PRÓLOGO

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Parecia ser apenas mais um dia comum na atual vida pacata do aposentado General Turtle. O homem preparava um chá de erva chimira que colheu no planeta vizinho quando sentiu um tremor no solo de sua casa.

Correu para o lado de fora e ao olhar para o céu viu uma nave se aproximando. Turtle se escondeu atrás de um prédio em ruínas enquanto observava os estranhos acontecimentos. Não estava acostumado a receber visitas. Afinal, morava em um planeta inabitado a anos e somente uma pessoa sabia que ele vivia ali.

A medida que a nave se aproximava, o general conseguia ver as inscrições gravadas em seu casco. Reconheceu como sendo o símbolo da Polícia Universal, a organização militar que controlava boa parte do universo.

Quando a nave enfim pousou e abriu suas portas, saiu de lá de dentro uma pequena mulher com algo embrulhado nos braços. Turtle reconheceu a mulher e foi ao seu encontro com um sorriso no rosto.

– Major? A que devo a honra da sua visita? – Indagou Turtle. A Major o olhou com uma expressão séria.

– Depois de anos de serviços, merecia um planeta melhor para aproveitar a sua aposentadoria General. – Respondeu a mulher friamente.

– O planeta em que nasci é o planeta em que quero morrer Major. – Respondeu Turtle.

– Que seja. O motivo da minha visita, é que tenho uma missão para lhe dar. – Disse a mulher.

– Missão? Não quero parecer desrespeitoso senhora, mas sou um militar aposentado. – Argumentou.

– Quando me pediu sua aposentadoria eu não queria aceitar. Lembra disso? – Perguntou ela.

– Sim senhora. – Respondeu ele desapontado.

– Concedi, pois, depois do que aconteceu... deduzi que você precisaria de um tempo para absorver a dor. – Dizia ela enquanto ajeitava o embrulho no braço.

– E sei e agradeço senhora. – Respondeu Turtle.

– No entanto, acredito que esta missão seja a ideal para você parar de se enfiar neste planeta morto e encontrar um novo motivo para viver de verdade. – A major falou e o pacote em seu braço emitiu um som curioso.

– Tem algo a ver com isto que traz nos braços? – Indagou o General.

– Exatamente. – Respondeu ela desembrulhando e revelando o que trazia, um bebê.

Turtle observou incrédulo e se aproximou para ver mais de perto. Quando observou o rosto da criança seu coração gelou. Aquilo possuía dois olhos completamente brancos.

– Tire isto de perto de mim. – Disse o General com raiva.

– É apenas um bebê inocente Turtle. – Argumentou a Major.

– Por enquanto. Quando crescer vai virar um demônio assassino. Deveria matá-lo enquanto ainda é fraco. – Turtle sentia uma mistura de raiva e medo.

– Sua missão é criar e treinar a criança até ela ter idade para ir viver em Torki. – Disse a mulher sem expressar sentimentos.

– Está Maluca? Sabe muito bem o que aconteceu com o meu povo e ainda me traz... isso? – Turtle dizia com muita raiva.

– Não se esqueça que sou sua superior e isso é uma ordem. – Ralhou a Major.

– Desculpe-me senhora. – Desculpou-se Turtle ainda com raiva.

Kepa se aproximou e colocou o bebê nos braços do General. Turtle olhou para a criança que olhou para ele de volta e arregalou os olhos brancos. Aquilo, era para ele, quase como uma ofensa.

– Ela é a última da raça. – Disse a Major e Turtle a olhou com espanto. – Foram os Makalis, ela será nossa única salvação no futuro. Cumpra a sua missão Turtle e leve a criança para viver em um lugar melhor que este. Entrarei em contato para fornecer mais informações em breve. – Finalizou a Major indo em direção a sua nave.

– Major! – Disse Turtle e ela olhou em sua direção. – Esta coisa, esta criança tem nome?

– É uma menina e ela se chama Kara! – Respondeu a Major sorrindo.

As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora