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Contém: morte, uso de drogas, prostituição, estupro, ménage a trois, violência, feminicidio, sexo explícito
Eliza Ferrari é uma garota pobre que morava no interior do Pernambuco juntamente com seus pais. Independente das dificuldades familiare...
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QUANDO SE está em terra estranha, você faz de tudo para sobreviver. Ou você morre ou passa para o lado dos assassinos. E foi o que eu fiz. Não gosto de entregar as meninas, não me sinto bem ao fazer isso, mas este é o preço da minha liberdade. Sou livre por manipular pessoas, sou livre por comprar e vender crianças, sou livre por fazer coisas horríveis e desumanas, e é por conta disso que estou viva!
Droga! O Egas não atendia o celular de jeito nenhum, peguei o voo na primeira oportunidade que tive. Tive que inventar uma desculpa esfarrapada para o chato do Barros e correr do Brasil o mais rápido possível. A única pessoa com quem eu consegui falar foi com a lerda da Antonela, que não acreditou no que eu disse.
Entro na boate rapidamente. Estou ofegante por ter vindo andando desesperadamente, pior ainda sobre estes Louboutins. Egas me vê e vem me receber em passos largos.
- Como é que é? Você viu a Eliza e o Caleb?
- Isso mesmo. Eles falaram comigo, fingiram não me reconhecer. Eu tentei ligar para você, mas você não atendia o celular.
- É, eu estava em um telefonema com a chefa - ele fala.
Chefa. Eu quero tanto saber quem é ela, mas nunca consigo. Eles nunca me dão oportunidade. Sei que é alguém importante.
- Você tem certeza? - Lizete pergunta.
- Eu não sou burra, Lizete. Eram eles.
- Quem “matou” o Caleb? - Egas pergunta. - Eu quero saber quem foi até ele.
- Não foi o César?
- Você deveria saber. Não é o chefe dos seguranças? - pergunto.
- F-fica quieta. Cala essa boca! - ele manda. Calo-me imediatamente. Faço de tudo para continuar com a minha liberdade. - Eu quero a cabeça desse cara aqui para eu ter certeza que ele morreu. Imagina só se ele já denunciou? A Eliza! E se ela já contou tudo para ele? - Vai ter que matar os dois - Antonela fala.
- E investigar quem está nos investigando também. Apagar todo mundo - lembro-os. - Mas tem a Abla. Ela pode ter dito para alguém.
Egas olha para Antonela com raiva e impaciência.
- Sua anta! Não podemos matar a Eliza, ela foi comprada pela máfia japonesa. Se a gente matar ela, vai ser um tiro na testa de cada um de nós. Já não basta a facção russa na nossa cola, entrando e saindo daqui na hora que quiser.
- Ah, e você vai fazer o quê?! Dizer a eles que ela fugiu?
- É melhor deixar a responsabilidade para eles. Digam que ela fugiu depois da compra e que a responsabilidade deveriam ser deles. - sugiro. - Até porque não funciona assim a hierarquia deles?
