SOKA IV

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Soka tinha certeza que a nave tinha pousado ao lado daquela gigantesca construção que estava tombando. Ele já estava circulando pela área a alguns minutos e não conseguia entender como uma nave daquele tamanho poderia sumir.

A mistura do cheiro forte da fumaça que vinha das rachaduras do solo com o cheiro de carne em putrefação dos mortos, deixava um aroma terrível e de embrulhar o estômago no ar.

– Bell! – Gritava o garoto a procura da amiga, porém não se ouvia respostas.

– Não adianta Soka, elas não estão mais aqui. – Advertiu João.

– Mas como? Por que Bell e Betina iram decolar sem o resto do grupo? – Indagou o garoto, confuso, enquanto olhava ao redor na esperança de encontrar as amigas.

– Talvez ficaram com medo. – Sugeriu o pai.

– Não conhece elas. – Resmungou o garoto.

– Você também não filho. – Começou a dizer o médico. – Conheceu elas a quatro dias.

Soka preferiu não render o assunto. Sabia que Bell jamais abandonaria a missão. Subiu em um pedaço da fuselagem da Inquisidora que estava próxima dele para conseguir ficar mais alto e ter uma visão melhor da área.

– Betina! – Gritou mais uma vez o garoto que inalou sem querer uma quantidade maior do toxico gás que permeava o ambiente, despertando uma sequência de tosse.

– Desce daí Soka, elas não estão aqui. – Ordenou o pai – E no mais, gritar não é uma boa ideia. Ainda podem ter soldados inimigos vivos por aí.

– Bell! – Gritava o garoto a procura da amiga, ignorando as exortações de seu pai.

– Caramba Soka, já disse para parar de gritar. – Ralhou João.

O garoto ignorava a voz de seu pai à medida que tentava entender para onde suas amigas e a Explorer teriam ido. Não fazia sentido elas simplesmente desaparecerem.

Desceu finalmente da fuselagem e seguiu ao norte na esperança de conseguir alguma pista delas.

– Soka! – Chamou o seu pai. – Volta aqui, precisamos voltar para junto do grupo é perigoso ficar perambulando por aí sozinho.

O garoto continuava a ignorá-lo e à medida que ia caminhando, maiores ficavam as rachaduras no solo e mais gás era liberado delas. O cheiro já começava a sufocar Soka, mas o garoto continuava prosseguindo, determinado a encontrar as garotas magicas.

Logo atrás vinha seu pai, ainda exortando para que ele parasse de ir naquela direção e voltasse. Porém, Soka estava focado em encontrar a amiga e nada poderia impedi-lo. João iniciou uma crise de tosse devido ao gás que inalava e seu filho retornou para acudi-lo.

– Você deveria voltar pai. – Exortou o garoto enquanto João continuava em uma crise de tosse sem fim.

– Eu não vou deixar você sozinho por aí Soka. – Ele disse em meio a tosse. – Nem deveríamos estar aqui. Deveríamos ter permanecido em Agritor aonde era seguro.

– Agritor não será seguro por muito tempo se não detivermos os Makalis. – Retrucou Soka.

O pai voltou a tossir sem parar, seus olhos lacrimejavam enquanto ele tentava controlar a crise de tosse.

– Volte para o resto do grupo pai. Irei procurar um pouco mais a frente. – Disse Soka.

– Filho é perigoso, precisamos voltar juntos. Informaremos ao exército da Polícia Universal e eles mandarão um grupo de busca. Não precisa provar nada a ninguém se arriscando desse jeito. – Suplicou.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora