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Diana

Eu estava no quarto da minha mãe sentada em sua cama. Eu olhava o lençol rosa claro com algumas rosas brancas.

Só de pensar que ela nunca mais irá deitar nessa cama uma dor invade meu coração.

Eu aliso o lençol da cama que ela tanto gostava. Olho para o travesseiro e o pego para abraçar. Ainda estava com o cheiro dela.

Sinto a lágrima quente escorrer por minha bochecha e pingar no travesseiro que tinha a fronha parecida com o lençol da cama.

O que eu vou fazer agora? Eu não tenho mais minha mãe ao meu lado. Minha mãe me disse que não vou estar sozinha, que meu pai e meu tio e Jack vão ser minha família. Mas será isso mesmo? Será que eles não vão ir embora e me deixar aqui sozinha?

Escuto duas batidas na porta.

--- Pode entrar --- falo com minha voz embargada pelo choro.

A porta se abre e eu vejo meu pai. Ele também estava com os olhos avermelhados. Ele se aproxima e senta ao meu lado. Ainda estava abraçando o travesseiro.

--- Nós nos livramos do corpo do vampiro. --- ele fala com um pouco de cautela.

Eu confirmo lentamente com a cabeça, mais ainda sem encara-lo

Ficamos em silêncio até eu por um fim nele.

--- O que estão fazendo com ela? --- falo finalmente olhando para o rosto dele.

Ele parece não ficar com muita vontade de falar. Mas acaba falando.

--- Eles estão a enrolando em um lençol branco para poder fazer o enterro.

Eu o olho sem entender.

--- Que tipo de enterro?

Ele limpa a garganta.

--- Nós, caçadores, quando morremos ou alguém próximo morre nos o enrolamos em um lençol e cremamos.

--- E por que fazem isso? Não é mais fácil enterrar? --- pergunto um pouco feliz por desviar do fato de quem será o enterro.

--- Às vezes quando uma pessoa morre e tem alguma pendência ou algo assim, ela tende a se transformar em um espírito vingativo que pode nos dar muito trabalho. Por isso cremamos. Sem restos mortais, sem fantasma, assim as pessoas estão livres para ir seja para onde for.

Eu volto a desviar o olhar dele e olho para o chão do quarto.

--- Você acha que ela foi para o céu? --- pergunto voltando a olhar para ele.

Ele abre um pequeno sorriso.

--- É claro que foi,se eu consegui ir para lá, ela com toda certeza também foi.

Eu o olho um pouco sem entender.

--- Você já foi para o céu?

--- Sim. Você não sabe quantas vezes eu já morri e voltei a vida. Mas a primeira vez que morri eu fui para o inferno.

--- O você fez de tão ruim para ir para lá?--- pergunto um pouco desconfiada.

--- Nada. Quer dizer, eu fiz um pacto.

--- Que tipo de pacto?

Ele me olha e suspira como se fosse uma longa história.

--- Seu tio Sam foi morto, eu não sabia o que fazer, ele era tudo que eu tinha, ele era meu irmão mais novo que eu tanto amava, não podia ficar sem a única família que eu tinha --- ele fala olhando pro nada como se estivesse se lembrando do acontecimento --- aí eu fiz um pacto, minha alma em troca da vida do Sammy. Eu recebi um ano de vida. Depois disso um cão do inferno me matou e eu fiquei no inferno por o que parecia uma eternidade.

Eu olhava fixamente para meu pai. Eu podia entender seus motivos, minha mãe também era minha única família, eu acho que se eles não estivessem por perto e eu soubesse como fazer um pacto, eu faria para ter minha mãe de volta.

--- E como saiu de lá? --- Pergunto

--- Castiel, ele me tirou de lá e me trouxe de volta a terra. Agora ele é meu melhor amigo. --- ele fala com um sorriso fraco.

--- A vida de vocês é uma loucura.

--- Sim, eu sei --- ele diz com um fiapo de um sorriso.

Eu largo o travesseiro e o abraço. Ele parece ficar surpreso mas não demora muito para ele me abraçar também.

--- Eu vou estar ao seu lado, tudo bem? Você não vai ficar sozinha. Eu não vou deixar você ficar sozinha. Todos nós vamos ficar do seu lado. --- Ele promete

Eu o abraço ainda mais forte e me agarro em sua jaqueta. Minhas lágrimas molham o ombro de sua jaqueta.

--- Pai, isso dou muito --- eu falo chorando e o abraçando com força.

--- Eu sei,eu sei --- ele fala acariciando meus cabelos e dando um beijo no topo da minha cabeça.

Eu continuo chorando copiosamente nos braços do meu pai. Pela primeira vez na minha vida, meu pai está me consolando no lugar da minha mãe.





776 Palavras

Obrigada por lerem
Desculpe pelo capítulo curto
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Deus abençoe vocês.

A filha de Dean Winchester(Em REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora