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Contém: morte, uso de drogas, prostituição, estupro, ménage a trois, violência, feminicidio, sexo explícito
Eliza Ferrari é uma garota pobre que morava no interior do Pernambuco juntamente com seus pais. Independente das dificuldades familiare...
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TEM ALGUMA coisa acontecendo aqui na boate. O movimento está estranho demais. Egas não sai do celular, anda pra lá e pra cá o tempo todo e não para de sair.
Volto a esfregar o corredor enquanto tento aguçar os meus ouvidos para ouvir o que ele está dizendo.
- Quarta-feira… não, eu não sei. Mas tem uma garota aqui que sabe.
Ele para de falar. Quero saber do que ele está falando, a curiosidade está me corroendo.
- Já imaginou se esse Caleb denuncia e a polícia puxa o fio da ninhada toda?
- Tem que apagar ele mesmo - ouço Lizete dizer.
Não consigo segurar o riso. Ele está vivo. Vivinho da silva. Eles não conseguiram matá-lo. Os estilhaços do meu coração estão batendo freneticamente e o meu estômago está dando cambalhotas.
- Você está vivo, Caleb - volto a esfregar o chão, agora com mais força e ânimo.
Um par de sapatos pretos para a minha frente. Paro de limpar e levanto a cabeça. É o desgraçado do Egas.
- Onde aquele seu clientizinho mora?
Dou de ombros.
- Em uma casa, óbvio.
Ele agacha à minha frente e me olha nos olhos.
- Vamos parar de brincadeira, dona Eliza - ele acaricia minha bochecha direita. - Eu estou doido para matar alguém.
Engulo em seco.
- Vou perguntar de novo: onde aquele seu clientizinho mora?
- É nos Estados Unidos, mas eu não sei o lugar - minto.
É claro que sei. Quinta Avenida, Manhattan.
Egas solta uma lufada de ar.
- Eu sei que você sabe, aliás, foi a garota que mais foi comprada por ele. Isso me ofende grandemente. Não gosto de pensar que cada vez que eu vou para a casa dele, tem uma bolada de dinheiro por trás disso. Isso me lembra que eu deveria odiá-lo intensivamente e fortemente e não amá-lo a ponto de fazer coisas que nenhuma garota de programa faria, por exemplo, mentir quando está sob ameaça de morte.
Jogo alguns cachos para trás dos ombros e o encaro. Sustento seu olhar e empino o nariz.
- Eu vou pra lá pra trepar com ele e não pra ficar observando endereço residencial do cara - tento soar o mais debochada e irritada possível.
- Certo - ele balança a cabeça positivamente de forma lenta.
Acho que fui convincente. Egas se levanta e sai do meu campo de vista.
