SUKI IV

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Suki olhava ansiosa para explosão que acabara de se formar. A luz ainda era intensa e ela não conseguia ver nada do que acontecia. Sentia o coração quase saindo pela boca desde que começara a luta entre Kahau e Kara.

Baruque ainda estava dentro do laboratório capsula, tentando salvar a vida da Makali. Suki ainda não entendia o porquê Kara tinha feito tanta questão e salvar a terrorista. Mas isso não importava, não por enquanto.

A explosão terminou e uma grande cortina de fumaça tomou o lugar. Aos poucos, Suki começava a enxergar Kara de pé. Não via Kahau em lugar algum.

– Baruque! – Chamou a garota. – Baruque venha aqui, ela venceu. – Gritou eufórica.

O cientista saiu do laboratório imediatamente e olhou na direção para onde Suki apontava. A garota já ia começar a correr em direção a namorada quando Kara deu um grito gutural e uma quantidade enorme de energia saiu do seu corpo causando outra explosão aonde ela estava.

Suki olhou aquela cena de olhos arregalados e cheios de medo.

– O que ela... – começou a garota a dizer quando Baruque rapidamente entrou no laboratório.

A explosão se dissipou mais rápido desta vez. Quando Kara estava novamente visível, Suki viu a garota lançar sem motivo algum uma gigantesca quantidade de energia contra as ruínas de uma antiga cidade de Kakekanu reduzindo tudo a cinzas. Neste momento Baruque voltou com a arma que dispara dardos carregada com um líquido verde.

– O que aconteceu com ela? – Indagou a garota.

– Um efeito colateral. – Respondeu Baruque.

– Um o que? – Perguntou Suki.

– O soro que apliquei nela agora a pouco, não só liberou todo poder de Kara como também liberou seus instintos de Koás ao máximo.

– Não entendi. – Suki ainda estava confusa.

– Kara é uma Koás. E como todo Koás ela é uma assassina em potencial. O soro liberou todo os eu poder, mas também ativou os seus instintos mais primitivos.

– E como podemos ajuda-la? – Suki estava com medo.

– Vou aplicar este outro soro nela. Ele vai aumentar a sua energia até que a sua matéria não suporte e morra. – Falou o cientista como se referisse a uma máquina.

– Não vou deixar você matá-la. – Gritou Suki indignada.

Kara agora lançava gigantescas rajadas de energia aleatoriamente destruindo tudo que via na frente.

– Escuta garota. Sua namorada está fora de controle e não há nada que a gente possa fazer. Neste momento ela é uma ameaça para o universo inteiro. – Argumentou incisivamente e em seguida começou a se mover com a arma em punho pronto para atirar contra Kara assim que tivesse uma brecha.

Enquanto ele mirava, Suki agarrou uma pedra que tinha no chão e o atingiu na nuca, o cientista apagou. Suki em seguida retirou o frasco da arma e o quebrou com outro golpe da pedra.

Kara lançou uma outra rajada de energia. Desta vez foi na direção de onde Suki estava. A garota se jogou no chão e viu a energia passar raspando por cima de sua cabeça e atingir um prédio que tinha atrás de si.

Quando era seguro ficar de pé novamente a garota correu em direção a Kara.

– Kara, pare com isso. – Gritava Suki com os olhos marejados. A amada parecia não escutar.

– Kara por favor pare com isso está me assustando. – Disse Suki aos prantos e Kara a olhou. Seus olhos brilhavam intensamente. A aura de energia que envolvia seu corpo, estava agora em um tom avermelhado e emitia muito calor. Suki começava a suar à medida que se aproximava. Era como estar perto de uma fogueira.

Kara estava ofegante e sorria de uma forma que dava medo.

– Esta não é você, eu lhe conheço Kara. – Argumentava a garota e Kara energizou outra esfera.

– Se quiser continuar com isso vai ter de me matar. – Disse Suki se posicionando na frente de Kara e abrindo os braços.

Kara esticou a mão e mirou a esfera que tinha acabado de criar no peito de Suki. A garota permaneceu aonde estava.

– É isso que eu sou Suki. – Disse Kara com uma voz mais grossa num tom que Suki desconhecia.

– Não é. Eu lhe conheço e você não é assim. – Suki chorava.

– Eu sou uma Koás, uma princesa de uma raça assassina. Uma arma biológica criada para matar. Saia da frente antes que eu lhe mate também. – Gritava Kara com sua voz sinistra.

– Não! Para de procurar descobrir quem você é Kara. Para obter a resposta para esta pergunta você precisa olhar para dentro de você. É aí dentro que vai ter a verdadeira Kara. – Suki chorava e se aproximava cada vez mais de Kara. Sentia o ar quente que tinha ao redor da garota entrando dentro das suas narinas.

– Eu sou.... – Kara dizia visivelmente perturbada.

– Você é Kara. Seu pai se chama Turtle. Seu melhor amigo se chama Soka e a sua namorada sou eu, Suki. – Suki colocou a mão no rosto de Kara e sentiu a palma de sua mão queimar. Sua pele negra contrastava com a pele branca de sua amada.

– Suki se afaste de mim. – Kara dizia como se lutasse contra ela mesma.

– Jamais, estarei sempre ao seu lado. – Suki beijou Kara. Seus lábios ardiam à medida que tocavam os lábios da Koás. A garota não retribuía o seu beijo, mas Suki continuava sem se importar com isso. Ela não podia aceitar que perderia Kara assim.

A energia que emanava do corpo de Kara era tão quente que já deixava Suki com dificuldades para respirar. A garota, porém, não se importava com isso. Continuava beijando Kara na esperança de que isso salvasse a sua amada.

– Suki eu... – tentou dizer Kara em meio ao beijo.

– Só volta para mim meu amor, por favor. Não me faz perder você também. – Suki respondeu, agora olhando nos olhos da namorada.

Kara não respondeu, apenas olhava as lágrimas escorrerem no rosto de Suki. Aos poucos os olhos de Kara foram perdendo o brilho e voltando ao branco que normalmente tinha. A aura de energia foi se dissipando e o calor diminuindo.

Suki sorriu e abraçou Kara. Kara beijou Suki, um beijo longo e apaixonado.

– Obrigada por finalmente me fazer entender quem eu sou. – Agradeceu Kara.

– Eu te amo. – Suki disse sem nenhum tipo de receio, pela primeira vez.

– Eu também te amo, muito. – Respondeu Kara e em seguida elas se beijaram mais uma vez.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora