindo que você... - Sam parou quando percebeu o que iria falar.

- Que eu o que? – Kurt inclinou a cabeça. – Que eu te apoie? Que eu apoie o fato de que você vai ter um filho com outra pessoa que não sou eu? Que eu ame essa criança como se eu a quisesse?

- É, é o que eu quero, Kurt. – Sam suspirou e se virou para o sofá colocando o travesseiro contra o estofado. – Eu sei que você está magoado e que não era desse jeito que tínhamos planejado ter filhos, mas eu não vou negar a minha responsabilidade. Katie achou que poderia lidar com isso sozinha e eu já estou muito irritado com ela por isso, é meu filho e eu quero estar lá, por mais fodidamente complicado isso seja. Por mais fora da curva de todos os nossos planos... ele é meu filho e eu não vou fugir da responsabilidade.

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