As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]

KARA III

Kara estava extremamente ansiosa. Ela já tinha contado três dias desde que descobrira que iria explorar o espaço. Já se pegava imaginando as técnicas novas que iria aprender com seres de ouras raças, bem como enfrentando-os e se desafiando cada vez mais.

A garota tinha acordado cedo naquele dia. Era o grande dia da viagem e mal conseguira dormir. Tinha preparado suas coisas com roupas e outros apetrechos necessários para viagem. Tudo já se encontrava na Explorer dentro do quarto que tinham reservado para ela. Colocaram-na para dormir no mesmo quarto de Suki, no beliche de cima onde antes dormia Soka que agora fora alojado em outro quarto que dividiria com o Mestre Turtle, afim de aprender algumas técnicas de meditação. Kara estava ansiosa e ao mesmo tempo feliz de poder ficar um tempo sozinha com a garota humana.

Kara aproveitou que tinha acordado cedo e resolveu ir treinar com Soka. Surpreendentemente a mãe do garoto finalmente tinha consentido com seu treinamento, e por esse motivo ele tinha dedicado somente a isso nos últimos dias. Kara treinou como amigo durante este período de manhã até a noite e esta maratona intensiva trouxe grandes resultados ao garoto fazendo com que ele conseguisse finalmente controlar a energia quando a expelia pelas mãos. Kara tentava ensiná-lo novas técnicas que tinha desenvolvido e apesar dele ainda não dominar completamente, tinha apresentado grandes melhorias, de forma que Kara conseguia inclusive ter uma luta equilibrada com o humano. Obviamente ela se segurava para manter o nível do amigo, mas apesar disso, Soka já era um oponente interessante.

O mestre também participava dos treinos o que fez o garoto humano aumentar o seu potencial rapidamente durante aqueles dias. Fazia muita diferença ser treinado por um mestre de verdade.

Kara também se beneficiou dos treinamentos com Soka e Turtle. Tinha desenvolvido durante esse período, duas novas técnicas. Uma delas consistia em criar uma barreira de energia para se defender, que apesar de não se se manter por muito tempo, era suficiente para se proteger de algum ataque mais forte. A segunda técnica, por fim, era a mais complicada e ainda não tinha sido completamente dominada. Consistia em controlar a energia enviada pelo oponente virando-a contra ele. Kara já tinha obtido sucesso em controlar alguns ataques mais fracos emitidos pelo seu amigo Soka, mas não obteve sucesso quando o garoto enviava algo mais poderoso. Já contra a energia expelida pelo mestre Turtle, Kara não conseguia nem começar a usar a técnica. De qualquer forma ela sabia que estava o impressionando. Tinha até mesmo o ouvido dizer ao Dr. João que não esperava que ela já estivesse cirando técnicas próprias. Saber que isso o impressionava fez com que Kara se dedicasse ainda mais em adquirir habilidades únicas.

Chegou na Explorer e pôde ver Soka treinando sozinho do lado de fora.

– Olá Soka – Disse Kara sorrindo. Fazia frio naquela manhã, ainda era cedo e o sol não tinha nascido completamente.

– Bom dia Kara. – Saudou o garoto humano timidamente.

– Pronto para um último treino antes de iniciar a viagem? – Indagou Kara.

– Claro. – Respondeu o garoto, animado.

Seguiram desta vez apenas os dois, para o meio da floresta deixando Lídia, João e Suki concentrados nos últimos preparativos para a viagem. Chegaram no vale onde costumavam treinar e ficaram um de frente para o outro. Por algum motivo Kara lembrou do beijo que ganhara a alguns dias ali naquele mesmo vale. Não tinha pensando nisso desde o ocorrido, mas agora, naquele momento em específico, teve isso em mente mesmo sem saber o motivo. Nunca chegou a conversar com Soka sobre isso, e ele, além de nunca a ter beijado uma segunda vez, também não tocou mais no assunto. Kara queria dizer ao amigo que não o enxergava desta forma, que sentia este tipo de sentimentos por outra pessoa, mas não sabia como contar isso a ele sem magoá-lo. Ainda que não se imaginasse tendo este tipo de relacionamento com Soka, Kara estava curiosa para entender o que o amigo pretendia.