Suki estava extremamente ansiosa. Andava de um lado para o outro pela ampla sala de controle tentando não imaginar as piores coisas que poderiam acontecer com Kara que jazia dentro da sala de porta branca a mais ou menos uma hora.
– Ela vai ficar bem Suki. – Disse Lídia tentando consolar a aflição da filha.
A garota a olhou um pouco sem graça. Desde o beijo que deu em Kara na nave, enquanto ainda estavam em Agritor, Suki passou a ter mais dificuldades em esconder o que sentia pela garota. Era como se o beijo tivesse quebrado uma barreira que ela mesma tinha criado para esconder seus sentimentos.
– Eu não estou preocupada com Kara. – Respondeu franzindo o cenho, cruzando os braços, estufando o peito e mantendo a coluna ereta na intenção de transparecer uma falsa tranquilidade e indiferença.
– Sou sua mãe, querida. Vejo a verdade no brilho dos seus olhos, não precisa mentir para mim. – Disse Lídia com ternura.
– Não sei do que está falando mãe. – Respondeu Suki, agora mais carrancuda.
– Estou falando da maneira que você olha para Kara a anos. – Respondeu Lídia – Inclusive, ultimamente seu olho tem brilhado mais por ela.
– Isso é, – iniciou Suki gaguejando, – loucura.
– Filha, não faz bem esconder seus sentimentos. Sei que quer parecer durona, forte e decidida. Mas até mesmo uma mulher forte pode amolecer por amor.
Suki não respondeu. Apenas refletiu sobre as palavras da mãe. "Será que eu estou amolecendo por causa de Kara? ". Pensou a garota.
– Quando tinha a sua idade eu me apaixonei por um garoto da escola. Isto foi antes de seu pai. – Disse Lídia olhado para o horizonte, como se visualizasse a história que começava a descrever. – Ele se chamava Pedro e era o garoto mais lindo da escola. Jogava um esporte famoso na terra chamado futebol, era o melhor da escola. Eu era apenas a nerd que tirava as melhores notas e fazia experiências na garagem de casa. Ele nunca olhava para mim.
– Você era o que? – Indagou Suki se perguntando o que era uma nerd.
– Eu era nerd – Disse sua mãe sorrindo – Era uma forma de se referir a pessoas que eram muito estudiosas, entre outras coisas.
– Então se eu estivesse na terra seria uma nerd?
– Acredito que sim. Mas quando sai da terra, ser nerd já era uma coisa bacana, diferente da minha época de adolescente que era algo pejorativo.
– Os humanos são complicados. – Suspirou Suki – Mas você chegou a beijar o garoto?
– Não, como disse ele nunca me olhou. Éramos de mundos diferentes.
– Eu e Kara somos de mundos diferentes, raças diferentes. – Confessou Suki decidindo se abrir com a mãe.
– Pode até ser. Mas existe uma diferença enorme da sua situação para a situação que passei na adolescência.
– Qual?
– Eu vejo como Kara tem olhado para você. Não sei o que aconteceu, mas aqueles olhos brancos têm brilhado de maneira diferente quando você está por perto.
Suki sentiu suas bochechas esquentarem devido a vergonha. Ficara feliz com as palavras da mãe, mas não conseguiu deixar de ficar sem graça.
– Nós nos beijamos, lá em Agritor. – Confessou a garota.
– Jura? – Disse Lídia feliz e surpresa. – Como foi isso?
– Não sei, só, aconteceu. – Respondeu a garota com um sorriso tímido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As Crônicas da Ordem e do Caos - A batalha pelo universo (Livro Um) [COMPLETO]
AventuraEm um universo onde uma antiga raça terrorista espalha o medo de planeta em planeta, uma única pessoa é capaz de restabelecer o equilíbrio entre a ordem e o caos. Kara é uma jovem guerreira que habita um pacífico planeta ao lado do mestre que a trei...